Cinco erros de português cometidos por redatores
Você já deve ter percebido que nossa língua portuguesa costuma pregar peças nos falantes, não é mesmo? São tantas particularidades, tantas regras e exceções que fica praticamente impossível não errar, principalmente quando o assunto é a modalidade escrita. Se você também tem muitas dúvidas na hora de organizar as ideias no papel, saiba que não está sozinho, pois esse é um problema que aflige quase todo mundo, inclusive pessoas que redigem todos os dias, seja por prazer, seja profissionalmente
Não é a coisa mais rara do mundo abrir um jornal e deparar-se com algum tipo de erro gramatical: dos mais discretos aos mais gritantes, eles estão sempre a nos perseguir, denunciando a falta de cuidado e pesquisa de quem escreveu. Se você é redator, vale lembrar que todo cuidado é pouco e, para não errar feio nos textos escritos, consulte as dicas de português que o Mundo Educação preparou para você. Vamos lá? Boa leitura e bons estudos!
Cinco erros de português mais cometidos por redatores
1. Uso do “seja”:
Tipo de termo que não deve ser utilizado sozinho ou ligado a outra conjunção, o “seja”, quando for utilizado para exemplificar alguma coisa, deve ser duplicado. Quer entender melhor? Veja o exemplo:
Correto: Seja em Paris, seja em São Paulo, o importante é ser feliz todos os dias.
Incorreto: Seja em Paris ou São Paulo, o importante é ser feliz todos os dias.
2. Uso do “onde” como pronome relativo:
O pronome onde quase sempre é empregado para expressar noção de lugar. Fora desse contexto, é preciso ter muito cuidado para não escorregar na gramática, principalmente na semântica. Quando não houver indicação de lugar, utilize pronomes relativos como “em que” ou “no qual”. Observe:
Correto: Esse novo comportamento dos jovens, no qual as relações pessoais estão sendo substituídas pelas relações virtuais, não é saudável.
Incorreto: Esse novo comportamento dos jovens, onde as relações pessoais estão sendo substituídas pelas relações virtuais, não é saudável.
3. “Mesmo” como pronome pessoal:
A palavra mesmo apresenta diferentes usos. Ela pode ser um pronome demonstrativo, substantivo ou adjetivo, mas jamais um pronome pessoal, ou seja, não deve substituir um sujeito na oração. Veja:
Correto: O eleitor foi preso por fazer boca de urna no local de votação. Ele foi encaminhado para a delegacia e liberado depois do pagamento de fiança.
Incorreto: O eleitor foi preso por fazer boca de urna no local de votação. O mesmo foi encaminhado para a delegacia e liberado depois do pagamento de fiança.
4. Uso dos pronomes “tu” e “você”:
Nos textos escritos, o ideal é que você opte por um dos dois pronomes: se começou o texto com o “tu”, o correto é que ele seja mantido até o final do texto. Se começou com o pronome “você”, preserve-o em sua redação. Muitas pessoas misturam os dois pronomes, o que não é desejável. Lembre-se de que, se escolher pelo pronome “tu”, faça as devidas conjugações verbais, certo?
Correto: (Você) Quer eliminar todas as suas dúvidas sobre língua portuguesa? Clique e confira cinco dicas que vão ajudá-lo a escrever melhor.
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5. Emprego do verbo “lembrar”:
O verbo “lembrar” apresenta algumas peculiaridades: ele pode ser transitivo direto, transitivo indireto e também ser os dois ao mesmo tempo! Isso significa que, para saber se o verbo exige ou não complemento, é preciso ficar atento ao contexto. Veja algumas situações de uso:
*Lembrar-se de: Com o sentido de “relembrar”, “vir à memória”, o verbo exige o emprego da preposição. Observe:
Lembrou-se de que havia muitas contas vencidas e voltou em casa para pegá-las.
**Lembrar: Quando for empregado com o sentido de “semelhança”, “similaridade”, o verbo “lembrar” não exige preposição. Veja o exemplo:
Sua beleza lembra Sophia Loren.
***Lembrar (informar): Quando for empregado com o sentido de “advertir”, “informar” alguém, o verbo “lembrar” exigirá um pronome oblíquo mais a preposição “de”:
O funcionário recebeu uma advertência lembrando-o da importância da pontualidade.