Terraceamento
O terraceamento é uma técnica agrícola de plantio elaborada para a contenção de erosões causadas pelo escoamento da água em áreas de vertentes. Essa técnica é aplicada ao parcelar uma área inclinada em várias rampas. Com isso, as águas das chuvas, ao escoarem superficialmente, perdem sua força, removendo menos sedimentos do solo e causando menos impactos sobre ele.
Para compreender melhor a importância dessa técnica procure imaginar a seguinte situação: em uma rampa, de qual forma a água correrá com maior força e velocidade: em uma superfície lisa ou em uma superfície na forma de uma escada? Na primeira, não é mesmo? Da mesma forma ocorre no terraceamento, que procura diminuir a velocidade e a força das águas pluviais a fim de conter as erosões hídricas.
O terraceamento foi inventado pela Civilização Inca, não somente para conservação dos solos, mas também para a ampliação dos espaços agricultáveis, uma vez que sua localização se dava, em maior parte, na Cordilheira dos Andes, onde existem poucas áreas planas por se tratar de uma forma de relevo geologicamente recente. Atualmente, essa técnica é amplamente utilizada em produções agrícolas no sul da Ásia.
Além de evitar a erosão e ampliar as áreas de cultivo, o terraceamento também é importante no sentido de aumentar o aproveitamento da água, pois, dependendo do tipo de terraço aplicado, as águas das chuvas são armazenadas ou retidas, podendo ser reaproveitadas ou direcionadas para outros lugares.
Apesar de todas essas vantagens, o terraceamento apresenta alguns problemas. O primeiro deles é o alto custo de sua aplicação, que exige um estudo detalhado prévio. Assim, é preciso compreender o tipo de solo e suas características, além de dimensionar corretamente os níveis dos terraços conforme a área e a declividade do terreno, pois, caso contrário, em vez de se evitar erosões, pode-se agravá-las.
A técnica do terraceamento é dividida em dois tipos conforme a sua função e utilidade: o terraço de armazenamento e o de drenagem.
Os terraços de armazenamento são os mais construídos para a elaboração de canais que provoquem a infiltração da água no terreno. Sua aplicação é recomendada em solos que apresentem um relativo nível de porosidade, ou seja, onde a água se infiltra com maior facilidade.
Os terraços de drenagem, por outro lado, são aqueles em que a água é direcionada para reaproveitamento ou para um local onde simplesmente não cause problemas de erosão e desgaste do solo. É uma técnica que exige um maior cuidado, pois nem sempre há um local seguro para o escoamento da água.
Para finalizar, é importante compreender que, ao contrário do que muitos pensam, terraceamento não é sinônimo de cultivo em curvas de nível. Apesar de semelhantes, essas técnicas diferenciam-se pelo fato de essa última ser aplicada em terrenos já acidentados, onde o plantio acompanha os desníveis naturais do terreno, enquanto no terraceamento tais desníveis são artificiais.