Combustíveis Usados nos Transportes da Rio+20
Um evento de grande porte como é a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, envolve muito gasto com combustíveis, como nos veículos terrestres oficiais e nas viagens aéreas dos delegados credenciados e do Secretariado das Nações Unidas.
Visto que a temática da Conferência é a sustentabilidade, não adiantaria nada se ela própria contribuísse para a geração de impactos ambientais. Por isso, o Comitê Nacional de Organização da Rio+20 utilizou de algumas estratégias para evitar essa incoerência. Uma delas foi o tipo de combustível usado na frota de carros oficiais, que contará com motores de combustível duplo (ou bicombustível) e os demais veículos oficiais serão movidos a biodiesel e gasolina E20-25 (com 20% a 25% de etanol na mistura).
Essa adição de etanol na gasolina é especificada no Brasil pela Agência Nacional do Petróleo - ANP (teor entre 22% e 25% em volume). Isso é feito porque a falta ou excesso de álcool em relação aos limites estabelecidos pela ANP compromete a qualidade do produto que chega aos consumidores brasileiros. O etanol aumenta o índice de octanagem da gasolina e sua qualidade. O etanol funciona como um aditivo antidetonante, fazendo com que a gasolina resista à compressão que ocorre nos motores a explosão e tendo uma detonação no instante certo.
Existem, porém, algumas adulterações que são feitas, colocando-se mais de 24% ou menos de 1%. Isso não é bom porque a mistura ar/combustível que preenche a câmara de combustão do motor de explosão interna de quatro tempos pode se tornar excessivamente “pobre”, com diminuição da dirigibilidade, podendo ocorrer falhas de funcionamento, diminuição do poder calorífico do combustível e perda de desempenho.
O etanol combustível é menos poluente que a gasolina.
Segundo a organização da Rio+20, os veículos utilizam prioritariamente etanol para reduzir o coeficiente de emissões da Conferência. Mas, por que é interessante o uso do álcool no lugar da gasolina?
Na questão do aspecto ambiental, o etanol causa menos impactos que a gasolina em face de vários motivos, entre eles temos os seguintes:
Vantagens do etanol sobre a gasolina para o meio ambiente.
No entanto, o etanol não é um combustível totalmente limpo, pois sua queima também libera monóxido de carbono e dióxido de carbono para a atmosfera. Além disso, as queimadas realizadas para novas plantações de cana-de-açúcar agridem o meio ambiente. Ele é um combustível que funciona nos automóveis por meio da combustão, e não existe nenhuma combustão ambientalmente limpa.
Plantação de cana-de-açúcar para produção de etanol.
Enfim, não podemos negar que na atual situação que estamos é impossível realizar um evento desses sem nenhuma emissão de gases ou geração de resíduos sólidos. Porém, a diminuição desses impactos pode ser conseguida. É por isso que outras medidas também serão adotadas, tais como o incentivo ao uso de bicicletas (inclusive, os espaços oficiais da Rio+20 contarão com bicicletários) e a substituição do transporte individual pelo coletivo.
Essas ações devem servir também de incentivo para cada cidadão buscar meios de poluir menos o meio ambiente. Pois, por enquanto, o melhor que temos a fazer é economizar cada vez mais, aprendendo a viver cada dia com menos energia.
Os problemas mencionados nos levam a refletir na necessidade urgente que o planeta enfrenta de novas ideias quanto a encontrar um modo coerente e equilibrado de explorar essas ou novas fontes de energia, de modo a não causar danos ambientais. Esses aspectos, entre outros, serão discutidos na Rio+20.