Para, Pra e Para com
Antes de iniciarmos nossa discussão acerca do assunto em pauta, convidamos você para se situar frente a determinadas situações do cotidiano, as quais podem apresentar discursos como:
“ – Fulano, você está indo pra que lugar?”
“ – Fulano, é verdade que você disse aquilo somente para me agradar, ou realmente é assim que pensa a meu respeito?”
“ – Fulano, minha admiração e respeito para com você são tamanhos”.
Em todas as colocações constatamos a presença dos elementos linguísticos a que o texto faz referência e é sobre eles que faremos algumas ponderações, necessárias ao desenvolvimento das competências linguísticas de que devemos dispor, tendo em vista que compartilhamos de distintas situações comunicativas.
Nesse sentido, cabe ressaltar que em se tratando da preposição “para”, ora tida como uma das poucas que se revelam sem autonomia fonética, e, portanto, átona, deve ser integralmente pronunciada, sobretudo, em se tratando de situações específicas de interlocução, tais como a escrita. Pressupostos esses que devemos atribuir ao segundo enunciado.
Em situações coloquiais, cotidianas, no entanto, o que podemos atestar é o uso de tal preposição sob a forma reduzida (pra). Assim, tendo em vista o contexto em questão (situação coloquial), cabe afirmar que se torna aceitável o seu uso. Outra situação, que também a ela se destina, é a chamada licença poética, destinada a artistas, poetas, enfim, pois ao se utilizarem de tal recurso, mesmo que transgrida o padrão formal da linguagem, enfatiza o discurso que ora se propõem a revelar, ou seja, o objetivo é somente dar ênfase à mensagem. A essas elucidações atribuímos o enunciado primeiro.
Não raro, compartilhamos situações comunicativas nas quais se manifesta o que chamamos de discurso tenso, ou seja, aquele em que o emissor está aplicando de forma bastante consciente as regras-padrões do sistema linguístico. Afirmações essas que se devem ao exemplo último, perfeitamente aplicável em situações extremamente eruditas.