Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma técnica agrícola que consiste na alternância planejada e previamente ordenada do cultivo de diferentes tipos de vegetais em um determinado período sobre um dado local. Esse procedimento é considerado uma forma prática e eficiente de amenizar o desgaste do solo provocado pela agricultura.
O conceito de rotação de culturas é frequentemente associado ou confundido com o de sequência de culturas. No entanto, esse último termo designa a alternância no plantio ordenado de uma área total, por exemplo: cultiva-se soja, depois tremoço, depois milho etc. Já na rotação de culturas essa dinâmica seguiria a lógica do esquema a seguir:
Esquema ilustrativo de um sistema de rotação de culturas
Com isso, podemos perceber que, diferentemente da sequência de culturas, a rotação no cultivo envolve a agricultura de diferentes vegetais em um mesmo espaço.
Os benefícios da rotação de culturas para o melhor aproveitamento e saúde dos solos estão relacionados tanto com a variação e deposição de matéria orgânica nos espaços agricultáveis quanto com a variação do índice de porosidade, que contribui para elevar o nível de infiltração nas terras férteis. Além disso, cada cultura deixa uma herança biológica nos solos, tornando-os mais propícios para outros tipos de vegetais, conforme estudos biotecnológicos previamente realizados.
A combinação desses elementos, além da capacidade de adaptação ao clima e ao ambiente, é um fator determinante para a escolha dos vegetais a serem cultivados. Além disso, é necessário considerar os fatores econômicos na hora de definir quais elementos deverão ser plantados.
Os critérios econômicos também são responsáveis pela definição, por parte do agricultor, de qual será o cabeça de rotação, isto é, aquele vegetal que poderá ocupar mais espaço ou que gerará um maior rendimento bruto. Em boa parte dos casos, a cultura escolhida para ser a cabeça de rotação costuma ser o trigo, em virtude de sua baixa oferta no Brasil e a consequente elevação constante em seus preços.
Além da preservação física e bioquímica dos solos, a rotação de culturas ajuda a melhorar a reposição de matéria orgânica, facilita (em alguns casos) a adubação e promove uma maior variabilidade genética, tornando a agricultura em questão mais resistente a pragas. Outro fator de peso é o econômico, pois essa técnica contribui para uma maior oferta e variação de produtos agrícolas no país.