Redes sociais
As redes sociais são estruturas que conectam pessoas ou organizações com base em interesses, valores ou objetivos comuns, existindo tanto no ambiente físico quanto no virtual. Enquanto as redes tradicionais dependem de interações presenciais e proximidade geográfica, as virtuais transcendem barreiras físicas e temporais, permitindo conexões globais instantâneas.
Desde o surgimento das primeiras plataformas digitais, como Geocities (1994) e Classmates (1995), até gigantes como Facebook (2004), Instagram (2010) e TikTok (2016), essas ferramentas revolucionaram a comunicação, o acesso à informação e as relações humanas. No Brasil, redes como WhatsApp, YouTube e Instagram dominam o cenário, refletindo a intensa conectividade digital do país.
No contexto capitalista e globalizado, as redes sociais facilitam o marketing, a coleta de dados e o consumo global, mas também promovem movimentos sociais e oportunidades para pequenos negócios. Contudo, apresentam desafios como desinformação, impactos na saúde mental e concentração de poder em grandes corporações. Elas se consolidaram como ferramentas indispensáveis na sociedade contemporânea, moldando comportamentos individuais e coletivos.
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Resumo sobre redes sociais
- As redes sociais são estruturas que existem em ambiente físico ou virtual para conectar pessoas ou organizações com base em interesses, valores ou objetivos comuns.
- As redes sociais tradicionais dependem de interações presenciais e proximidade geográfica.
- As virtuais transcendem barreiras físicas e temporais, permitindo conexões globais mediadas por tecnologia.
- Entre as mais usadas globalmente estão Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube, TikTok, LinkedIn, Pinterest e Snapchat. No Brasil, WhatsApp, YouTube e Instagram lideram em popularidade.
- Atuam como ferramentas para comunicação, marketing e consumo, gerando lucros por meio de publicidade direcionada e coleta de dados pessoais.
- Elas oferecem comunicação instantânea, acesso rápido à informação e entretenimento, networking profissional e pessoal, além de apoio a causas sociais.
- Em contrapartida, causam problemas como dependência digital, impacto na saúde mental (ansiedade e baixa autoestima), disseminação de desinformação e enfraquecimento das relações interpessoais fora do ambiente digital.
- O Brasil é o terceiro maior consumidor global de redes sociais, com destaque para WhatsApp (169 milhões de usuários), YouTube (142 milhões) e Instagram.
O que são redes sociais?
As redes sociais são estruturas que conectam pessoas ou organizações com base em interesses, valores ou objetivos comuns. Elas podem existir tanto no ambiente físico quanto no virtual. No contexto tradicional, redes sociais referem-se a grupos de pessoas interligadas por laços familiares, de amizade, profissionais ou comunitários.
Já no ambiente digital, as redes sociais são plataformas online, como Facebook, Instagram e WhatsApp, que permitem a interação entre usuários por meio do compartilhamento de conteúdo e mensagens. Essas ferramentas desempenham um papel essencial na comunicação moderna, promovendo conexões pessoais, profissionais e até mesmo comerciais.
As redes sociais tradicionais e virtuais diferem em vários aspectos. As tradicionais são formadas por interações presenciais e diretas, como círculos de amigos, grupos religiosos ou associações comunitárias. Elas dependem de vínculos interpessoais e proximidade geográfica para se estabelecerem.
Por outro lado, as redes sociais virtuais transcendem barreiras físicas e temporais, permitindo que pessoas de diferentes partes do mundo se conectem instantaneamente. Além disso, as redes sociais virtuais são mediadas por tecnologias digitais e frequentemente organizadas em plataformas específicas que oferecem funcionalidades como envio de mensagens instantâneas, compartilhamento de fotos e vídeos e criação de comunidades temáticas.
Apesar das diferenças, ambas as formas de redes sociais compartilham o objetivo principal de conectar indivíduos e grupos. No entanto, enquanto as redes tradicionais tendem a ser mais limitadas em alcance geográfico e número de participantes, as virtuais ampliam significativamente essas possibilidades. Isso torna as redes sociais online ferramentas poderosas para disseminar informações rapidamente, promover causas sociais e facilitar o networking profissional.
Contudo, elas também apresentam desafios únicos, como a propagação de desinformação e a superficialidade nas interações humanas.
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Lista de redes sociais
Aqui estão algumas das redes sociais mais usadas no mundo todo.
- Facebook: rede social voltada para conexões pessoais e compartilhamento de imagens, áudio e vídeo. É possível comprar e vender mercadorias no marketplace.
- Instagram: focada em fotos, vídeos e stories. É uma das redes sociais com mais usuários no Brasil.
- WhatsApp: aplicativo de mensagens instantâneas usado no mundo todo. É uma ferramenta de comunicação essencial em vários países, permitindo enviar mensagens de texto, fazer chamadas de voz e vídeo. É a rede social mais usada no Brasil, onde mais de 90% dos usuários de internet usam WhatsApp.
