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Etarismo

O etarismo é o preconceito ou a discriminação com base na idade, afetando tanto idosos quanto jovens em diferentes contextos sociais e profissionais.
Ilustração representativa da ideia de etarismo.
O etarismo separa, através do preconceito, os jovens dos idosos.

O etarismo é o preconceito ou discriminação com base na idade, afetando tanto idosos quanto jovens em diferentes contextos sociais e profissionais. Ele se manifesta no mercado de trabalho, na mídia e até nos serviços de saúde, quando pessoas são excluídas ou desvalorizadas por serem consideradas "muito velhas" ou "muito jovens". Embora o etarismo não seja formalmente considerado crime, ele pode ser punido em situações de discriminação, especialmente no Brasil, onde o Estatuto do Idoso garante a proteção de pessoas com mais de 60 anos. As consequências desse preconceito são graves, resultando em exclusão social, baixa autoestima e desperdício de talentos.

Leia também: O que é etnocentrismo?

Resumo sobre o etarismo

  • O etarismo é o preconceito ou discriminação com base na idade, afetando tanto pessoas mais velhas quanto mais jovens, sendo uma forma de exclusão que limita a participação plena dessas pessoas na sociedade.
  • O etarismo se manifesta em ambientes de trabalho, na mídia e nos serviços de saúde, quando indivíduos são tratados de forma desfavorável por serem considerados "muito velhos" ou "muito jovens".
  • Embora o etarismo não seja tipificado como crime, a legislação, como no Brasil, pune a discriminação etária em contextos como o mercado de trabalho, amparada pela Constituição e outras leis.
  • O Estatuto do Idoso protege os direitos de pessoas acima de 60 anos no Brasil, proibindo a discriminação por idade e garantindo a dignidade e inclusão dos idosos na sociedade.
  • O etarismo pode levar a sentimentos de exclusão, depressão e isolamento social, além de impedir o pleno aproveitamento das capacidades e experiências de indivíduos em diferentes faixas etárias.
  • Para combater o etarismo, é necessário promover conscientização sobre suas consequências, implementar políticas inclusivas e garantir que leis de proteção contra a discriminação sejam reforçadas.
  • No Brasil, o etarismo ainda é prevalente, especialmente no mercado de trabalho, onde pessoas acima de 50 anos enfrentam dificuldades para se recolocar, apesar de avanços como o Estatuto do Idoso.
  • Globalmente, o etarismo é uma questão comum, afetando principalmente os idosos, com legislações em diversos países buscando combater a discriminação etária, embora ainda haja desafios culturais.
  • Etarismo e idadismo se referem ao mesmo fenômeno de discriminação por idade, mas idadismo é um termo mais amplo que abrange todas as idades, enquanto etarismo é mais associado aos idosos.
  • Situações de etarismo incluem a exclusão de idosos de atividades sociais, negativa de emprego por idade e negligência no atendimento de saúde, baseando-se em estereótipos de idade.

O que é etarismo?

Ilustração de um idoso trabalhando em uma empresa, alusão à situação que não ocorre em casos de etarismo.
O etarismo é um problema que impede cenas como essa: pessoas mais velhas terem acesso ao mercado de trabalho.

Também conhecido como idadismo, o etarismo é o preconceito ou a discriminação com base na idade de uma pessoa. Ele se manifesta quando as pessoas são tratadas de forma desfavorável por serem vistas como "muito velhas" ou "muito jovens" para desempenhar determinadas funções, participar de atividades sociais ou fazer parte de ambientes profissionais. Esse tipo de preconceito afeta principalmente os idosos, mas também pode impactar os jovens, que podem ser subestimados ou ignorados em função da sua idade.

O etarismo é um problema social recorrente em diversas culturas, e tem consequências profundas tanto no nível individual quanto coletivo, prejudicando a participação ativa de certas faixas etárias na sociedade.

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Manifestação do etarismo

O etarismo pode se manifestar de várias formas, seja no ambiente de trabalho, na mídia, na vida social ou mesmo nos serviços de saúde. No mercado de trabalho, por exemplo, o etarismo se evidencia quando empregadores evitam contratar pessoas acima de certa idade, acreditando que essas pessoas são menos produtivas ou menos adaptáveis às mudanças tecnológicas. Da mesma forma, os mais jovens podem ser preteridos em posições de liderança por não terem "experiência suficiente", mesmo que tenham a competência necessária.

