Guerra entre Rússia e Ucrânia
A guerra entre Rússia e Ucrânia é um dos principais conflitos armados na atualidade. Essa guerra modificou profundamente as relações entre as principais potências globais, sendo importante destacar que as tensões entre Rússia e Ucrânia datam de momentos históricos distintos e foram intensificadas nos últimos anos. Uma das principais causas do conflito é a aproximação da Ucrânia com o Ocidente, tida pela Rússia como uma ameaça à sua soberania, e duas das principais consequências são o grande número de refugiados e os graves prejuízos financeiros.
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Resumo sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia
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Ao longo das últimas três décadas, a Ucrânia tem feito tentativas de aproximação com órgãos ultranacionais ocidentais.
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A Rússia entende a aproximação da Ucrânia com o Ocidente como uma importante ameaça para a sua soberania nacional.
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A Rússia, primeiramente, invadiu a Península da Crimeia, parte integrante do território ucraniano, em 2014.
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Em 2022, a Rússia iniciou uma invasão do território ucraniano, por meio de ataques aéreos e terrestres.
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A guerra entre Rússia e Ucrânia é um conflito que possui motivações históricas, políticas, culturais e até mesmo econômicas.
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Esse conflito modificou profundamente o equilíbrio de forças entre as nações e reorganizou as alianças políticas e econômicas mundiais.
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Nos últimos meses, a guerra entre Rússia e Ucrânia tem sido marcada pelo discreto avanço das forças ucranianas, além da reorganização das forças russas.
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O conflito entre os dois países transformou a ordem mundial global estabelecida desde o fim do século XX.
Contexto histórico da guerra entre Rússia e Ucrânia
As tensões entre a Rússia e a Ucrânia são históricas. Esses países compartilham diversos laços históricos, políticos e culturais e inclusive fizeram parte de uma mesma nação, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), uma das principais potências do século XX, que se fragmentou em diversas repúblicas no final desse século, dentre elas a Rússia e a Ucrânia.
A independência da Ucrânia, no ano de 1991, que ocorreu de forma pacífica, iniciou um período de aproximação desse país com as potências ocidentais. Ao longo das últimas três décadas, a Ucrânia tem feito tentativas de aproximação com órgãos ultranacionais ocidentais, como a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Cada vez mais próximo da política ocidental, esse panorama geopolítico ucraniano irritou profundamente os russos, que percebem a Ucrânia como um território de grande importância histórica, tradicionalmente atrelada às políticas externas da Rússia. Assim, os russos buscaram formas de romper a aproximação dos ucranianos com as organizações e países ocidentais.
A Rússia, primeiramente, invadiu a Península da Crimeia, parte integrante do território ucraniano, em 2014, com o pretexto de proteger os russos nativos que habitam essa região. A Rússia também fomentou conflitos separatistas ao longo dos últimos anos no leste ucraniano, em uma região geográfica conhecida como Donbas.
Por fim, em 2022, a Rússia iniciou uma invasão do território ucraniano, por meio de ataques aéreos e terrestres. Esse cenário culminou no atual conflito, a guerra entre Rússia e Ucrânia, que dura até os dias atuais. Essa invasão resultou em uma grande tensão entre a Rússia e a Ucrânia e modificou profundamente a ordem de poder geopolítico estabelecida mundialmente.
Quais são as causas da guerra entre Rússia e Ucrânia?
Há diversas causas que são comumente apontadas como responsáveis pela guerra entre Rússia e Ucrânia, as quais envolvem motivações históricas, políticas, culturais e até mesmo econômicas. Esse conflito tem um contexto, portanto, geopolítico, visto que envolve as principais forças militares mundiais, com destaque para a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A lista abaixo apresenta os principais motivos da guerra entre Rússia e Ucrânia:
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aproximação do governo ucraniano com as grandes potências ocidentais, como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália;
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possibilidade de entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte;
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contestação da soberania ucraniana efetivada pelo governo russo em razão dos seus laços históricos com a Rússia;
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iniciativa do governo da Rússia de estabelecer uma zona de influência russa nas suas fronteiras;
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vontade ucraniana de aderir aos organismos políticos e econômicos representativos da Europa, como a União Europeia.
Fatos que marcaram a guerra entre Rússia e Ucrânia
A guerra entre Rússia e Ucrânia, ao longo do seu um ano de duração, registrou diversos momentos históricos e militares de grande importância geopolítica. Ela modificou profundamente o equilíbrio de forças entre as nações do globo e ainda reorganizou as alianças políticas e econômicas existentes no mundo. A listagem abaixo apresenta os principais pontos desse conflito ao longo do último ano:
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24 de fevereiro de 2022 – invasão da Ucrânia pela Rússia: nessa data, por meio de uma incursão terrestre relâmpago, acompanhada de diversos ataques aéreos, a Rússia invadiu a Ucrânia, objetivando uma rápida tomada do território do país.
