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Vladimir Putin

Vladimir Putin, que governa a Rússia desde 2000, foi agente do serviço secreto soviético por 15 anos.
Vladimir Putin
Vladimir Putin assumiu o poder da Rússia em 2000, quando sucedeu Boris Iéltsin. [1]

Vladimir Putin é conhecido internacionalmente como um dos nomes fortes da política da Rússia, sendo governante desse país, direta ou indiretamente, desde o ano 2000, quando sucedeu Boris Iéltsin na presidência. Ficou marcado por conseguir recuperar a economia russa depois da recessão que afetou o país na década de 1990.

Ao longo do seu governo, Putin ampliou o seu poder e perseguiu opositores, controlando a imprensa, centralizando o poder e mudando as regras do jogo — ele pode permanecer na presidência até 2036, se quiser. A partir de 2013, iniciou uma série de atritos diplomáticos com a Ucrânia que se transformaram em conflito armado.

Leia também: Vladimir Lenin — a biografia do primeiro governante da Rússia socialista

Resumo sobre Vladimir Putin

  • Putin nasceu em Leningrado na década de 1950. Ele veio de uma família humilde.

  • Foi agente do serviço secreto soviético, o KGB, por 15 anos.

  • Entrou na política na década de 1990, atuando na administração de São Petersburgo.

  • Tornou-se presidente em 2000, sucedendo Boris Iéltsin.

  • Entrou em conflito com a Ucrânia por causa da intenção desse país de se aproximar do Ocidente.

Origens de Vladimir Putin

Vladimir Vladimirovich Putin nasceu no dia 7 de outubro de 1952, na cidade de Leningrado, atualmente conhecida como São Petersburgo. Apesar de ser um dos homens mais poderosos da história recente da Rússia, Putin teve uma origem familiar bastante humilde. Seus pais tinham empregos em fábricas.

O pai de Putin se chamava Vladimir Spiridonovich Putin e foi um herói de guerra que lutou pela União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. Já a mãe de Putin se chamava Maria Ivanovna Shelomova.

Putin estudou em Leningrado durante sua infância. No mesmo período, se dedicou à prática de judô, sendo que ele é faixa preta, e sambo e estudou alemão, que foi útil em sua vida adulta. Já adulto, ingressou em uma universidade estatal de Leningrado. Nessa universidade, Putin estudou Direito e se graduou em 1975, quando então pôde iniciar sua carreira profissional.

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Carreira profissional de Vladimir Putin

Enquanto estava na universidade, Putin foi convidado a fazer parte do Partido Comunista da União Soviética. Logo após graduar-se, Putin ingressou no serviço secreto soviético, conhecido popularmente pela sua sigla, KGB.

Putin esteve por 15 anos no serviço secreto soviético, atuando principalmente em missões de contrainteligência. Demitiu-se da função em meados de 1991, alegando não concordar com o golpe que estava em andamento contra o então primeiro-secretário da União Soviética, Mikhail Gorbachev.

  • Carreira política de Vladimir Putin

No final de 1991, Gorbachev renunciou ao comando da União Soviética, e o país foi desmembrado em 15 novas nações. A Rússia passou a ser presidida por Boris Iéltsin, e um momento delicado se iniciou na história russa, principalmente por causa da recessão econômica que ocorreu no país durante grande parte da década de 1990.

Depois da abandonar o KGB, Putin retornou para São Petersburgo e ingressou na política local, atuando em diversos cargos vinculados à administração municipal, chegando a ocupar a posição de vice-prefeito. Em 1996, Putin abandonou a política municipal e se mudou para Moscou visando atuar na política nacional.

Putin conseguiu cargos na administração de Boris Iéltsin e passou a ser visto como um político com carreira promissora. Ele assumiu postos importantes, até que Iéltsin fez uma aposta arriscada e indicou Vladimir Putin para assumir uma das posições mais importantes da Rússia: a de primeiro-ministro.

Iéltsin demonstrou sua intenção de fazer de Putin o seu sucessor, e logo Putin teve grande sucesso ao iniciar uma guerra contra o movimento separatista da Chechênia. O conflito se estendeu por longos anos, mas em 1999 teve dois efeitos quase instantâneos: os separatistas da Chechência se enfraqueceram, e a popularidade de Putin disparou.

Logo depois, Iéltsin renunciou, e Putin assumiu interinamente a presidência russa, o que era previsto pela Constituição da Rússia. Em 2000, Putin concorreu à presidência e foi eleito com 53% dos votos, dando início a um longo período de controle da política russa.

Leia também: Josef Stalin — o ditador que esteve à frente do poder soviético por quase 30 anos

Governo de Vladimir Putin

A presença de Putin no comando da Rússia é dividido em três fases:

  • 2000–2008: primeiro governo de Putin.

  • 2008–2012: Putin como primeiro-ministro.

  • 2012–atualidade: segundo governo de Putin.