Na mídia, o etarismo é visível na representação de personagens, na qual pessoas mais velhas são muitas vezes retratadas como incapazes, doentes ou dependentes, enquanto as mais jovens são associadas a vigor, beleza e sucesso. Nos serviços de saúde, o etarismo pode surgir na forma de negligência ao atendimento de idosos, como a suposição de que certos problemas de saúde são "normais para a idade" e não merecem a devida atenção.

Etarismo é crime?

O etarismo, em si, não é formalmente tipificado como crime na maioria dos países, mas existem leis que podem punir a discriminação por idade, dependendo do contexto. No Brasil, por exemplo, a discriminação etária no mercado de trabalho pode ser enquadrada como um ato ilegal, já que a Constituição Federal garante o direito à igualdade e proíbe qualquer forma de discriminação, incluindo por idade. Além disso, o Estatuto do Idoso, sancionado em 2003, prevê sanções para a discriminação contra pessoas com mais de 60 anos.

Em outros países, legislações específicas sobre discriminação etária variam, mas há um movimento crescente para reconhecer o etarismo como uma forma de preconceito que deve ser combatida por leis mais rígidas.

Etarismo no estatuto do idoso

Cartaz com elementos de prioridade de atendimento para idosos, garantida no Estatuto do Idoso, que visa evitar o etarismo.
Cartaz com elementos de prioridade de atendimento para idosos, garantida no Estatuto do Idoso. [1]

O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) é um marco legal importante no Brasil para a proteção dos direitos das pessoas com mais de 60 anos. O estatuto busca assegurar que os idosos tenham acesso a uma vida digna, sem sofrer discriminação por sua idade. Ele garante direitos em áreas como saúde, trabalho, lazer e proteção contra maus-tratos. Embora o termo "etarismo" não apareça diretamente no texto da lei, muitas das suas disposições tratam da proteção contra a discriminação que ocorre com base na idade.

O estatuto prevê punições para atos discriminatórios e estabelece que a violação dos direitos dos idosos pode resultar em penalidades civis e criminais. Por exemplo, deixar de prover o atendimento adequado a um idoso ou negar-lhe um emprego em função da sua idade pode ser considerado uma infração à lei.

Acesse também: 1º de outubro – Dia do Idoso

Consequências do etarismo

As consequências do etarismo podem ser profundas e prejudiciais tanto para os indivíduos quanto para a sociedade. No nível pessoal, o etarismo pode afetar a autoestima e o bem-estar das vítimas, levando a sentimentos de exclusão, depressão e isolamento social. Idosos que sofrem discriminação frequentemente enfrentam dificuldades em acessar cuidados médicos adequados, obter empregos ou serem incluídos em atividades sociais, o que pode agravar problemas de saúde física e mental.

No nível coletivo, o etarismo perpetua estereótipos negativos sobre a idade e impede que a sociedade aproveite plenamente as contribuições de pessoas mais velhas ou mais jovens. Esse preconceito também pode resultar em uma economia menos inclusiva, onde a força de trabalho é subutilizada e talentos são desperdiçados.

Como combater o etarismo?

Ilustração representativa dos efeitos positivos de combate ao etarismo.
Combater o etarismo significa a convivência em harmonia entre pessoas de todas as idades.

O combate ao etarismo exige uma abordagem multidimensional. Em primeiro lugar, é necessário promover a conscientização sobre o problema, destacando as contribuições que pessoas de todas as idades podem oferecer à sociedade. Campanhas educativas em escolas, locais de trabalho e na mídia podem ajudar a desconstruir estereótipos relacionados à idade.

Além disso, a implementação de políticas públicas que garantam a inclusão de pessoas de todas as faixas etárias no mercado de trabalho, bem como a garantia de atendimento de qualidade nos serviços de saúde, é essencial para combater o etarismo. Organizações e empresas podem adotar práticas de diversidade etária, incentivando a contratação de pessoas mais velhas e criando ambientes de trabalho mais inclusivos.

Por fim, a legislação pode ser aprimorada para tipificar mais claramente a discriminação etária e impor penalidades mais severas para aqueles que praticam o etarismo.

