Ludismo

Ludismo foi um movimento radical de resistência operária surgido na Inglaterra no século XIX. Sua forma de resistência se dava pela quebra de máquinas.
Gravura representando o suposto líder do ludismo, Ned Ludd.

Ludismo foi um movimento radical de resistência operária do setor têxtil que surgiu na Inglaterra oitocentista, no decorrer da Revolução Industrial. O termo “ludismo” deriva do nome de Ned Ludd, operário que, ao receber uma punição do seu patrão, decidiu pegar um martelo e quebrar as máquinas na fábrica onde trabalhava.

No decorrer do século XIX, os trabalhadores testemunharam as máquinas tirando seus empregos e, inspirados nas histórias de Ned Ludd, invadiram as fábricas e iniciaram a destruição dos equipamentos. Esses trabalhadores revoltosos ficaram conhecidos como ludistas.

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Resumo sobre o ludismo

  • Ludismo foi um movimento radical de resistência operária do setor têxtil ocorrido na Inglaterra, no século XIX, durante a Revolução Industrial.

  • As ações ludistas eram violentas, envolvendo destruição das máquinas e constantes ameaças aos seus donos, que não se importavam com as condições precárias dos trabalhadores.

  • Apesar do radicalismo praticado pelo ludismo, o movimento em si contribuiu para o surgimento do sindicalismo — corrente que defende a existência dos movimentos sindicais que conhecemos hoje.

  • Ned Ludd foi um operário que, após ser punido pelo patrão devido ao seu empenho negativo no trabalho, decidiu pegar um martelo e quebrar as máquinas na fábrica onde trabalhava.

  • Apesar da história de Ludd e da existência do próprio não terem sido comprovadas, ele serviu de inspiração para o movimento do ludismo.

O que foi o ludismo?

Ludismo foi um movimento radical de resistência operária do setor têxtil ocorrido no século XIX, na Inglaterra, no contexto da Revolução Industrial. O termo “ludismo” se originou de Ned Ludd, um operário que, revoltado com as péssimas condições de trabalho, pegou um martelo e destruiu a máquina do seu patrão no local de trabalho.

No século anterior, o XVIII, quando as máquinas passaram a ser usadas em grande escala nas fábricas e indústrias, a necessidade da mão de obra foi diminuindo, ocasionando o aumento do desemprego. Então, sob péssimas condições de trabalho, sem direito à folga ou a férias, além do salário não ser suficiente para a subsistência, os operários também tiveram que testemunhar as máquinas tomando seus empregos.

Sendo assim, a partir do século XIX, inspirados em Ned Ludd, os operários passaram a invadir as fábricas e as indústrias, destruindo as máquinas que tiraram os seus empregos. Eles ficaram conhecidos também como ludistas.

O que era defendido pelo ludismo?

Não havia uma pauta a ser seguida pelos ludistas, visto que o momento era de tensão e revolta. Os operários, além das péssimas condições de trabalho, estavam testemunhando as máquinas tirarem seus empregos. Portanto, é certo dizer que o ludismo defendia, por reação natural, melhores condições de trabalho e mais oportunidades de emprego.

Principais características do ludismo

Apesar de o ludismo ser conhecido principalmente pelos atos de vandalismo e pelas ações violentas contra as máquinas, o movimento em si foi caracterizado pela união dos trabalhadores em busca de mais direitos e melhores condições de trabalho.

Eric Hobsbawm, historiador britânico considerado um dos maiores intelectuais do século XX, viu no ludismo uma espécie de sindicato, em reação natural ao desemprego, que, mais tarde, evoluiu para uma forma de contestação ao capitalismo industrial.

Principal líder do ludismo

Um operário chamado Ned Ludd, após ser punido pelo patrão devido ao seu empenho negativo no trabalho, decidiu pegar um martelo e quebrar as máquinas na fábrica onde trabalhava. Apesar dessa história ser incerta, e o próprio personagem, Ned Ludd, ser considerado fictício para alguns historiadores, a história em si serviu de inspiração para o movimento ludista. Ned Ludd é considerado um líder fictício do ludismo.

Como era a ação dos ludistas?

A quebra das máquinas era uma das principais formas de ação dos ludistas. [1]

A ação dos ludistas era por meio de vandalismo contra as máquinas e ameaça aos patrões. Ao se depararem com o desemprego promovido pela presença de máquinas, eles invadiram as fábricas e quebraram máquinas e equipamentos. Os donos das máquinas e das fábricas eram intimados e ameaçados, caso persistissem no investimento das novas tecnologias.

Veja também: 1º de maio - Dia do Trabalhador — data relacionada a protestos contra a precarização do trabalho após a Revolução Industrial

Repressão ao ludismo

No mês de março de 1812, o Parlamento inglês aprovou uma lei que punia com a morte aqueles que ousassem destruir as máquinas. Desde então, a partir de 1813, centenas de ludistas foram presos e torturados, e muitos deles, executados. Apesar da repressão, a Inglaterra passava por um momento de recuperação econômica, o que também foi um dos fatores que levaram ao enfraquecimento do ludismo.

Quais eram as diferenças entre o ludismo e o cartismo?

Enquanto o ludismo se caracterizou pelas ações radicais e violentas contra as máquinas, o cartismo se voltou mais para a política. Surgido em meados da década de 1830, o nome “cartismo” é devido à Carta do Povo, escrita pelos ativistas sociais William Lovett e Francis Place e que foi enviada para o Parlamento inglês, exigindo: sufrágio universal masculino; voto secreto; igualdade eleitoral; participação de representantes da classe operária no Parlamento; e pagamento aos parlamentares. Após o fim do cartismo, diversas leis e direitos trabalhistas foram criados para a melhor mediação entre o operariado e a burguesia.

Crédito de imagem

[1] tamingtheaibeast.org / Wikimedia Commons (Imagem editada: Texto “18th Century Luddites tried to Stop Progress” foi recortado.)

Fontes

INSTITUTO DE HUMANIDADES. Socialismo e social democracia. Instituto de Humanidades, 2007. Disponível em: http://institutodehumanidades.com.br/curso_atonomo/ciencia_politica/iii_socialismo e social democracia.pdf.

HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: O breve século XX: 1914-1991. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Publicado por Marcell de Oliveira Ardissao
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