Dicas lexicais: questões ortográficas
Dicas lexicais... Fazendo menção ao adjetivo “lexicais”, tão logo nos lembramos da palavra “léxico”, cujas acepções semânticas se definem por “conjunto de vocábulos de um idioma; vocabulário; dicionário”*.
Ampliando mais essa noção, fazemos referência às competências linguísticas de que nós, enquanto usuários da língua, devemos dispor. Uma delas, sem dúvida, define-se pelo aprimoramento desse léxico, desse acervo vocabular, dada a necessidade de proferirmos discursos bem elaborados, precisos. Dessa forma, além da prática da leitura e da escrita, podemos contar também com algumas dicas expressas nos manuais didáticos, por meio dos quais, você, caro (a) usuário (a), tem a oportunidade de conhecer alguns pressupostos que norteiam esse nosso vasto e rico idioma.
Aproveitaremos essa oportunidade para sanar algumas dúvidas e deixá-lo (a) a par de determinadas questões. Vamos a elas, portanto:
Como se dá o plural de gol?
Muitas são as palavras cuja terminação se manifesta por “-ol”, que, uma vez pluralizadas, recebem terminações como essas: faróis (farol), lençóis (lençol), entre outras. Dessa forma, sentimo-nos questionados: seguirá essas mesmas regras o plural da palavra “gol”?
Não, tal palavra, quando flexionada, se materializa por “gols”, cuja origem provém do inglês goal.
Hambúrgueres ou hamburgers?
A palavra em questão, em virtude de já se fazer presente no nosso idioma, aportuguesada, portanto, manifesta-se por “hambúrgueres”, quando flexionada.
Ela teve mais de uma gravidez... Ela teve gravidezes?
Exatamente assim: “gravidezes”, haja vista que o plural dessa palavra segue as mesmas regras dos substantivos terminados em “z”, como, por exemplo, raiz = raízes; cruz = cruzes e assim por diante.
Expectador e espectador
Caso você seja uma pessoa que mantém expectativas acerca de algo, é sinal de que você se define como um “expectador”.
Mas em determinadas circunstâncias você pode assumir a posição de “espectador”, ao assistir a um filme, a uma palestra, a um programa televisivo, enfim...
Fulano está à toa ou à-toa?
A respeito do uso do hífen, torna-se relevante mencionarmos que, depois das regras preconizadas pelo Novo Acordo Ortográfico, essa expressão, “à-toa”, perdeu o sinal. Portanto, quando o posicionamento se definir por um adjetivo = inútil, desocupado (a), use “à toa”. Exemplificando, temos:
Ele era um à toa, segundo a concepção de muitas pessoas que o conheciam.
A expressão “à toa”, uma vez grafada sem o uso do hífen (antes e depois da reforma ortográfica), denota o sentido de “a esmo”, “ao acaso”, representando, assim, uma locução adverbial de modo. Dessa forma, temos:
Passa o dia inteiro à toa.
Blitze/Blitzen ou Blitzes?
A palavra “blitz” se origina do alemão, contudo, quando aportuguesada, segue as mesmas regras das palavras terminadas em “z”. Portanto, “blitzes”.
Alugueres ou aluguéis?
Como “aluguer” representa a forma usada em Portugal, bem como em textos jurídicos, ainda que antiga, afirmamos serem corretas as duas expressões.
Projetis ou projéteis?
Pressupostos relacionados à acentuação definem a flexão de ambas as palavras, uma vez que temos “projétil”, considerada uma paroxítona, cujo plural se demarca por “projéteis”; e temos também “projetil”, oxítona, cujo plural se define por “projetis”.
* Definição retirada do Dicionário Online de Português