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Eva Perón

Eva Perón foi a primeira-dama da Argentina durante o período em que Juan Perón foi presidente desse país. Ficou marcada por suas ações de caridade.
Eva Perón trajando roupas de festa e sorrindo de mãos dadas.
Eva Perón foi a primeira-dama de Juan Perón, o presidente argentino cujo governo ficou conhecido como peronismo.

Eva Perón ou Evita foi uma atriz, filantropa e primeira-dama da Argentina entre os anos de 1946 e 1952, durante o governo de Juan Perón. Ela iniciou sua carreira como atriz, ganhou notoriedade como narradora e intérprete de radionovelas e ingressou na política argentina quando casou-se com Juan Perón, líder do que ficou conhecido como peronismo.

Enquanto primeira-dama, Eva Perón lidou diretamente com os sindicatos, usou o seu espaço na rádio para defender o projeto político de seu marido e atuou fortemente na filantropia por meio da Fundação Eva Perón. Faleceu aos 33 anos, em 1952, em consequência de um câncer no colo do útero.

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Resumo sobre Eva Perón

  • Eva Perón foi uma atriz e filantropa argentina que ingressou na política ao aproximar-se de Juan Perón.

  • Tornou-se primeira-dama argentina quando seu marido Juan Perón foi eleito presidente, em 1946.

  • Antes da política, já era uma figura notória por seus papéis em radionovelas.

  • Foi figura importante para garantir a aprovação do sufrágio feminino.

  • Realizou inúmeros trabalhos de caridade e recebeu o apelido de “dama da esperança” por isso.

  • Tinha apenas 33 anos quando faleceu. Seu velório durou 13 dias, e milhões de pessoas prestaram as últimas homenagens.

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Origens de Eva Perón

María Eva Duarte, mas conhecida como Eva Perón (sobrenome que adotou quando casou-se), nasceu em 7 de maio de 1919. Existe uma divergência acerca do local de nascimento dela — fala-se que ela teria nascido em Junín ou Los Toldos (as duas cidades são vizinhas). A infância de Evita ficou marcada pela pobreza e pela humilhação.

Isso porque Evita, como ficou carinhosamente conhecida na Argentina, era parte da segunda família de Juan Duarte, um fazendeiro muito rico. Ele formou uma família com Juana Ibarguren, tendo cinco filhos com ela, e eventualmente abandonou sua segunda família para ficar com a primeira.

Assim, Evita cresceu em um ambiente familiar empobrecido e foi estigmatizada por ser filha ilegítima de Juan Duarte. Quando seu pai morreu, ela pôde ser reconhecida como filha dele, adotando seu sobrenome, mas não teve acesso a nenhuma das posses do pai. Durante sua juventude, desenvolveu o interesse por se tornar atriz.

Vida profissional de Eva Perón

Evita decidiu mudar-se para Buenos Aires quando tinha 15 anos de idade e chegou à capital argentina com o desejo de tornar-se atriz. Chegando em Buenos Aires, Evita teve um relativo sucesso na carreira, mas atuou apenas em filmes de baixo orçamento. De toda forma, a realização material de Evita só veio quando ela passou a trabalhar em radionovelas.

Ela atuava como narradora das radionovelas, interpretando papéis importantes, e se tornou uma pessoa muito influente em Buenos Aires. O grande sucesso como narradora de radionovela deu a ela, além de notoriedade, a possibilidade de se estabilizar financeiramente na capital, podendo manter seu próprio apartamento. Ela trabalhou por muitos anos na Rádio Belgrano.

Eva Perón na política argentina

Eva Perón e Juan Perón.
Eva e Juan Perón se conheceram em 1944, em um evento de arrecadação de dinheiro para as vítimas de um terremoto que ocorreu na Argentina.

A vida de Evita passou por uma guinada quando ela conheceu Juan Perón, na época secretário do Trabalho do governo argentino. Eles se conheceram em um evento realizado para arrecadar dinheiro para as vítimas de um terremoto que tinha atingido a Argentina em 1944. Pouco tempo depois de se conhecerem, Juan e Eva tornaram-se amantes, casando-se em 1945.

O envolvimento de Eva com Juan colaborou para o fato de que ela passou a ter um amplo contato com os sindicatos. Isso era influência de Perón sobre ela, pois ele tinha uma relação direta com os sindicatos, sendo que eles eram parte importante da atuação política dele. Perón demandava mais benefícios sociais para população, por meio da justiça social e do combate à desigualdade.

