Sucralose
Sucralose ou Splenda é o nome de um edulcorante obtido a partir de um dissacarídeo (carboidrato formado pela união de monossacarídeos), a sacarose (associação de uma molécula de glicose com uma de frutose).
Obs.: Edulcorante é uma substância natural ou sintética que promove aos alimentos um sabor adocicado, ou seja, um adoçante.
Fórmula estrutural de uma molécula de glicose
Fórmula estrutural de uma molécula de frutose
A sucralose foi desenvolvida (sintetizada) pela primeira vez no ano de 1976, por um grupo de pesquisa em uma universidade de Londres (Inglaterra), tendo sido liberada para consumo humano a partir do ano de 1998.
O poder adoçante da sucralose pode variar de 400 à 800 vezes em relação ao poder adoçante do açúcar comum (sacarose). Porém, sua vantagem em relação ao açúcar é o fato de não deixar gosto residual amargo.
1. Química e formação da sucralose
Fórmula estrutural de uma molécula de sucralose
A sucralose é um composto organoclorado (apresenta átomos de cloro) cíclico (possui cadeia fechada) que apresenta grupos funcionais pertencentes às funções haleto orgânico, álcool e éter.
Na sua composição existem átomos de carbono, hidrogênio, cloro e oxigênio, resultando em uma fórmula molecular C12H19Cl3O8. O nome químico, oficial (segundo a IUAPC), de uma molécula de sucralose é 4,1’,6’-tricloro- 4,1’,6’-trideoxigalactofrutose.
Fórmula estrutural de uma molécula de sacarose
A síntese da sucralose pode ser realizada por meio de dois processos químicos, um denominado desacetilação (incorporação de grupos acetila, C2H3O2, na sacarose e posterior retirada) ou por polimerização (obtida a partir da formação de polímeros), ambos realizados a partir de moléculas de sacarose.
Tanto no processo de desacetilação quanto no processo de polimerização, ocorre a troca de grupos hidroxila (OH) nos carbonos 4, 1 e 6 da molécula de sacarose por átomos de cloro.
2. Benefícios da sucralose
Muitos são os benefícios promovidos pela utilização da sucralose, de acordo com diversos órgãos de segurança alimentar distribuídos pelo mundo, como o Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos; o Joint Expert Committee on Food Additivies (JECFA), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO); e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Brasil.
Alguns dos benefícios ou vantagens de se utilizar a sucralose foram garantidos por mais de 100 estudos científicos já realizados (nos últimos 20 anos) com essa substância, como:
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Baixa absorção no trato gastrointestinal
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Alto poder adoçante
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Não alteração do nível glicêmico
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As moléculas absorvidas pelo organismo são excretadas por via urinária
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Não tóxico
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Não carcinogênico (não induz a produção de células malignas)
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Não mutagênico (não provoca mutações celulares)
Obs.: A recomendação é a de que a ingestão da sucralose não ultrapasse 15 mg a cada Kg corporal.
3. Alimentos contendo sucralose
Atualmente vários são os alimentos industrializados que apresentam a sucralose, principalmente aqueles que atendem a um público que não pode ingerir açúcar (por exemplo, a sacarose) ou que quer alimentos com menor teor calórico. Alguns exemplos são:
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Sobremesas prontas (pudim, flan etc)
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Adoçante de mesa
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Produtos confeitados (como bolos e tortas)
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Bebidas à base de frutas
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Refrigerantes
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Laticínios (iogurtes)
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Molhos
- Gelatinas
4. Últimos estudos realizados
Alguns grupos científicos ao redor do mundo continuam realizando estudos com a molécula da sucralose. Um deles é o grupo do professor Rodrigo Ramos Catharino, da faculdade de ciências farmacêuticas da UNICAMP.
Segundo o trabalho realizado pelo grupo do professor Rodrigo, quando a sucralose é aquecida em temperaturas acima de 100oC, ocorre a formação de compostos orgânicos aromáticos e clorados, que possuem as seguintes características:
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Poder carcinogênico (capacidade de promover a produção de células cancerígenas)
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Poder mutagênico (provocar mutações celulares)
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Alta absorção corporal e efeito cumulativo no organismo (não sendo eliminado facilmente)
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Toxicidade ao ser humano
Obs.: De acordo com o estudo, os compostos aromáticos clorados somente são gerados se a sucralose for submetida a aquecimento, caso contrário, ela não causa riscos ao organismo.
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