Guerrilha
É muito comum, quando ouvimos a palavra “guerrilha”, pensar em imagens como a de membros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em Che Guevara e nos demais membros da Revolução Cubana ou, no caso brasileiro, de Carlos Marighella. Contudo, a expressão “guerrilha” remonta ao início do século XIX e, desde então, ela tem sido usada para descrever fenômenos de resistência armada em situações políticas e históricas bastante diversas.
A palavra guerrilha vem do espanhol guerrilla, que significa “guerra pequena, de pequeno porte”. Essa expressão passou a ser empregada no contexto de resistência da população espanhola contra a invasão napoleônica entre o fim da década de 1800 e o início da década de 1810. Como é sabido, o Império Napoleônico promoveu guerras em praticamente todo o continente europeu contra as nações que se opuseram ao seu projeto político. A Espanha, inicialmente, colaborou com Napoleão, mas depois rompeu relações e teve seu território ocupado, assim como Portugal. A guerrilla foi a principal forma de resistência a essa ocupação.
- Principais características da Guerrilha
As principais características da guerrilha são, segundo o principal teórico a respeito desse assunto, o filósofo político Carl Schmitt: 1) a irregularidade do tipo de combate feito pelo guerrilheiro; 2) a capacidade de mobilidade; 3) o compromisso político; e 4) o caráter telúrico (ligação íntima com o meio – seja ele urbano, seja rural – no qual a guerrilha se forma). O caráter irregular da guerrilha deriva do fato de seu corpo de agentes não ser formado totalmente por militares profissionais, mas por pessoas comuns, comprometidas com uma causa política definida e que recebem treinamento básico para luta armada. Esse treinamento inclui táticas de sobrevivência (por isso a ligação telúrica) e de ação, como emboscadas, ataque surpresa, atentados, etc.
Durante a Segunda Guerra Mundial e mesmo antes dela (como na Guerra Civil Espanhola), também se tornaram comuns as práticas guerrilheiras em quase todo o continente europeu. O nome usualmente empregado naquele contexto para definir os guerrilheiros era “partisan”, isto é, membro de uma tropa irregular. Na Guerra Fria, as revoluções comunistas que estouraram no Sudeste Asiático e em Cuba, bem como outras tentativas revolucionárias citadas em nosso parágrafo de abertura, valeram-se das táticas de guerrilha.