Etarismo no Brasil

No Brasil, o etarismo ainda é uma questão desafiadora, apesar de avanços como o Estatuto do Idoso. O preconceito contra pessoas mais velhas é comum em vários setores, especialmente no mercado de trabalho, onde a aposentadoria é muitas vezes vista como o ponto final da carreira, independentemente da capacidade ou desejo da pessoa de continuar ativa.

Muitas pessoas acima de 50 anos enfrentam dificuldades em se recolocar no mercado de trabalho, e o etarismo afeta tanto o setor público quanto o privado.

Além disso, a mídia brasileira contribui para a manutenção de estereótipos sobre a velhice, com representações limitadas e muitas vezes negativas de pessoas idosas.

No entanto, há um movimento crescente de conscientização sobre o tema, com a sociedade civil e ONGs liderando campanhas para mudar essa realidade e garantir uma sociedade mais inclusiva para todas as idades.

Etarismo no mundo

Globalmente, o etarismo é um problema reconhecido em várias sociedades. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, o preconceito contra os idosos no local de trabalho é amplamente documentado, e leis como o "Age Discrimination in Employment Act" (EUA) visam combater a discriminação baseada na idade. Ainda assim, o etarismo persiste em diversas formas, muitas vezes agravado por culturas que exaltam a juventude e a inovação, deixando de lado a experiência e sabedoria dos mais velhos.

Em países asiáticos, como Japão e Coreia do Sul, o envelhecimento populacional acelerado tem levado a uma reavaliação das atitudes em relação aos idosos, com esforços para integrá-los mais ativamente na sociedade. Mesmo assim, o etarismo pode se manifestar na forma de pressões sociais para que as pessoas mais velhas "deem espaço" para as gerações mais jovens.

Etarismo x idadismo

Etarismo e idadismo são frequentemente usados como sinônimos, pois ambos descrevem o preconceito ou discriminação com base na idade. No entanto, alguns estudiosos apontam que "idadismo" é um termo mais abrangente, que inclui discriminações contra todas as idades, enquanto "etarismo" pode ser mais comumente associado à discriminação contra os mais velhos. De qualquer forma, ambos os termos se referem ao mesmo fenômeno: a exclusão de indivíduos com base na sua faixa etária.

Situações que podem ser consideradas etarismo

Ilustração de um exemplo de etarismo: alguém sendo preterido em uma vaga de emprego por ser muito jovem.
Um exemplo de etarismo: alguém sendo preterido em uma vaga de emprego por ser muito jovem.

Diversas situações podem ser identificadas como etarismo. Um exemplo comum é a negativa de emprego ou promoção para alguém considerado "muito velho" ou "muito jovem", mesmo que essa pessoa tenha qualificações suficientes. Outro exemplo é o tratamento diferenciado em ambientes sociais, como quando pessoas idosas são excluídas de certos grupos ou atividades sob a justificativa de que "não têm mais energia" para participar.

Na área da saúde, o etarismo pode ocorrer quando médicos negligenciam sintomas de pacientes mais velhos, atribuindo seus problemas de saúde exclusivamente à idade avançada. Já no setor de publicidade, o etarismo é evidente na falta de representação de pessoas mais velhas em campanhas de produtos que não sejam relacionados à saúde ou aposentadoria.

Combater o etarismo exige mudanças culturais profundas que promovam o respeito e a inclusão de todas as idades.

Crédito de imagem

[1] Academia de letras de CM / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

CORRÊA, Luciana Silva. Envelhecimento feminino e etarismo nas organizações: o desafio da mulher madura no mundo do trabalho. Organicom, São Paulo, Brasil, v. 20, n. 41, p. 120–134, 2023. DOI: 10.11606/issn.2238-2593.organicom.2023.206721.Disponível em: https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/206721.

HANASHIRO, Darcy Mitiko Mori; PEREIRA, Marie Françoise Marguerite Winandy Martins. O etarismo no local de trabalho: evidências de práticas de “saneamento” de trabalhadores mais velhos. Revista Gestão e Organizações, v. 13, n. 2, p. 1-18, 2020. DOI: https://doi.org/10.22277/rgo.v13i2.5032.

Publicado por Tiago Soares Campos

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