Retocolite ulcerativa
A retocolite ulcerativa é uma inflamação que acomete a mucosa do intestino grosso, comprometendo o reto e o cólon. O comprometimento da estrutura ocorre de maneira contínua, diferentemente da doença de Crohn, outra doença inflamatória intestinal, que pode apresentar áreas não comprometidas. A retocolite ulcerativa pode desencadear quadro de dor abdominal, diarreia e fezes com sangue. O tratamento não promove a cura, mas garante maior tempo de remissão da doença. Em certos casos, a cirurgia é recomendada e consiste na retirada do intestino grosso.
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O que é a retocolite ulcerativa?
A retocolite ulcerativa, também conhecida como colite ulcerativa, é uma doença inflamatória intestinal que acomete o intestino grosso (reto e cólon). A inflamação não apresenta causa específica e caracteriza-se por afetar apenas a mucosa do órgão, diferentemente da doença de Crohn, que afeta toda a espessura da parede intestinal.
Especialistas acreditam que a doença manifesta-se em indivíduos que apresentam genes que os tornam mais suscetíveis a ela. Fatores ambientais podem, então, desencadear uma resposta imunológica anormal, a qual provoca a inflamação da região e vai danificando a parede intestinal. Desse modo, três fatores estão envolvidos no desenvolvimento da retocolite intestinal: genético, ambiental e imunológico.
Na retocolite ulcerativa, a inflamação inicia-se no reto e segue em direção ao cólon de maneira contínua. Essa continuidade é outra característica que a permite diferenciá-la da doença de Crohn, pois nessa última o intestino pode apresentar segmentos saudáveis. Vale salientar, ainda, outra diferença entre essas duas doenças inflamatórias, enquanto a doença de Crohn afeta outras partes do trato digestório, a retocolite limita-se ao intestino grosso.
A depender da parte atingida do intestino grosso, a retocolite pode receber diferentes denominações. Quando a inflamação ocorre apenas na região retal, denomina-se proctite. Quando a inflamação acomete o cólon esquerdo, é denominada colite esquerda, e quando atinge ou ultrapassa o cólon transverso, recebe a denominação de colite extensa ou pancolite.
Sinais e sintomas da retocolite ulcerativa
Retocolite ulcerativa apresenta como um de seus principais sintomas a diarreia crônica com sangue. A diarreia ocorre como consequência da baixa absorção de água pelo intestino devido à inflamação de sua parede. As ulcerações que acometem o órgão são responsáveis pelo sangramento e, consequentemente, pela liberação de sangue nas fezes. A perda de sangue pode provocar anemia, um quadro que pode ser responsável também por desencadear fadiga no paciente. Além disso, o indivíduo pode apresentar dor abdominal, cólicas e urgência evacuatória.
É importante deixar claro que a retocolite ulcerativa pode causar sintomas que acometem outras regiões do corpo que não fazem parte do sistema digestório. Essas manifestações extraintestinais incluem sintomas como surgimento de aftas, dor nas articulações, vermelhidão nos olhos e pedras nos rins. Essa doença pode estar associada, ainda, à espondilite anquilosante, uma condição que promove rigidez na região da coluna.
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Diagnóstico da retocolite ulcerativa
Para diagnosticar a retocolite ulcerativa, é fundamental a análise dos sintomas do paciente bem como do seu histórico familiar. Outras doenças podem causar sintomas semelhantes, sendo importante a realização de exames como de sangue, de fezes, retossigmoidoscopia, e colonoscopia, para que outras causas sejam excluídas. A realização de biópsia é importante para o diagnóstico diferencial.
Tratamento da retocolite ulcerativa
A retocolite ulcerativa é uma doença que não possui tratamento curativo, entretanto medicamentos são fundamentais para garantir-se longos períodos de remissão, uma vez que atuam fazendo com que a inflamação fique sob controle. Como a doença pode afetar os indivíduos de diferentes formas, o tratamento deverá ser individualizado, analisando-se as particularidades de cada um.
Como o tratamento não é curativo, crises podem ocorrer durante a vida do paciente. Os medicamentos mais comumente receitados incluem aminossalicilatos, corticosteroides, imunomoduladores, e terapias biológicas.
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Cirurgia no tratamento da retocolite ulcerativa
Grande parcela dos pacientes não necessita da realização da cirurgia para o tratamento da retocolite ulcerativa, respondendo muito bem aos tratamentos medicamentosos. Outros, no entanto, necessitam da cirurgia para aliviar, por exemplo, as complicações desencadeadas pela doença, como perfuração do intestino.
A cirurgia consiste na retirada total do cólon e do reto. Após a retirada do intestino, a eliminação das fezes de maneira adequada pode ser restabelecida por meio de dois procedimentos distintos. Em um deles, coloca-se no paciente uma bolsa sintética externa na qual as fezes serão esvaziadas (ileostomia). Pode ser realizada também a anastomose íleo-anal, que consiste na ligação do intestino delgado ao ânus e na criação de uma bolsa interna que substituirá o reto.