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Primeira Guerra da Chechênia

A Primeira Guerra da Chechênia foi um conflito entre travado Rússia e Chechênia de 1994 a 1996. Foi motivado pelo movimento separatista checheno.
Destroços da Primeira Guerra da Chechênia
A Primeira Guerra da Chechênia aconteceu entre 1994 e 1996, sendo travada entre Rússia e Chechênia.

A Primeira Guerra da Chechênia foi um conflito travado pela Rússia contra a Chechênia, uma região que faz parte do território russo, entre dezembro de 1994 e agosto de 1996. A guerra foi causada pela existência de um movimento separatista no interior da Chechênia. O governo russo atacou a região para enfraquecer o movimento separatista.

O movimento de independência da Chechênia se estabeleceu em 1991 como consequência da fragmentação da União Soviética. Russos e chechenos nutriam uma rivalidade histórica e o conflito surgiu como a estratégia do presidente Boris Ieltsin de resolver a questão. O conflito foi desastroso para os russos, gerando milhares de mortes e um prejuízo bilionário.

Leia também: Guerra entre Rússia e Ucrânia — as causas do conflito que se iniciou em 2022

Resumo sobre a Primeira Guerra da Chechênia

  • A Primeira Guerra da Chechênia foi um conflito que aconteceu entre Rússia e Chechênia, entre 1994 e 1996.
  • A guerra foi causada devido à luta da Chechênia pela sua independência na década de 1990.
  • Esse movimento separatista foi motivado pela fragmentação da União Soviética e pela fragilidade do governo russo.
  • A guerra foi usada por Boris Ieltsin como forma de enfraquecer o separatismo checheno.
  • O conflito foi desastroso para a Rússia, pois era impopular, e causou milhares de mortes e um prejuízo bilionário para a Rússia.

O que foi a Primeira Guerra da Chechênia?

A Primeira Guerra da Chechênia foi um conflito que se estendeu de dezembro de 1994 a agosto de 1996, sendo travado pela Rússia contra a Chechênia, uma região na Rússia que lutava por sua autodeterminação. O conflito foi travado no contexto da fragmentação da União Soviética, tendo como causa principal o separatismo da região da Chechênia.

Essa guerra foi profundamente impopular na Rússia, gerando críticas na sociedade em geral. Além disso, o resultado em vidas humanas foi desastroso, com bombardeios russos acontecendo na Chechênia, causando a morte de cerca de 100 mil pessoas, além de cerca de cinco mil soldados russos que morreram em batalha.

A Rússia sofreu com ataques contínuos de guerrilheiros chechenos, e a impopularidade da guerra e os altos custos econômicos que ela gerou forçaram a Rússia a negociar um acordo de paz com os chechenos.

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Contexto histórico da Primeira Guerra da Chechênia

A Primeira Guerra da Chechênia foi resultado da tensão que se formou entre o governo russo e a Chechênia, uma região que compõe o território russo. A rivalidade chechena com a Rússia é bastante antiga, remontando a séculos atrás, com a Chechênia lutando para manter a sua autonomia diante da expansão e do domínio russo.

No século XX, a Chechênia passou das mãos da Rússia para a União Soviética, tornando-se a República Autônoma Socialista Soviética da Checheno-Inguchétia. A relação da Chechênia contra as autoridades soviéticas também foi marcada por conflitos, e, quando a União Soviética se fragmentou, em 1991, a Chechênia procurou lutar por sua independência.

Em 1991, Dzhokhar Dudaiev foi eleito presidente da Chechênia, passando a exigir a independência da região. Ele contava com apoio popular, o que fortaleceu o movimento separatista checheno, forçando a intervenção russa na situação. Na ocasião, a Rússia era governada pelo presidente Boris Ieltsin.

A Rússia, por sua vez, era uma nação que se erguia dos cacos da União Soviética, enfrentando dificuldades políticas oriundas da fragmentação, além de inúmeros problemas na economia. A adaptação da Rússia a uma economia capitalista demandou tempo e causou problemas sérios na sociedade russa, como redução salarial, crescimento inflacionário, precarização de serviços públicos, entre outros.

Esse enfraquecimento russo e a autodeterminação de uma série de ex-nações soviéticas motivaram regiões, como a Chechênia, a se rebelarem contra o domínio russo.

Quais as causas da Primeira Guerra da Chechênia?

