Classificação dos seres vivos

A classificação dos seres vivos é baseada em um sistema hierárquico que agrupa os organismos em categorias taxonômicas, do mais amplo ao mais específico: domínio, reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Também chamada de taxonomia, essa sistematização permite que cientistas identifiquem, estudem e comuniquem informações sobre os organismos de maneira padronizada. O critério utilizado atualmente são as relações evolutivas, agrupando organismos de acordo com a ancestralidade comum.

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Leia também: Quais são os níveis de organização dos seres vivos?

Resumo sobre classificação dos seres vivos

  • A classificação dos seres vivos é um sistema hierárquico que agrupa os organismos em categorias.
  • Também pode ser chamada de taxonomia.
  • O critério utilizado é a ancestralidade comum entre os organismos.
  • As investigações morfológicas, genéticas, ecológicas e comportamentais possibilitam compreender a história evolutiva dos seres vivos.
  • Do mais amplo ao mais específico, os grupos taxonômicos são: domínio, reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.
  • Um grupo mais amplo inclui grupos mais restritos.
  • Os representantes de um grupo mais restrito terão também as características do grupo mais amplo em que está inserido.
  • Essa sistematização permite que cientistas identifiquem, estudem e comuniquem informações sobre os organismos de maneira padronizada.

O que é a classificação dos seres vivos?

A classificação dos seres vivos (ou taxonomia) é uma ferramenta científica que organiza a diversidade biológica em grupos hierárquicos, baseando-se em semelhanças morfológicas, genéticas, ecológicas e evolutivas. Essa sistematização permite que cientistas identifiquem, estudem e comuniquem informações sobre os organismos de maneira padronizada.

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Qual é a classificação dos seres vivos?

A classificação dos seres vivos é baseada em um sistema hierárquico que agrupa os organismos em categorias taxonômicas, da mais ampla à mais específica:

  • domínio;
  • reino;
  • filo;
  • classe;
  • ordem;
  • família;
  • gênero;
  • espécie.
Categorias taxonômicas no sistema de classificação dos seres vivos, do nível mais amplo ao mais específico. [imagem_principal]
Categorias taxonômicas no sistema de classificação dos seres vivos. (Créditos: Gabriel Franco | Mundo Educação)

Essa estrutura reflete o grau de parentesco evolutivo entre os seres vivos, formando conjuntos de acordo com características compartilhadas e ancestrais comuns. O critério utilizado para incluir organismos nessas categorias são as relações de ancestralidade que são investigadas por meio de análises morfológicas, genéticas, ecológicas e comportamentais.

Quanto mais específica a categoria, como gênero ou espécie, mais recente é o ancestral comum e mais semelhantes são os organismos dentro desse grupo. Essa organização facilita o estudo da biodiversidade e sua construção representa como a vida evoluiu e se diversificou ao longo do tempo.

Veja também: Afinal, vírus são considerados seres vivos?

Classificação dos seres vivos por espécie

A espécie é a unidade fundamental da classificação biológica, representando o nível específico da organização dos seres vivos. Uma espécie é definida como um grupo de organismos capazes de se reproduzirem entre si naturalmente e produzirem descendentes férteis. Esse isolamento reprodutivo que determina os agrupamentos dos organismos em espécies tem influência de aspectos morfológicos, genéticos, ecológicos, comportamentais e geográficos.

Categorias taxonômicas

O sistema de classificação taxonômica organiza os seres vivos em uma hierarquia de grupos, em que cada nível superior abrange e inclui os níveis inferiores. Cada grupo compartilha características comuns herdadas de um ancestral evolutivo, e quanto mais restrito o nível taxonômico, mais recente é esse ancestral e mais semelhantes são os organismos que ele engloba. Por exemplo, os cães pertencem à(ao):

  • Espécie Canis lúpus.
  • Gênero Canis (canídeos com crânio alongado e ossos densos — cães, lobos, coiotes e chacais).
  • Família Cannidae (todos os carnívoros com focinhos alongados, caudas espessas, orelhas pontudas e eretas e molares adaptados a esmagamento — lobos, cães, raposas, chacais, coiotes).
  • Ordem Carnivora (todos os mamíferos com dentes afiados, caninos fortes e garras afiadas que se alimentam de carne).
  • Classe Mammalia (todos os cordados que têm glândulas mamárias).
  • Filo Chordata (todos os animais que têm notocorda).
  • Reino Animalia (todos os organismos eucariontes multicelulares, heterotróficos e com capacidade de locomoção).
  • Domínio Eukarya (todos os organismos com células eucariontes).
Exemplo de classificação dos seres vivos em diagrama da taxonomia dos cães.
.Os cães têm características (das mais específicas às mais abrangentes) que identificam cada nível de sua classificação.

Cada nível superior é mais amplo e inclui os níveis abaixo. Nesse exemplo, todos os membros da família Cannidae são necessariamente Carnivora, Mammalia, Chordata e assim por diante. Essa organização não apenas reflete a história evolutiva, mas também ajuda os cientistas a preverem características de organismos com base em sua classificação.

