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Marcelo Rubens Paiva

Marcelo Rubens Paiva é um escritor brasileiro contemporâneo. Ele é conhecido por narrativas cheias de humor e de ironia, com alguns traços autobiográficos.
Retrato do escritor contemporâneo Marcelo Rubens Paiva.
Marcelo Rubens Paiva é um importante autor da literatura contemporânea. (Créditos: Grupo Companhia das Letras | Reprodução)

Marcelo Rubens Paiva é um conhecido escritor contemporâneo. Dois fatos marcaram sua vida e sua escrita: a morte do pai, em 1971, por perseguição do regime militar, e um acidente ocorrido quando Marcelo tinha 20 anos, que o deixou tetraplégico. Esses foram temas presentes em sua obra mais famosa, Feliz ano velho (1982), que foi escrita após o autor conseguir retomar o movimento dos braços e pernas. Depois de produzir muitos romances e peças de teatro, ele segue como colunista do jornal Estadão (ou O Estado de São Paulo) desde 2002.

Leia também: Milton Hatoum — outro conhecido autor da literatura brasileira contemporânea

Resumo sobre Marcelo Rubens Paiva

  • Marcelo Rubens Paiva nasceu em 1º de maio de 1959.

  • É filho de Rubens Paiva (1929-1971), um deputado morto por perseguição na ditadura.

  • Gostava de literatura e música desde cedo.

  • Em 14 de dezembro de 1979, ficou tetraplégico ao mergulhar em um lago.

  • Depois de recuperar o movimento dos braços e mãos, produziu dezenas de obras.

  • Seu livro mais famoso é Feliz ano velho (1982).

  • Formou-se em Rádio e TV e em Teoria da Literatura.

  • Escreveu vários romances e peças de teatro.

  • Trabalha como colunista no jornal Estadão (ou O Estado de São Paulo).

Biografia de Marcelo Rubens Paiva

Marcelo Rubens Paiva nasceu em 1º de maio de 1959, em São Paulo (SP). É filho de Rubens Paiva (1929-1971), um deputado, e Eunice Paiva (1932-2018). O golpe militar aconteceu quando Marcelo tinha apenas quatro anos, e seu pai foi exilar-se após seu mandato ser cassado. A família se mudou para o Rio de Janeiro em 1966, mas Rubens Paiva foi preso, torturado e morto cinco anos depois, em 1971. O evento é considerado um “desaparecimento político”, já que o corpo nunca foi encontrado.

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Em 1974, Marcelo e seus quatro irmãos mudaram-se para São Paulo com a mãe, e ele ingressou no Colégio Santa Cruz. Já demonstrava seus interesses literários ao escrever para o jornal da escola. O autor também gostava do campo da música, escrevendo letras e concorrendo em festivais.

Ingressou na Universidade Estadual de Campinas para estudar Engenharia Agrícola, mas em 14 de dezembro de 1979, pulou em um lago e quebrou uma vértebra do pescoço, o que o deixou tetraplégico. Paiva tinha apenas 20 anos de idade. Com a ajuda de fisioterapia e terapia ocupacional, ele voltou a mexer as mãos e os braços.

Foi com a mobilidade recém-adquirida que começou a escrever sua obra mais conhecida, Feliz Ano Velho, que foi publicada em 1982, o mesmo ano no qual entrou na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), no curso de Rádio e TV. Seu mestrado foi feito na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Teoria da Literatura.

O livro foi o mais vendido na década de 80 no Brasil. Logo depois, o autor ganhou o Prêmio Jabuti, em 1983. Depois desse romance, Marcelo deslanchou, publicando dezenas de livros e peças de teatro cercados de humor e crítica. Desde 2002, Marcelo segue na área da escrita como colunista do jornal Estadão (ou O Estado de São Paulo).

Características das obras de Marcelo Rubens Paiva

Os principais aspectos que podem ser observados nas obras de Marcelo Rubens Paiva são:

  • linguagem coloquial;

  • ironia;

  • engajamento político;

  • humor;

  • crítica social e política.

Principais obras de Marcelo Rubens Paiva

Prosa de Marcelo Rubens Paiva

  • Feliz ano velho (1982)

  • Blecaute (1986)

  • Ua: brari — do outro lado do mundo (1990)

  • Bala na agulha (1992)

  • As fêmeas (1994)

  • Não és tu, Brasil (1996)

  • Malu de bicicleta (2002)

  • O homem que conhecia as mulheres (2006)

  • A segunda vez que te conheci (2008)

  • Crônicas para ler na escola (2011)

  • E aí, comeu? (2012)

  • As verdades que ela não diz (2012)

  • 1 drible, 2 dribles, 3 dribles: manual do pequeno craque cidadão (2014)

  • Ainda estou aqui (2015)

  • O orangotango marxista (2018)

  • O homem ridículo (2019)

Peças de teatro de Marcelo Rubens Paiva

  • 525 linhas (1989)

  • E aí, comeu? (Da boca pra fora) (1998)

  • Mais-que-imperfeito (2001)

  • Closet show (2003)

  • As mentiras que os homens contam (2003)

  • No retrovisor (2003)

  • Amo-te (2006)

  • A noite mais fria do ano (2011)

  • O predador entra na sala (2012)

  • C'est la vie (2014)

  • Amores urbanos (2016)

Veja também: Luis Fernando Verissimo — um escritor brasileiro conhecido por seu humor e por sua ironia ao fazer críticas sociais

Análise da obra Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva

A obra Feliz ano velho é a mais conhecida de Marcelo Rubens Paiva e foi escrita após seu acidente, quando conseguiu recuperar os movimentos das mãos e dos braços. Assim, o livro tem um teor autobiográfico, já que conta sobre a prisão política de seu pai, em 1971, e sobre seu próprio acidente.

O autor ficou tetraplégico em 14 de dezembro de 1979, aos 20 anos, quando mergulhou em um lago, mas conseguiu recuperar certos movimentos com fisioterapia e terapia ocupacional. Além disso, trata da sua infância e adolescência, seus interesses musicais, políticos e literários.

A seguinte descrição precede o prefácio do livro:

Marcelo tocava guitarra, jogava futebol e estudava engenharia agrônoma. Aos vinte anos sofreu um acidente que o deixou paralítico. Feliz Ano Velho repensa sua vida. Dizer que é um relato de vida comovente é fazer pacto com o lugar comum. Mas e daí? Lugar comum também não pode ser uma imagem que bate fundo no coração de todos, que pega, pela emoção, cada um de nós? Que é comum a todos? Coisas da vida, da morte, do amor, quando narradas sem pieguice, são comoventes. Sem embargo do lugar comum.|1|

A obra teve sucesso imediato e foi o livro brasileiro mais vendido da década de 1980. Além disso, foi muito traduzido e adaptado.

Notas

|1| PAIVA, Marcelo Rubens. Feliz ano velho. São Paulo: Mandarim, 1996.

Publicado por Luiza Pezzotti Pugles
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