Escola de Arte Bauhaus
Muito do que hoje em dia se pratica em arquitetura, design de interiores, design de móveis, paisagismo e artes plásticas em geral presta, de uma forma ou de outra, tributo à Bauhaus. A escola Bauhaus (que significa, em alemão, “Casa da Construção”) foi uma das mais expressivas e influentes instituições de arte do século XX e tinha como eixo central de desenvolvimento artístico o design arquitetônico – agregando a isso as mais variadas expressões artísticas. O idealizador da Bauhaus, o arquiteto Walter Gropius (1883-1969), era fortemente influenciado pelas vanguardas modernistas europeias e ele próprio pretendia que a Bauhaus fosse um dos “carros-chefes” do modernismo.
Gropius fundou a Bauhaus em abril de 1919, na cidade de Weimar, na Alemanha, por meio de um manifesto em que deixava registrado o seu programa artístico. Sabemos que 1919 foi um dos anos mais duros para os alemães, haja vista que o país havia acabado de sair arrasado da Primeira Guerra Mundial, tendo sido obrigado a cumprir as exigências do Tratado de Versalhes. De 1919 até 1933, quando Hitler assumiu o poder, a Alemanha viveu a conturbada República de Weimar. Foi nessa época em que apareceram grandes movimentos artísticos na Alemanha, como o expressionismo, no cinema, e a própria Bauhaus.
No que se refere à estrutura e à concepção de arte, a Bauhaus foi uma das escolas que mais ousaram, como acentua o artista Lary McGinity:“[...] o ensino da Bauhaus refletia uma visão utópica de uma comunidade de artesãos e artistas que criava objetos simples e benfeitos. Um dos principais professores era o místico Johannes Itten (1888- 1969), que ministrava curso preparatório obrigatório. Suas aulas incluíam 'Análises de obras dos grandes mestres', 'Desenho após nu' e 'Estudos de materiais'.” [1]
Além disso, a estrutura da escola contava com diversas oficinas criativas, cada uma com um tipo de matéria-prima específica: madeira, aço, estofado etc. Alguns artistas de renome, como Kandinsky, participaram ativamente dos projetos da Bauhaus, como indica, novamente, McGinity:
“Paralelamente a essas disciplinas, eram ministrados os cursos de Wassily Kandinsky (1866-1944) e Paul Klee (1879-1940), que haviam chegado na escola em 1921 para ensinar teoria cromática e desenho analítico. Depois do curso de Itten, os alunos se inscreviam em oficinas de serralheria, tecelagem, teatro, cerâmica, pintura de paredes, tipografia ou impressão. O primeiro contratado de Gropius para a Bauhaus foi o pintor e gravador Lyonel Feininger (1871-1965), que lecionou na oficina de impressão.” [2]
As atividades da Bauhaus tiveram que ser transferidas de Weimar para Dessau (onde foi construído o seu ateliê mais famoso – ver foto acima), dadas as perseguições que o movimento sofria, principalmente por parte dos nazistas. Na década de 1930, tais perseguições aumentaram superlativamente, ocasionando a suspensão completa dos empreendimentos artísticos, que eram considerados pelos nazistas como propagadores de concepções artísticas degeneradas.
NOTAS
[1] McGinity, Lary. “Bauhaus”. In: FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: SEXTANTE, 2011. p. 414.
[2] Idem. p. 414.