Polissemia
Conscientizando-nos de que a língua, assumindo seu caráter estritamente social, passa, ao longo do decorrer do tempo, por modificações ligadas aos aspectos culturais, sociais, históricos, entre outros, desejamos, juntamente a você, estimado(a) usuário(a), travar essa importante discussão acerca de tais modificações, estando elas subsidiadas no próprio contexto em que uma palavra se encontra inserida.
Cabe ressaltar, antes de qualquer providência, que primeiramente um sentido se faz prevalecer antes de todos os outros, aquele descrito pelo dicionário, concebido como o sentido original de um dado vocábulo. Depois dele, em razão de aspectos antes mencionados, outros sentidos vão se incorporando a esse vocábulo e, para compreendê-los, faz-se necessária uma análise contextual. A tal fato linguístico atribuímos a denominação de polissemia, que literalmente indica os vários sentidos que se aplicam a um determinado vocábulo. Vejamos, pois, alguns exemplos:
Ele deu cabo à própria vida.
Aqui a palavra em questão adquire o sentido de dar fim à vida.
O melhor amigo da família foi promovido a cabo recentemente.
Nesse contexto, o sentido se faz efetivado pela mudança de patente.
O cabo da vassoura está quebrado.
Nessa situação linguística, a palavra em voga assume o sentido de parte do objeto.
Nossa, ele é um gato!
A situação nos permite concluir que se trata de um homem atraente, bonito.
O gato da vizinha vive importunando os vizinhos.
Analisando a palavra em destaque, temos que ela assume o sentido voltado para o animal doméstico.
O morador daquela residência fez um gato na fiação elétrica.
O sentido aqui indica que se trata de um posicionamento mal visto, improcedente, não adequado a uma conduta considerada viável.