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Atentado de 11 de setembro

O atentado terrorista ocorrido em 11 de setembro de 2001 e orquestrado por Osama Bin Laden resultou na morte de quase três mil pessoas e deu início à Guerra no Afeganistão.
Torres gêmeas em chamas após o atentado de 11 de setembro.
As Torres Gêmeas foram atacadas por dois Boeing às 08:46 e às 09:03 do dia 11 de setembro de 2001.[1]

O 11 de setembro ficou marcado na história como o dia em que atentados terroristas foram realizados em solo americano e resultaram na morte de quase três mil pessoas. Os terroristas responsáveis pelo atentado eram vinculados a Al-Qaeda e realizaram seus ataques contra dois alvos: o World Trade Center, localizado em Nova York, e o Pentágono, localizado em Washington.

Os atentados de 11 de setembro tiveram como um dos grandes responsáveis Osama bin Laden e geraram grandes consequências a nível regional (nos EUA) e também mundial. Poucas semanas depois que aconteceram, o governo norte-americano deu início à Guerra do Afeganistão, com o objetivo de capturar o líder da Al-Qaeda.

Causas e contexto histórico do atentado

Os atentados de 11 de setembro foram realizados pela Al-Qaeda, que, na época, era liderada por Osama bin Laden, um árabe multimilionário e um dos fundadores dessa organização terrorista. As motivações que levaram bin Laden e a Al-Qaeda a realizarem atentados contra os Estados Unidos são o resultado de um longo processo que se iniciou na década de 1970.

Levando em consideração esse contexto, devemos entender que a motivação do ataque foi a inimizade existente dos fundamentalistas islâmicos e os Estados Unidos. Essa era motivada pelas intervenções dos norte-americanos nas nações do Oriente Médio e por seu apoio ao Estado de Israel.

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Na década de 1970, os Estados Unidos enfrentaram dois grandes desafios no Oriente Médio: a crise do petróleo de 1973 e a Revolução Islâmica que aconteceu no Irã, em 1979. A primeira foi causada por um embargo feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que fez o valor do petróleo disparar no mercado internacional; e a segunda foi uma revolução religiosa e conservadora que derrubou o governo pró-ocidental que existia no Irã e instaurou um regime xiita.

Esse segundo acontecimento fez o governo norte-americano perder a aliança que tinha com esse país, um de seus principais aliados na região. Esses acontecimentos fizeram com que a política estadunidense no Oriente Médio fosse alterada e passasse a ser mais agressiva.

Em 1979, o Afeganistão, país com um governo comunista, foi invadido por tropas soviéticas que vinham em auxílio desse governo. Os EUA viram nisso uma ótima oportunidade de desestabilizar o seu maior adversário, e, desde esse ano, passou a financiar dissidências que existiam no interior do Afeganistão e lutavam contra o governo comunista: os mujahidin.

Essas forças rebeldes reuniam grupos reacionários que passaram a receber armas e dinheiro de norte-americanos e dos sauditas (aliados dos EUA). Aqueles queriam que essas forças derrubassem o governo comunista afegão e atingissem a economia soviética. Anos depois, esses grupos, uma vez armados pelos próprios Estados Unidos e demais aliados, acabaram transformando-se em organizações fundamentalistas islâmicas.

A atuação dos americanos no financiamento dessas forças contrarrevolucionárias atraiu um palestino chamado Abdullah Azzam, que convocou uma jihad (guerra santa, para os muçulmanos) contra os soviéticos. Foi Azzam que convidou bin Laden para ir ao Afeganistão participar da luta contra a URSS. No entanto, alguns anos depois, Azzam e bin Laden acabaram rompendo quando este resolveu voltar-se também contra os muçulmanos “decadentes”. Com isso, bin Laden acabou fundando a Al-Qaeda, que atualmente é uma das maiores organizações terroristas do mundo.

Acesse também: Entenda o que é fundamentalismo

  • Inimizade com os EUA

Até então, bin Laden tinha contado com o apoio dos Estados Unidos na luta contra os comunistas. No entanto, a Guerra do Golfo acabou azedando a relação que existia entre os dois países. Em 1990, o exército iraquiano invadiu o Kuwait e fez com que a família real kuwaitiana refugiasse-se na capital saudita, o que criou um clima de tensão entre Iraque e Arábia Saudita.