Quando assumiu a presidência, seu discurso político defendia aspectos como o nacionalismo, a necessidade de a Rússia encontrar o caminho para o desenvolvimento de maneira independente do Ocidente, a existência de um Estado forte que garantisse as liberdades individuais e a defesa dos ideais de solidariedade e justiça social.

Essa era a plataforma de Putin em 2000, mas, ao longo do tempo, alguns desses itens foram “esquecidos”. Seus primeiros anos de governo foram marcados por excelentes resultados na economia. À medida que conquistava o apoio da população, Putin procurava centralizar o poder em si.

Assim, pouco a pouco, Putin foi demonstrando pouca disposição em aceitar discordâncias políticas. Ele procurou controlar a Duma, o Parlamento russo, e passou a perseguir todos os oligarcas contrários ao seu governo. Além disso, criou meios de controle sobre a imprensa da Rússia.

Putin também adotou mecanismos que reduziram a autonomia que as unidades administrativas russas possuíam, estabelecendo uma linha de poder bastante centralizada, e as províncias deveriam obedecer estritamente às ordens vindas de Moscou. Dessa maneira, Putin expandiu consideravelmente o seu poder.

O primeiro governo de Putin durou oito anos, pois cada mandato tinha quatro anos de duração com possibilidade de uma reeleição (ele foi reeleito em 2004). Em 2008, foi eleito presidente Dmitri Medvedev, aliado de Putin. No governo de Medvedev, Putin assumiu a posição de primeiro-ministro, uma demonstração de que o poder da Rússia continuava nas mãos de Putin.

Depois da presidência de Medvedev, Putin foi reeleito presidente, e as regras do jogo foram alteradas. Antes, Putin poderia ficar apenas oito anos como presidente. Agora, reformas constitucionais permitem que Putin governe a Rússia por 24 anos ininterruptos. Na prática, ele pode ser presidente da Rússia até o ano de 2036.

Política externa do governo Putin

Outro ponto importante do governo de Putin é a política externa. Ele se posiciona abertamente contra a influência dos países ocidentais no que ele considera o quintal da Rússia — o Leste Europeu e as ex-repúblicas soviéticas. Isso tem causado atritos entre a Rússia e as nações ocidentais, principalmente quando a União Europeia (UE) ou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se aproximam dessa zona de influência.

Isso é entendido como uma demonstração aberta de Putin de impor uma posição na defesa dos interesses da Rússia e de tornar o seu país novamente uma potência mundial depois da queda da União Soviética. Além de defender sua zona de influência dos interesses ocidentais, Putin também procura demonstrar suas intenções em outros cenários.

Foi assim que a Rússia passou a atuar na Guerra Civil Síria, um conflito que se arrasta no Oriente Médio desde 2011. Putin autorizou essa intervenção como forma de contar com o apoio do governo de Bashar al-Assad, um importante aliado da Rússia na região. Além disso, aproximou-se da China em uma espécie de aliança contra a influência dos interesses ocidentais.

Leia também: Como ocorreu o fim da União Soviética?

Rivalidade contra a Ucrânia

Nos últimos anos, as relações entre Ucrânia e Rússia têm se desgastado consideravelmente, principalmente porque Putin não aceita a aproximação da Ucrânia às potências ocidentais, representadas pela União Europeia e a Otan. Essa tensão ficou maior a partir de 2013, quando a Ucrânia conduzia negociações para estreitar laços com a UE.

Mulher segura placa onde se lê: “Say no to Putin” (“Diga não a Putin”, em tradução livre).
Protesto em Kiev, capital da Ucrânia, contra a interferência russa nas negociações da Ucrânia com a Otan. Na placa, lê-se: “Diga não a Putin”. [2]

Na ocasião, o presidente ucraniano Viktor Yanukovich rompeu as negociações com a UE para se aproximar da Rússia. Isso desagradou a população ucraniana, que foi às ruas exigir a retomada das negociações com a União Europeia. Os protestos populares resultaram na deposição de Viktor Yanukovich.

Vladimir Putin não gostou da deposição de seu aliado político na Ucrânia e decidiu intervir na situação. A Rússia invadiu a Crimeia, uma região ucraniana de população russa e posição geopolítica estratégica. A Crimeia foi anexada ao território russo, e o governo ucraniano nada pôde fazer para evitá-lo.

Além disso, o governo de Putin fomentou movimentos separatistas pró-Rússia em Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia. A situação permaneceu tensa, e em 2022 uma nova escalada aconteceu por causa da aproximação da Ucrânia com a Otan. Não satisfeito com isso, Putin reconheceu a independência de Lugansk e Donetsk e ordenou uma invasão militar contra a Ucrânia.

  • Videoaula sobre as tensões entre Rússia e Ucrânia

Créditos das imagens:

[1] Sasa Dzambic Photography e Shutterstock

[2] Oleksandr Polonskyi e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

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