Frente a e Face a: adequações linguísticas
Não raro nos deparamos como uso de determinadas expressões que, em face de tamanha recorrência, acabam se tornando cristalizadas tempo afora. Desavisados por sinal, muitos são os redatores que parecem cometer alguns “escorregões” por aí, muitas por falta de conhecimento ou apenas em virtude de inevitáveis desvios que às vezes cometemos por aí.
Pois bem, chegando para representar esses fatídicos casos, figuram-se as expressões “frente a” e “face a”. Representando, portanto, expressões cuja base é substantiva, notabilizam-se pelo uso de uma preposição, estando essa antecedendo o substantivo. Nesse sentido, cabe afirmar que o coreto é sempre dizermos “em face de”, em vez de “face a”; “à frente de”, “em frente de” e “de frente para” em vez de “frente a”.
Concluindo, pois, poderíamos afirmar que o impasse seria perfeitamente resolvido se aplicássemos tais preposições às locuções em evidência, concorda? Contudo, cabe ressaltar que, como todo enunciado se perfaz de uma intenção comunicativa, tal procedimento muitas vezes não será o suficiente pra alcançá-la, sobretudo se referindo às locuções cuja base se demarca pelo substantivo “frente”.
Nesse sentido, caso nos deparemos com enunciados semelhantes a “precisamos ter sabedoria frente a obstáculos mundanos”, torna-se cabível fazermos a substituição por “precisamos ter sabedoria diante de (ou ante) a obstáculos mundanos”.
Logo, consideremos como corretos enunciados assim:
Em face de tamanha fila, resolvemos voltar mais tarde.
Diante de tamanha falta de oportunidade não pude visitá-la. (o que não seria correto dizermos “frente a”)