A possibilidade de que houvesse um atrito era grande, e isso fez com que Osama bin Laden, árabe, oferecesse seus serviços para defender o território saudita. Bin Laden queria que a monarquia saudita contratasse ele e seus mujahidin para defender o território, mas os sauditas recusaram a oferta de bin Laden e optaram por deixar as tropas americanas garantirem a segurança.

A rejeição de sua proposta enfureceu bin Laden, sob o argumento de que a presença de estrangeiros fazendo a proteção do solo sagrado da Arábia Saudita (lá ficam duas cidades sagradas para o Islã) era um sacrilégio. Depois de criticar o governo saudita, bin Laden foi banido do país e exilou-se no Sudão. Nasceu nesse episódio a inimizade de bin Laden com os estadunidenses.

O ódio de bin Laden pelos Estados Unidos acabou aumentando por demais questões, como o apoio desses ao Estado de Israel, seu papel na assinatura de um acordo de paz entre Israel e Palestina na década de 1990, e sua intervenção em outros países islâmicos. Já no mesmo período, bin Laden passou a defender a ideia de realizar um ataque contra os EUA.

Acesse também: Entenda qual foi o papel da ONU na fundação do Estado de Israel

O que aconteceu no 11 de setembro?

O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, também foi atacado no dia 11 de setembro de 2001.
O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, também foi atacado no dia 11 de setembro de 2001.

Os atentados que aconteceram em 11 de setembro de 2001 foram realizados por 19 terroristas da organização chamada Al-Qaeda. O início dos atentados deu-se com o sequestro de quatro aviões comerciais, sendo dois Boeing 757 e dois Boeing 767, que decolaram da costa leste dos Estados Unidos com direção para a Califórnia.

Os terroristas sequestraram os seguintes voos: Voo 11, Voo 77 e Voo 175, da American Airlines, e Voo 93, da United Airlines. Esses decolaram das cidades de Boston, Washington e Newark, com direção a Los Angeles e San Francisco. Dos quatro voos mencionados, três conseguiram atingir seus alvos, mas o quarto, como veremos, caiu antes de atingir seu alvo. Nesse dia, os 19 terroristas embarcaram, e, quando as aeronaves já estavam no ar, renderam a tripulação e os passageiros, e então reajustaram as rotas das aeronaves para seus alvos.

Tudo começou com o Voo 11 da AA, que decolou às 07:59 de Boston em direção a Los Angeles. Menos de uma hora depois, precisamente às 08:46, o avião era lançado contra a Torre Norte (chamada de World Trade Center One) do World Trade Center, um complexo comercial que ficava no coração da ilha de Manhattan.

Menos de 20 minutos depois, o segundo avião (Voo 175, da AA) foi lançado, dessa vez, contra a Torre Sul (World Trade Center Two), chocando-se com a segunda torre exatamente às 09:03. Naquele momento, a imprensa internacional já estava fazendo a cobertura, e o ataque contra a segunda torre foi televisionado ao vivo para todo o planeta.

O terceiro avião (Voo 77, da AA) foi lançado contra o Pentágono, prédio que sedia o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, às 09:37, e o quarto avião (Voo 93, da UA) caiu no interior do estado da Pensilvânia, às 10:03.

Na época, especulou-se que esse avião seria lançado contra a Casa Branca, mas evidências apontaram que o alvo dele era possivelmente o Capitólio. O quarto avião não atingiu seu alvo porque seus passageiros foram informados de que se tratava de um atentado, e então rebelaram-se contra os terroristas, que acabaram derrubando o avião antes do alvo previsto.

Ao todo, os atentados de 11 de setembro causaram a morte de 2996 pessoas (esse número inclui os 19 terroristas). Entre o total de mortos, 2606 pessoas morreram em Nova York; 246, nos aviões; e 125, no Pentágono. Como mencionado, os 19 que faltam nessa conta eram os terroristas que realizaram o atentado.