Veja outro exemplo, desta vez, a classificação dos seres humanos:

Exemplo de classificação dos seres vivos em diagrama da taxonomia dos seres humanos.
Taxonomia dos seres humanos. (Créditos: Gabriel Franco | Mundo Educação).

Qual a importância da classificação dos seres vivos?

A classificação biológica organiza a biodiversidade, facilitando o estudo e compreensão da vida na Terra. Ela padroniza a nomenclatura científica, evitando confusões com nomes populares e idiomas distintos. Esse sistema fornece base para os estudos da biodiversidade que podem contribuir na medicina, ecologia, farmácia e em diferentes indústrias. Além disso, permite a estruturação do conhecimento sobre a biodiversidade para estudos que buscam investigar os seres vivos em seus diversos aspectos.

História da classificação dos seres vivos

Desde a Antiguidade existe o interesse humano em organizar e compreender a diversidade da vida. Aristóteles, na Grécia Antiga, desenvolveu os primeiros métodos registrados para dividir os organismos. Ele criou as categorias de animais e plantas e estabeleceu subgrupos baseados em características como habitat e modo de vida.

Ao longo da história, modificações e alterações ocorreram e vários sistemas de classificação surgiram e foram utilizados. Durante a Idade Média, por exemplo, as classificações incorporaram elementos mitológicos e religiosos, refletindo a visão de mundo da época intimamente ligada às crenças religiosas.

No século XVIII, Carl Lineu, em sua obra Systema Naturae, organizou fundamentos para a classificação biológica que, embora modificados, são utilizados até hoje. São exemplos o estabelecimento do latim para nomenclatura científica e o método da nomenclatura binomial para as espécies.

No século XIX, Charles Darwin publicou suas ideias sobre a evolução por seleção natural, demonstrando evidências de que as semelhanças entre organismos resultam de ancestralidade comum. Suas ideias foram fundamentais no estabelecimento da classificação biológica como é atualmente, de forma que voltou as investigações das características dos seres vivos a um critério evolutivo no que diz respeito à classificação.

Saiba mais: Como está dividido o reino Plantae

Exercícios resolvidos sobre classificação dos seres vivos

1. (Uece/CEV – 2023) Em relação às categorias taxonômicas, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma nos itens abaixo.

(  ) Reino é uma categoria constituída pelo conjunto de filos.

(  ) O conjunto de classes está representado na categoria taxonômica ordem.

(  ) Família é constituída pelo conjunto de gêneros.

(  ) O conjunto de gêneros é representado em espécie.

Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:

a) V, V, V, F.

b) V, F, V, F.

c) F, V, F, V.

d) F, F, F, V.

Resposta: B)

A hierarquia da classificação biológica da mais abrangente para a mais específica é: domínio, reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Dessa forma, é verdadeira a afirmação “Reino é uma categoria constituída pelo conjunto de filos”. É falsa a afirmação “O conjunto de classes está representado na categoria taxonômica ordem”, pois classe é mais abrangente do que ordem. Assim, o conjunto de ordens forma uma classe, e um conjunto de classes forma um filo. A afirmação “Família é constituída pelo conjunto de gêneros” é verdadeira. Já a afirmação “O conjunto de gêneros é representado em espécie” é falsa, pois o conjunto de espécies é representado em gênero e o conjunto de gêneros é representado em família.

2. (Vunesp) A espécie Papaver somniferum é a papoula, planta que é fonte da morfina, opioide utilizado como atenuante da dor. Em busca de outras plantas que pudessem sintetizar o mesmo tipo de opioide, um pesquisador iniciou seu estudo selecionando espécies que tivessem com a papoula a maior proximidade evolutiva. Para isso, o primeiro critério adotado para a seleção das espécies foi que pertencessem

a) à mesma ordem da Papaver somniferum.

b) ao mesmo reino da Papaver somniferum.

c) à mesma classe da Papaver somniferum.

d) ao mesmo filo da Papaver somniferum.

e) ao mesmo gênero da Papaver somniferum.

Resposta: E)

A hierarquia da classificação biológica da mais abrangente para a mais específica é: domínio, reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Os organismos nas classificações mais específicas são mais próximos evolutivamente, pois compartilham um ancestral comum mais recente e possuem mais semelhanças. Dessa forma, a primeiro critério para encontrar espécies com características semelhantes à Papaver somniferum é observar espécies do mesmo gênero.

Fontes

AMORIM, DS. Fundamentos da sistemática filogenética. Ribeirão Preto: Holos, 2002.

RIDLEY, M. Evolução. 3ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2006.

Escritor do artigo
Escrito por: Marilia Lazarin Bióloga e educadora formada pela Universidade de São Paulo e pós-graduanda em Educação para a Ciência pela Universidade Estadual Paulista. Se dedica à produção de conteúdos educacionais didáticos e paradidáticos na área das ciências da natureza.

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