- YouTube: plataforma para compartilhamento de vídeos de todos os tamanhos e tipos. É uma rede social que atrai todo tipo de público: crianças, adolescentes e adultos.
- Twitter: rede para microblogs, pequenos textos e discussões rápidas. Essa rede social está perdendo valor de mercado e usuários no mundo todo desde que foi adquirida pelo bilionário Elon Musk.
- TikTok: rede social voltada para vídeos curtos e criativos, faz muito sucesso junto ao público mais jovem.
- LinkedIn: rede profissional para conexões de trabalho frequentada por adultos.
- Pinterest: rede social de compartilhamento de ideias visuais e inspirações.
- Snapchat: rede social de comunicação por meio de fotos e vídeos temporários.
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Função das redes sociais
As redes sociais desempenham um papel crucial em sociedades capitalistas e globalizadas, onde a informação se tornou um recurso valioso. Em um mundo interconectado, essas plataformas funcionam como ferramentas de comunicação, marketing e consumo, permitindo que empresas e indivíduos alcancem públicos globais de forma rápida e eficaz.
No capitalismo contemporâneo, as redes sociais são usadas para gerar lucro por meio de publicidade direcionada, coleta de dados e influência sobre o comportamento do consumidor. Empresas como Facebook e Google, por exemplo, exploram o chamado "capitalismo de vigilância", em que os dados pessoais dos usuários são transformados em mercadorias para otimizar campanhas publicitárias e maximizar lucros.
Além disso, as redes sociais são catalisadoras de uma nova forma de globalização. Elas transcendem fronteiras físicas e culturais, conectando pessoas de diferentes partes do mundo em tempo real. Essa conectividade facilita a disseminação de ideias, movimentos sociais e tendências culturais, como visto em eventos históricos como a Primavera Árabe ou campanhas globais como #MeToo.
No entanto, essa mesma capacidade pode ser usada para espalhar desinformação e manipular opiniões públicas, exacerbando problemas como polarização política e desigualdades sociais. Assim, as redes sociais não apenas refletem as dinâmicas do capitalismo globalizado, mas também moldam essas dinâmicas ao influenciar comportamentos individuais e coletivos.
Por fim, no contexto capitalista, as redes sociais também servem como plataformas para inovação econômica e social. Elas oferecem oportunidades para pequenos empreendedores alcançarem mercados globais e permitem que movimentos sociais mobilizem recursos humanos e financeiros de forma eficiente.
Contudo, esse potencial positivo é acompanhado por desafios éticos relacionados à privacidade, à exploração dos dados pessoais e à concentração de poder nas mãos de grandes corporações tecnológicas. Dessa forma, as redes sociais se tornaram tanto instrumentos de progresso quanto fontes de tensões em uma sociedade globalizada que valoriza a informação como um ativo estratégico.
Quais as vantagens e desvantagens das redes sociais?
Para os usuários, as redes sociais oferecem uma série de vantagens. Elas facilitam a comunicação instantânea, permitindo que pessoas mantenham contato com amigos e familiares, independentemente da distância geográfica. Além disso, são fontes ricas de informação e entretenimento, possibilitando o acesso rápido a notícias, conteúdos educativos e até oportunidades profissionais. As redes também promovem o networking, ajudando na construção de relações pessoais e profissionais, além de serem ferramentas poderosas para ativismo social e disseminação de causas importantes.
Por outro lado, as redes sociais podem trazer prejuízos significativos. O uso excessivo pode levar à dependência, afetando a saúde mental com problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima. A comparação constante com padrões irreais divulgados nas plataformas pode prejudicar a autoimagem e gerar transtornos alimentares.
Além disso, a disseminação de desinformação e discursos de ódio é um problema recorrente que afeta tanto os indivíduos quanto a sociedade como um todo. Outro ponto negativo é o impacto nas relações interpessoais fora do ambiente digital, muitas vezes enfraquecidas pelo tempo excessivo gasto online.
→ Videoaula sobre essência e aparência nas redes sociais
Redes sociais no Brasil
As redes sociais desempenham um papel central na vida dos brasileiros, refletindo a intensa conectividade digital do país. Em 2023, o Brasil consolidou-se como o terceiro maior consumidor de redes sociais no mundo, atrás apenas da Índia e da Indonésia. Com cerca de 169 milhões de usuários ativos no WhatsApp e 142 milhões no YouTube, os brasileiros passam, em média, 3 horas e 46 minutos por dia conectados a essas plataformas.
Esse uso intenso reflete tanto a busca por interação social quanto o consumo de informações e entretenimento, características marcantes do comportamento digital no país.
Entre as redes sociais mais utilizadas no Brasil em 2023 destacam-se o WhatsApp, amplamente usado para comunicação pessoal e profissional, seguido pelo YouTube, que combina entretenimento audiovisual com conteúdo educativo. O Instagram ocupa a terceira posição, sendo uma plataforma popular para compartilhamento de imagens, vídeos curtos e stories.
