Fasciíte necrosante

Fasciíte necrosante é popularmente conhecida como doença causada por bactérias comedoras de carne.
Staphylococcus aureus pode ter relação com o desenvolvimento da fasciíte necrosante

Você já ouviu falar a respeito de bactérias comedoras de carne? Por incrível que pareça, existem, sim, bactérias com poder de causar grandes lesões, que são responsáveis por um problema conhecido como: fasciíte necrosante.

→ O que é a fasciíte necrosante?

A fasciíte necrosante é uma infecção rara causada por bactérias extremamente agressivas, caracterizada pela destruição rápida e progressiva do tecido subcutâneo e da fáscia superficial (tecido conjuntivo que separa músculos da pele). Essa infecção acomete com mais frequência a parede abdominal, as extremidades e o períneo, apesar de poder afetar qualquer parte do corpo.

Não existe um único organismo causador dessa infecção, pois ela está relacionada com a ação de diferentes bactérias. O Streptococcus hemolítico do grupo A e o Staphylococcus aureus são frequentemente observados em quadros de fasciíte necrosante. Entretanto, essas não são as únicas bactérias causadoras do problema. Podemos citar ainda as bactérias do gênero Bacteroides, Clostridium e Peptostreptococcus.

Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento dessa condição, principalmente: idade avançada, uso de drogas, diabetes, abuso de álcool, lesões na pele, cirurgias e traumas abertos ou fechados.

→ Classificação da fasciíte necrosante

A fasciíte necrosante pode ser classificada em tipos I e II, utilizando-se como critério as bactérias envolvidas.

  • Tipo I: O tipo I, ou celulite necrosante, caracteriza-se por apresentar uma bactéria anaeróbia obrigatória, em associação com um ou mais anaeróbios facultativos. É comum o surgimento dessa infecção após cirurgias e em pacientes com diabetes e doença vascular periférica.

  • Tipo II: O tipo II, conhecido também como gangrena estreptocócica, possui a presença de Streptococcus do grupo A isolado ou, ainda, associado ao Staphylococcus aureus. Nesse caso, observa-se o aparecimento desse problema em decorrência de ferimentos penetrantes, queimaduras e procedimentos cirúrgicos.

→ Quadro clínico da fasciíte necrosante

A fasciíte necrosante inicia-se com a apresentação de uma área dolorosa e avermelhada, a qual vai aumentando no decorrer dos dias. A dor é desproporcional às alterações presentes na pele. Posteriormente, essa região da pele fica azulada (cianose local), e inicia-se a formação de bolhas com conteúdo amarelado ou vermelho-escuro. Esse local, então, torna-se demarcado, circundado por uma borda avermelhada e recoberta por tecido morto (necrótico). Ocorre ainda a trombose dos vasos superficiais, o que dificulta, assim, a ação dos antibióticos e proporciona o acúmulo de bactérias.

A dor é intensa, mesmo após o início do tratamento, e as feridas podem ter grandes proporções, surgindo verdadeiros “buracos” no paciente. Caso o tratamento não seja feito, pode ocorrer o acometimento de estruturas mais profundas, como a camada muscular. Vale destacar que normalmente existe a preservação do músculo subjacente.

→ Tratamento

O tratamento envolve o uso de antibióticos de amplo espectro, a retirada cirúrgica do tecido necrótico e meios que garantam o suporte geral do paciente, com isso, evitando choque séptico e falência dos órgãos. O tratamento apresenta um resultado satisfatório quando feito no início da infecção. Caso não seja tratada adequadamente, a doença torna-se potencialmente fatal.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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