Jesse James
A história dos Estados Unidos esteve repleta de heróis que bravamente lutaram pela consolidação da pátria e do progresso da nação norte-americana. No entanto, entre tantos personagens heróicos temos a figura de um bandido que desafiou a lei se opondo à ordem e à lei impostas para proteger a predestinada nação. Seu nome era Jesse James e, durante o século XIX, se transformou em um mito marginal dos EUA.
O heroísmo de Jesse James teve início com os conflitos da Guerra Civil dos Estados Unidos (1861 – 1865). Na época dos confrontos, o jovem James fazia parte de um grupo liderado por Willian Quantril. O grupo de Quantril agia em defesa dos confederados na região do Missouri. Entre outras atribuições, o bando realizava emboscadas contra os militares ianques, interceptava as correspondências oficias do governo e atacava os barcos que cruzavam o Rio Missouri.
Mesmo agindo em prol dos interesses dos confederados na Guerra Civil, esses bandos não tinham qualquer tipo de vinculação formal a instituições militares desse grupo. Com o fim do conflito, Jesse se viu obrigado a integrar algum bando criminoso que lhe pudesse garantir algum sustento. Foi quando, com apenas dezessete anos, integrou-se em uma gangue de assassinos liderada por “Bloody Bill” Anderson. Nesse tempo aprendeu a assaltar, planejar ações criminosas e posicionar homens durante um confronto.
Depois de ser considerado um fora-da-lei pelas autoridades dos Estados Unidos, Jesse e seu irmão Frank foram intimados a comparecer a julgamento. Quando foram buscados pelas autoridades policiais, seu irmão resolveu se entregar, Jesse não. Durante a fuga foi ferido e, esperando que morresse, foi liberado para visitar seus familiares no Estado do Kentucky. Em pouco tempo recuperou-se do ferimento e formou um novo grupo que saiu realizando assaltos a banco, roubo de cargas e propriedades.
Entre 1866 e 1869, o bando de Jesse James fez uma série de assaltos que lhes renderam uma significativa quantidade de dinheiro. No entanto, em um último assalto feito nesse período, Jesse foi tomado por um acesso de fúria ao deparar-se com um caixa semelhante a um de seus maiores inimigos. Depois disso, os crimes do bando passaram a contar com terríveis requintes de crueldade.
Inconformados com o sucesso da carreira criminosa de Jessé, um grupo de banqueiros resolveu contratar os serviços da Agência de Detetives Pinkerton. Entretanto, a ação dos detetives não foi muito bem sucedida. Em menos de uma semana, três dos investigadores da agência foram mortos pelo bando de Jessé. Depois disso, os agentes resolveram montar um cerco na casa de sua família.
Em certa ocasião, os detetives acreditavam que o afamado bandido se encontrava no interior da casa. Com isso, os detetives lançaram uma bomba dentro da residência. A ação não foi bem sucedida e acabou matando um irmão de oito anos de Jesse e arrancando um braço de sua mãe.
No ano de 1876, todo o bando de Jesse foi assassinado em uma tentativa de assalto. Os únicos sobreviventes foram Jessé e seu irmão Frank, que resolveram fugir com nomes falsos. Formaram um novo bando criminoso que chamou a atenção das autoridades do Missouri. A volta do mito criminoso impeliu as autoridades a oferecerem uma recompensa de cinco mil dólares pela prisão de um dos irmãos.
Robert e Charles Ford, dois integrantes do bando, arquitetaram o plano que daria fim ao afamado criminoso. Com a garantia de perdão do governador do Missouri, os Ford foram ao encontro da família James na cidade de St. Joseph. Esperando um momento em que Jesse estivesse sem a sua arma, os Ford permaneceram na casa do líder do bando.
Em dado momento, quando Jesse limpava um quadro, Robert Ford aproveitou para disparar um tiro em sua cabeça. Meses depois do assassinato, Frank James se entregou às autoridades policias. Ao contrário do que se esperava, a forma brutal como Jesse foi assassinado, impeliu as autoridades a inocentar Frank de todos os seus crimes. Com o passar do tempo, Jesse se transformou em um mártir que parecia contestar as autoridades da época.
Por Rainer Sousa
Mestre em História