Outras redes como Facebook, TikTok e Kwai também têm forte presença, com milhões de usuários engajados. O TikTok, por exemplo, conquistou especialmente o público jovem com vídeos curtos e criativos, enquanto o Kwai tem crescido rapidamente ao oferecer conteúdo exclusivo e parcerias estratégicas.
No contexto brasileiro, as redes sociais não são apenas ferramentas de interação social, elas também desempenham papéis econômicos e culturais significativos. São plataformas essenciais para pequenos negócios divulgarem seus produtos, para influenciadores digitais alcançarem grandes audiências e para movimentos sociais ganharem visibilidade.
Contudo, o uso intensivo dessas redes também traz desafios, como a disseminação de desinformação e o impacto na saúde mental dos usuários. Assim, as redes sociais no Brasil refletem tanto as oportunidades quanto os dilemas da era digital globalizada.
História das redes sociais
A história das redes sociais remonta à formação de redes sociais tradicionais, que sempre existiram como estruturas de interação humana, baseadas em laços familiares, profissionais ou comunitários. Essas redes físicas foram fundamentais para a troca de informações, apoio mútuo e construção de identidades coletivas. No entanto, com a evolução tecnológica e a chegada da internet, essas conexões começaram a migrar para o ambiente digital, dando origem às primeiras redes sociais virtuais.
Em 1954, pela primeira vez, tomamos conhecimento do conceito de rede social (social network), por intermédio do antropólogo britânico Jonh Barnes (1987), que analisou a importância da amizade, do parentesco e da vizinhança como relações informais e interpessoais na estruturação e na integração dos pescadores de uma pequena comunidade. Para Barnes a vida social era considerada um conjunto de pontos (nós) que se estruturavam em teias de relações.
O marco inicial das redes sociais virtuais ocorreu em 1994 com o lançamento do Geocities, uma plataforma que permitia aos usuários criar suas próprias páginas na internet. Em 1995, surgiram outras iniciativas como o Classmates, que conectava antigos colegas de escola, e o The Globe, que promovia interações baseadas em interesses comuns.
Nos anos 2000, as redes sociais ganharam força com plataformas como Friendster (2002), MySpace (2003) e LinkedIn (2003), cada uma oferecendo funcionalidades específicas para socialização ou networking profissional. O Facebook, lançado em 2004, revolucionou o conceito de redes sociais ao se tornar um espaço global de interação pessoal e comercial. Posteriormente, outras plataformas como Instagram (2010), WhatsApp (2009) e TikTok (2016) consolidaram o papel das redes sociais na vida cotidiana.
As redes sociais virtuais diferem das tradicionais por transcenderem barreiras geográficas e temporais. Enquanto as redes sociais tradicionais dependiam de interações presenciais e vínculos locais, as virtuais permitem conexões globais instantâneas. Essa transformação não apenas ampliou a escala das interações humanas, mas também redefiniu a forma como as pessoas acessam informações, constroem relacionamentos e participam da vida pública.
Hoje, as redes sociais virtuais são ferramentas indispensáveis na sociedade globalizada, influenciando desde comportamentos individuais até dinâmicas políticas e econômicas.
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Curiosidades sobre as redes sociais
- O Facebook cresce constantemente. Apesar de ser considerado ultrapassado por alguns, o Facebook ainda é uma das redes sociais mais populares globalmente. A cada segundo, cinco novos perfis são criados na plataforma, um número que supera a taxa global de nascimentos humanos.
- Existem padrões de comunicação no Twitter. Um estudo identificou que o Twitter opera com seis tipos diferentes de redes de comunicação, dependendo da natureza das interações entre os usuários. Isso reflete a versatilidade da plataforma para atender a diferentes necessidades, como debates públicos ou trocas privadas.
- O caráter instantâneo das redes sociais, como o Twitter, cria altas expectativas entre os usuários. Por exemplo, 53% dos usuários esperam respostas de marcas em até uma hora após interagirem com elas, e esse número sobe para 72% quando estão insatisfeitos.
- Curiosamente, o Facebook registra seu maior tráfego às sextas-feiras, enquanto o melhor horário para engajamento no Twitter é entre 22h e 23h de domingo. Esses padrões indicam como o comportamento dos usuários varia ao longo da semana.
Créditos das imagens
Fontes
BARNES, John (1987), “Redes Sociais e Processo Político”, in B. Feldman-Bianco (org.), Antropologia das Sociedades Contemporâneas, São Paulo, Global, pp. 159-194.
CASTELLS, Manuel (1999), A Sociedade em Rede, São Paulo, Paz e Terra. – (2000), A era da informação: economia, sociedade e cultura, vol. 1, São Paulo, Paz e Terra.
FONTES, Breno; MARTINS, Paulo Henrique (2004), Redes sociais e saúde: novas possibilidades teóricas, Recife, Editora Universitária da UFPE