A Primeira Guerra da Chechênia foi um conflito motivado pelas seguintes razões:

  • Separatismo checheno: o movimento de independência que se formou na Chechênia na década de 1990 foi o principal motivo para que a guerra entre russos e chechenos acontecesse. A Chechênia, inclusive, havia se recusado a assinar um tratado com o governo russo para que recebesse autonomia política, pois não queria ratificar nenhum tratado que reconhecesse a autoridade do governo russo sobre a Chechênia. Além disso, o separatismo checheno criava problemas para a Rússia porque, se obtivesse sucesso, estabeleceria um precedente grave à Rússia na região do Cáucaso do Norte.
  • Instabilidade política russa: a fragmentação soviética e o surgimento da Rússia em meio a esse cenário geraram uma grande instabilidade política e uma sensação de vácuo institucional que motivou movimentos de independência em diferentes partes do antigo território soviético. Além disso, o governo de Boris Ieltsin era considerado fraco.
  • Interesses econômicos: a Rússia não aceitava a independência chechena porque havia fortes interesses econômicos na região, como petróleo.
  • Questões étnicas: havia uma rivalidade e ressentimentos étnicos históricos entre chechenos e russos.

Como foi a Primeira Guerra da Chechênia?

A guerra se iniciou em 11 de dezembro de 1994, quando o governo russo decidiu lançar um ataque contra a Chechênia, achando que conquistaria uma rápida vitória militar sobre a pequena república. O objetivo era realizar a conquista da cidade de Grozny, capital da Chechênia, e, apesar de muitas advertências para que a guerra não fosse iniciada, Boris Ieltsin ordenou o ataque mesmo assim.

A cidade de Grozny foi cercada por tropas russas durante semanas, sendo alvo de ataques constantes, com bombardeios aéreos acontecendo com alta frequência. Os russos tentaram realizar a conquista da cidade em um ataque que aconteceu na virada de 1994 para 1995, mas o ataque terminou em tragédia para eles.

Isso motivou os russos a intensificarem os ataques aéreos e de artilharia contra a capital chechena. Os ataques russos sobre Grozny foram tão intensos que a cidade foi conquistada pelos russos em 6 de março de 1995. Isso, no entanto, não colocou fim na guerra, pois o exército russo passou a ser constantemente atacado por guerrilheiros chechenos.

Em seguida à conquista de Grozny, o governo russo procurou estender o seu domínio para toda a extensão da Chechênia. Foi nesse cenário que os ataques de guerrilha sobre o exército russo se intensificaram, além de que ações como o sequestro de civis russos passaram a ser comuns como forma de resistência dos chechenos.

Os ataques chechenos foram causando enorme desgaste no exército russo, além da morte de milhares de russos. Também sustentar a guerra tornou-se muito caro para o governo russo, custando-lhe cerca de 5,5 bilhões de dólares.

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Fim da Primeira Guerra da Chechênia

A Primeira Guerra da Chechênia passou a ser um grande fardo para o governo russo. As tropas russas eram atacadas constantemente pelas guerrilhas chechenas, o conflito era impopular diante da população e custava muito dinheiro ao governo russo. A aproximação da eleição de 1996 fez com que o presidente russo, Boris Ieltsin, buscasse um meio de encerrar o conflito.

Em maio de 1996, o presidente russo chegou a anunciar a sua vitória, mas em agosto guerrilhas chechenas iniciaram ataques contra posições russas em diferentes cidades. O governo russo e o governo checheno, então, estabeleceram um cessar-fogo e costuraram um acordo que colocou fim na guerra, em 31 de agosto de 1996.

Consequências da Primeira Guerra da Chechênia

A Primeira Guerra da Chechênia deixou inúmeras consequências, entre elas:

  • crise humanitária na Chechênia;
  • reconhecimento da autonomia da Chechênia, embora isso não fosse uma garantia de independência;
  • crise da economia russa;
  • radicalização da Chechênia e adesão ao fundamentalismo islâmico;
  • Segunda Guerra da Chechênia.

Fontes

FREEZY, Gregory E (org.). História da Rússia. Lisboa: Edições 70, 2017.

ALBERTO, Felipe Vidal Benvenuto. O conflito checheno e o papel russo no Oriente Médio: uma análise do potencial fomento ao fundamentalismo através da ingerência estrangeira na região. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/375068500_O_Conflito_Checheno_e_o_Papel_Russo_no_Oriente_Medio_Uma_Analise_do_Potencial_Fomento_ao_Fundamentalismo_Atraves_da_Ingerencia_Estrangeira_na_Regiao

Publicado por Daniel Neves Silva

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