Marcha para o Oeste nos EUA

A Marcha para o Oeste nos Estados Unidos ocorreu na segunda metade do século XIX, sobretudo após o fim da Guerra de Secessão, em 1865.
O confronto entre colonos e índios no Velho Oeste americano era constante

Sabemos que a colonização dos Estados Unidos da América aconteceu pela costa leste, margeada pelo Oceano Atlântico, e que dessa colonização inicial resultou a formação das Treze Colônias. Ao longo dos séculos que se seguiram ao desenvolvimento das Treze Colônias, as diferenças e peculiaridades entre as colônias do Sul e do Norte foram tornando-se patentes. Com a Independência, vinda das batalhas travadas entre 1775 e 1783, o Norte e o Sul dos EUA puderam desenvolver, cada um, o projeto econômico que mais pudesse lhes dar lastro financeiro.

Nesse processo, o Norte, influenciado pelos ideais iluministas e liberais de pequena propriedade, do trabalho livre e assalariado e do desenvolvimento industrial, chocou-se com os projetos do Sul, que, ao contrário, prezava pela grande propriedade monocultora (a “plantation”) e pelo uso da mão de obra escrava. Os dois modelos conflitivos de civilização geraram a Guerra de Secessão, que durou de 1861 a 1865. Em meio a essa guerra, os representantes do Norte, liderados pelo então presidente Abraham Lincoln, fomentaram a chamada “Marcha para o Oeste” como forma de deslocar a população para regiões do país ainda não ocupadas e, sob o modelo da pequena propriedade, desmontarem o projeto da “grande propriedade”, fomentado pelo Sul.

A Marcha para o Oeste tornou-se um fenômeno intenso entre as décadas de 1860 e 1890. A facilitação da aquisição de propriedades no Oeste, proporcionada pela Lei de Terras, ou Lei do Homestead, de 1862, contribuiu para essa intensidade de pessoas procurando a aventura de uma vida nova em terras ainda não desbravadas, como diz o historiador Claude Fohlen:

A lei do Homestead”, de 1862, assinala uma mudança na política fundiária do governo federal. Até então ela havia sido dominada por imperativos fiscais, com a venda de terras ao melhor preço. A partir dessa data prevalecem a preocupação com a colonização e o desejo de satisfazer a fome de terras dos pioneiros. 'Todo homem', proclamara Van Buren, candidato do Free Soil às eleições de 1848, 'tem direito a uma porção natural do solo... O direito a possuir a terra é tão sagrado quanto a vida'.” [1]

O fato é que o então “far West”, isto é, o Oeste longínquo, passou a ficar mais próximo dos cidadãos americanos na segunda metade do século XIX. A migração para o Oeste também povoou o imaginário das pessoas. As guerras sangrentas com os índios que ocupavam algumas das regiões, bem como o universo que girava em torno da linha férrea, onde ficavam as diligências e por onde passavam os trens, produziam as figuras dos cowboys, do sheriff, dos bandidos e sequestradores, dos prostíbulos e muitas outras. Sem contar as paisagens desérticas, típicas do Oeste americano.

Esses elementos até hoje estão presentes no modo como os americanos retratam o Oeste, seja em desenhos animados (como o Pica Pau), no cinema, em séries de TV, seja na literatura.

[1] FOHLEN, Claude. O Faroeste. (trad.) Paulo Neves) São Paulo: Companhia das Letras: Círculo do Livro, 1989. p. 18.

Publicado por Cláudio Fernandes
Química
Tiocompostos ou compostos sulfurados
Os tiocompostos ou compostos sulfurados apresentam átomo de enxofre ocupando uma posição de um átomo de oxigênio na função oxigenada.