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28 de fevereiro de 2022 – pedido de entrada da Ucrânia na União Europeia: a Ucrânia, visando ao apoio político e econômico das potências europeias, realizou o pedido oficial para ingressar na União Europeia.
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10 de março de 2022 – tomada de Kherson: essa cidade do sul ucraniano, considerada estratégica pelos dois lados do conflito, foi ocupada pela Rússia logo no início da guerra, marcando o grande poderio militar dessa potência bélica.
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21 de março de 2022 – cerco de Mariupol: essa cidade estratégica, localizada nas margens do mar de Azov, representou um dos mais sangrentos conflitos da guerra, com um grande número de civis mortos pelas forças russas.
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2 de abril de 2022 – retomada de Kiev: a partir das dificuldades encontradas pela Rússia e consequente mudança de foco do conflito para o leste ucraniano, a Ucrânia retomou a maior parte dos subúrbios de Kiev.
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18 de maio de 2022 – candidatura da Suécia e da Finlândia à Otan: os países citados, receosos com a invasão da Rússia na Ucrânia, decidiram abandonar seu status de neutralidade e candidatar-se ao ingresso para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
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3 de julho de 2022 – tomada de Lugansk: essa província, localizada mais ao leste da Ucrânia, foi tomada pela Rússia, consagrando assim o objetivo desse país em concentrar seus esforços de guerra na porção leste do território ucraniano.
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11 de setembro de 2022 – retomada da Ucrânia: o país invadido, por meio da reorganização de suas forças militares e do apoio logístico e bélico das potências ocidentais, conseguiu retomar pontos importantes do norte, sul e leste ucraniano.
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21 de setembro de 2022 – mobilização parcial na Rússia: nessa data, mediante as grandes perdas humanas e bélicas sofridas na guerra, a Rússia anunciou a convocação de cerca de 300 mil reservistas para lutar na Ucrânia.
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30 de setembro de 2022 – pedido de entrada da Ucrânia na Otan: a Ucrânia, visando a um apoio militar efetivo da Organização do Tratado do Atlântico Norte, realizou o pedido de ingresso nessa organização.
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5 de outubro de 2022 – anexação ilegal das províncias ucranianas: a Rússia anexou e ratificou, de forma ilegal e não reconhecida pela maior parte da comunidade internacional, as regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia.
No período de inverno no Hemisfério Norte, a guerra entre Rússia e Ucrânia tem sido marcada pelo discreto avanço das forças ucranianas e pela reorganização das forças russas. Os ataques aéreos russos, inclusive em grandes cidades como Kiev, continuam, mas os combates terrestres então mais concentrados no leste da Ucrânia, região tomada pelo conflito entre os dois países.
No âmbito geopolítico, há diversas tratativas entre as potências internacionais para um acordo entre os dois lados do conflito, situação que esbarra tanto em interesses internos quanto na reorganização dos poderes globais. Atualmente, não há um vislumbre para o encerramento do conflito, que já deixou milhares de mortos e feridos, além de grandes prejuízos econômicos e um elevado volume de refugiados.
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Quais são as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia?
As consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia envolvem questões históricas, políticas, culturais e econômicas. O conflito entre os dois países provocou mudanças profundas na organização das forças mundiais, transformando a ordem mundial global estabelecida desde o fim do século XX, com a ascensão de novos polos de poder. A lista abaixo apresenta as principais consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia:
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reorganização das forças de poder mundiais por meio da composição de novos blocos de apoio econômico e bélico;
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crescimento da tensão entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte e a Rússia, que são as duas principais potências nucleares globais;
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acirramento das relações entre as principais potências do globo, como Estados Unidos, China, Rússia, Índia e União Europeia;
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aumento da insegurança alimentar e energética em diversos países que dependem de produtos primários ucranianos e russos;
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grande número de refugiados e deslocados, especialmente em nações europeias vizinhas do território da Ucrânia;
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temor de novas invasões russas em outros países considerados vulneráveis, como a Geórgia e a Moldávia;
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elevação da inflação registrada em diferentes países do mundo em razão do aumento dos preços de bens como energia, combustível e alimentação;
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acentuado prejuízo em vidas humanas e nos âmbitos econômicos e ambientais resultante do conflito em questão.
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