O crescimento da influência de Perón na política argentina não agradou a todos, uma vez que ele foi preso por seus opositores, temorosos do fortalecimento desse político. A essa altura, ele era vice-presidente da Argentina, e Evita participou de uma enorme mobilização de trabalhadores exigindo sua libertação, sendo que isso ocorreu em 17 de outubro de 1945.

Pouco depois, Juan e Eva casaram-se, e ela assumiu o sobrenome de seu marido. No ano seguinte, Perón foi eleito presidente da Argentina, e Evita teve atuação incansável na eleição de seu marido, usando seu espaço na rádio para defender Juan Perón e participando de outras ações da campanha. Ele foi eleito com 52% dos votos.

Enquanto primeira-dama, Eva Perón tornou-se uma das mulheres mais importantes e influentes da história argentina. Todas as ações dela eram alvo de holofotes. Ela se destacou pelas roupas que usava, pela viagem que fez pela Europa e pela sua atuação direta nos sindicatos, negociando os conflitos entre patrões e trabalhadores e atuando como porta-voz do governo para estes, entre outros motivos.

Duas ações de Eva Perón foram significativas e marcaram sua vida política. A primeira foi sua campanha pelo sufrágio feminino, isto é, o direito de as mulheres poderem votar e participar da política argentina. A atuação dela deu resultado, e durante o governo de seu marido foi aprovada a Lei 13.010, que determinava o sufrágio feminino e equiparava os direitos políticos de homens e mulheres.

Essa atuação de Evita em defesa do sufrágio feminino foi extremamente importante para o projeto político de Perón (chamado de peronismo), porque foi transformada em apoio político para ele. Quando Juan Perón tentou se reeleger em 1951, recebeu grande apoio das mulheres e conseguiu ser eleito, com 63% dos votos.

 Eva Perón em uma manifestação.
Eva Perón foi primeira-dama da Argentina de 1946 a 1952.

A segunda foi o trabalho voluntário e as obras de caridade que ela realizou durante os seus anos enquanto primeira-dama. O trabalho voluntário realizado por Eva Perón se deu por meio da Fundação Eva Perón, organização beneficente que levava seu nome e que funcionava recebendo dinheiro público e doações de particulares.

A Fundação Eva Perón foi responsável por dar atendimento médico a milhares de argentinos, inclusive para pessoas que moravam em regiões remotas; conseguiu abrir milhares de vagas para que jovens pudessem ter acesso à educação; e construiu escolas, hospitais, orfanatos e asilos. Além disso, distribuía presentes e alimentos e auxiliava pessoas em necessidade, fornecendo algum item para trabalho, para locomoção ou oferecendo um emprego.

Essa atuação de Eva Perón à frente dos trabalhos de caridade realizados em nome do governo fez o historiador Luis Alberto Romero entender que Evita era a “encarnação do Estado benfeitor e previdente, que com a marca da ‘Dama da Esperança’ adquiriu uma dimensão pessoal e sensível”|1|. A alcunha “dama da esperança” foi dada a Evita por causa de seu trabalho voluntário.

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Morte de Eva Perón

No começo da década de 1950, a saúde de Eva Perón começou dar sinais de que ela estava sofrendo de uma doença grave. Ela começou a ter episódios de desmaio, alguns em público, e passou a ter hemorragias. Durante dois anos ela fez inúmeros tratamentos médicos sem saber do que sofria e também sem acreditar que estava doente.

Apesar de não saber, Eva Perón tinha câncer no colo do útero em estágio avançado, que deteriorou a saúde da primeira-dama argentina rapidamente. Eva Perón perdeu bastante peso e chegou a passar por uma lobotomia, uma cirurgia cerebral feita para conter os acessos de mal humor que ela tinha por conta do sofrimento que a doença lhe causava.

Eva Perón faleceu no dia 26 de julho de 1952. Ela tinha 33 anos de idade, e seu velório se estendeu por 13 dias, sendo acompanhado por milhões de pessoas. Seus restos mortais atualmente estão em um cemitério localizado em Buenos Aires.

Notas

|1| ROMERO, Luis Alberto. História contemporânea da Argentina. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, p.105.

Publicado por Daniel Neves Silva

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