  • World Trade Center e a imagem do atentado

A imagem mais destacada desse ataque foi, naturalmente, a do ataque ao World Trade Center, pois, depois do choque com os aviões, as conhecidas Torre Gêmeas incendiaram-se. Milhares de pessoas ficaram encurraladas nos andares mais altos do prédio e, infelizmente, não conseguiram sair, enquanto isso, os bombeiros e socorristas conduziram o trabalho de evacuação do prédio.

O impacto dos aviões e o incêndio fizeram o World Trade Center desabar poucos minutos depois.[2]
O impacto dos aviões e o incêndio fizeram o World Trade Center desabar poucos minutos depois.[2]

O incêndio que se iniciou nas Torres Gêmeas superaqueceu as estruturas do prédio e fez com que ambas fossem abaixo. Às 09:59, a Torre Sul desabou, e às 10:58, foi a vez da Torre Norte. A queda delas afetou construções ao lado, danificando-as e espalhando o incêndio.

Antes do atentado, o World Trade Center era um complexo que possuía sete edifícios que abrigavam centenas de empresas das mais variadas áreas. Dentro desse complexo, estavam as Torres Gêmeas, inauguradas em 1973, e que possuíam 417 metros de altura, sendo uma das construções verticais mais altas do mundo. No dia do atentado, cerca de 15 mil pessoas estavam nelas, e, em meio ao desespero, muitas dessas, encurraladas pelo fogo, lançaram-se dos andares onde estavam.

Acesse também: Conheça a história dos atentados que aconteceram nas Olimpíadas de Munique

Os responsáveis pelo atentado

Como mencionado, o ataque foi realizada pela Al-Qaeda, que, na época, era liderada por Osama bin Laden. Não obstante, o grande nome que planejou os detalhes dos atentados foi Khalid Sheikh Mohammed, um dos expoentes do grupo fundamentalista. Tanto bin Laden quanto Khalid estiveram por trás de outros atentados contra os Estados Unidos.

Bin Laden participou do ataque contra a embaixada norte-americana no Quênia, em 1998, e Khalid esteve envolvido com o ataque com um carro-bomba que destruiu a entrada do World Trade Center, em 1993. Bin Laden acabou sendo morto em 2011, e Khalid está preso sob jurisdição norte-americana, desde 2003.

Consequências do atentado

Depois dos atentados, a reação do governo norte-americano foi imediata e focou no endurecimento das medidas de segurança no país, com grande foco nos aeroportos, e na represália contra seus perpetradores. A revanche estadunidense deu-se por meio da invasão do Afeganistão, ainda em 2001.

A invasão do Afeganistão foi autorizada pelo então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e tinha dois objetivos: capturar Osama bin Laden e derrubar o Talibã, grupo que governava aquele país desde a década de 1990. A busca por bin Laden deu-se porque ele reconheceu em vídeo ter sido o autor dos ataques.

Os Estados Unidos procuraram derrubar o Talibã, porque esse grupo governamental e fundamentalista abrigava a Al-Qaeda em seu território. Com a invasão do Afeganistão, os EUA iniciaram uma fase do que ficou conhecido como Guerra ao Terror, que incluiu a invasão do Iraque dois anos depois (em 2003). O governo Talibã foi derrotado, mas a situação do Afeganistão nunca se estabilizou. Osama bin Laden, como mencionado, foi morto por tropas americanas em seu esconderijo no Paquistão, em 2011.

Na questão da segurança, os norte-americanos reforçaram o combate contra a atuação do terrorismo no país por meio de uma lei conhecida como Ato Patriota. Essa lei esteve em vigor até 2015 e permitia o governo interceptar ligações e mensagens telefônicas sem que fosse necessário obter autorização da justiça, por exemplo.

Além disso, na questão da segurança dos voos, novas normas foram aprovadas, deixando o embarque de passageiros extremamente rígido. A partir de 2015, a legislação de combate ao terrorismo nos Estados Unidos sofreu modificações e passou a ser chamada USA Freedom Act.

Créditos de imagens

[1] Ken Tannenbaum e Shutterstock

[2] Dan Howell e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva
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