Doping sanguíneo
A expressão dopagem sanguínea é utilizada desde a década de 70 a fim de denominar a técnica do uso de hemácias com a função de aumentar a resistência de atletas. Inicialmente, o aumento das hemácias era realizado através de técnicas de transfusão sanguínea. Hoje muitos utilizam a administração do hormônio eritropoietina.
A utilização de sangue como doping é proibida desde 1985, sendo que, nessa época, a dopagem ocorria principalmente através das transfusões sanguíneas. Essas transfusões eram feitas pelos atletas através do uso de suas próprias hemácias (infusão autóloga) ou células de outro indivíduo (infusão homóloga).
Em 1988, ficou disponível no mercado um hormônio sintético que agia da mesma forma que a eritropoietina produzida pelo nosso corpo. A eritropoietina é um hormônio glicoproteico produzido pelo rim e fígado, com a função principal de aumentar a formação de hemácias na medula óssea. Sua síntese é estimulada em situações em que há falta de oxigênio (hipóxia).
Em casos em que uma pessoa viaja para locais com grandes altitudes, por exemplo, a eritropoietina é produzida a fim de formar hemácias e ajudar no transporte de oxigênio. É por isso que os jogadores que viajam para locais com altitudes elevadas necessitam de um tempo de adaptação antes da realização de jogos.
A eritropoietina sintética é produzida através de técnicas de DNA recombinante. Sua ação é a mesma que a produzida em nosso corpo e é usada principalmente no tratamento de anemia associada à insuficiência renal crônica e HIV.
Sabe-se então que esse hormônio estimula a produção de hemácias, estando consequentemente relacionado com um aumento no transporte de oxigênio para o corpo. Em virtude desses resultados no corpo de uma pessoa, o Comitê Olímpico Internacional (COI) resolveu proibir o uso de eritropoietina por esportistas, sendo hoje seu uso considerado doping sanguíneo.
Ao utilizar essa substância, o atleta acaba aumentando seu rendimento físico, pois o aumento de hemácias faz com que mais oxigênio seja levado até os músculos, evitando um desgaste muito rápido por um exercício, além de propiciar uma maior velocidade na realização de alguma atividade.
Vale destacar que o doping sanguíneo, além de ilegal, é bastante arriscado. A principal consequência do aumento da quantidade de hemácias em uma pessoa é o aumento da viscosidade sanguínea. Isso pode causar uma diminuição no ritmo cardíaco, além de alterar a velocidade do fluxo sanguíneo, aumentando o risco de trombose venosa e tromboembolismo pulmonar.