Infecção, infestação e inflamação
Infecção se refere à invasão, desenvolvimento e multiplicação de um microorganismo no organismo de um animal ou planta, causando doenças. A invasão desencadeia no hospedeiro uma série de reações do sistema imunológico, a fim de defender o local afetado resultando, geralmente, em inflamações.
Assim, podemos perceber que o termo “infecção” e “inflamação”, muitas vezes confundidos, têm suas particularidades. A inflamação pode ocorrer não só quando há a invasão por vírus, bactérias, fungos ou protozoários. A sinusite, por exemplo, é uma inflamação dos seios da face e que, por não ser causada por um patógeno, não se caracteriza como uma infecção. Já a caxumba é uma doença caracterizada pela infecção do vírus do gênero Rubulavirus, da família Paramyxoviridae. Sua presença resulta na inflamação das glândulas salivares apresentando, na região, inchaço característico.
Inflamações têm como principais características: o aumento da temperatura no local ou geral, inchaço, dor e, em alguns casos, perda da função – reversível naturalmente ou não. O contato com produtos cáusticos, venenos, baixas ou altas temperaturas; traumatismos, dentre outros tipos de exposição de nosso organismo, resultando em defesas imunitárias, também as caracterizam.
“Infestação” é outro termo que causa dúvidas. Segundo o mini dicionário Aurélio, ela consiste no estabelecimento, proliferação e ação de parasitos na pele ou em seus apêndices. Entretanto, alguns autores consideram este termo como sendo a penetração ou presença de parasitas não-microbianos no hospedeiro.
Assim, há controvérsias se, por exemplo, a presença do nematelminto Wuchereria bancrofti é uma infestação ou infecção - mas é certo que este verme causa a inflamação dos vasos linfáticos, podendo resultar na hipertrofia de regiões afetadas.
Por outro lado, a presença de carrapatos em um cachorro, por exemplo, é uma infestação, podendo resultar em inflamação das regiões perfuradas e sugadas pelo parasita. Carrapatos podem causar infecções como, por exemplo, a erliquiose canina. Ela é consequência da bactéria Ehrlichia canis no organismo do cão, transmitida de um animal doente para um saudável por intermédio destes artrópodes.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia