Segunda Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial foi o período de avanço das inovações técnicas e produtivas no setor industrial que teve lugar entre a segunda metade do século XIX, a partir de 1850 aproximadamente, e o início do século XX. Suas características são observadas em outros países além da Inglaterra, como:
Utilizou-se da energia elétrica e do petróleo como fontes de energia, sendo o aço uma das principais matérias-primas. A partir de então, teve-se o aprimoramento de uma série de setores industriais e o surgimento de novas indústrias, o que refletiu de forma direta no sistema econômico, no ordenamento territorial e na vida cotidiana.
Resumo sobre a Segunda Revolução Industrial
-
A Segunda Revolução Industrial aconteceu entre meados do século XIX e a primeira metade do século XX até o início da Segunda Guerra Mundial;
-
Abrangeu mais países, como Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Japão e Estados Unidos.
-
A eletricidade e o petróleo foram as principais fontes de energia, e o aço, uma das matérias-primas mais importantes.
-
Houve o surgimento de grandes empresas, como a metalúrgica, siderúrgica e automobilística, e aperfeiçoamento de outras, como a química.
-
Possuiu relação direta com o imperialismo, inicialmente em busca de matérias-primas e mercado consumidor e culminando no processo de neocolonialismo;
-
Algumas de suas principais invenções foram os motores à combustão e elétrico, materiais sintéticos, meios de comunicação, como o telégrafo, e ferrovias;
-
Foram algumas de suas consequências: aumento da produtividade na indústria e na agricultura, maior variedade de mercadorias, racionalização do trabalho (fordismo e taylorismo), surgimento do capitalismo financeiro, e crescimento das áreas urbanas.
-
No Brasil, os signos da Segunda Revolução Industrial passaram a propagar-se a partir da década de 1930.
Leia também: Quais são os tipos de industrialização?
O que foi a Segunda Revolução Industrial?
A Segunda Revolução Industrial foi o período histórico caracterizado pela continuidade do processo de industrialização que teve início no século XVIII na Inglaterra. A partir de meados do século XIX, houve a ampliação tanto da escala territorial quanto do aparato tecnológico empregados nas novas indústrias, o que refletiu diretamente na produção e produtividade, na organização do trabalho nas unidades fabris e na forma de acumulação do capital.
-
Principais características da Segunda Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial teve início em meados do século XIX e perdurou até a primeira metade do século XX, quando teve início a Segunda Guerra Mundial. As inovações tecnológicas que surgiram nesse período propagaram-se para outros países além da Inglaterra, sendo eles: Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Japão e Estados Unidos.
Novas fontes de energia foram incorporadas ao processo produtivo e ampliaram, assim, a capacidade das fábricas. Foram elas o petróleo e a energia elétrica, que até então era utilizada somente em pesquisas e experimentos.
A adoção das novas fontes de energia com custos mais baixos permitiu a incorporação de máquinas e, portanto, o início da automação da produção fabril, levando à reorganização do processo produtivo. Ressalta-se, entretanto, que a adoção de máquinas em substituição ao trabalho braçal ganhou mais força no período subsequente, na Terceira Revolução Industrial.
Diante desse cenário, surgiram diferentes teorias a respeito da racionalização do trabalho e otimização da produção, como o fordismo e o taylorismo.
O aço passou a ser utilizado como matéria-prima, dando origem, assim, a grandes metalúrgicas e siderúrgicas. A logística e os transportes foram alguns dos beneficiários dessa inovação, sobretudo a partir da construção de estradas de ferro, navios, estruturas portuárias e do surgimento da indústria automobilística.
A Segunda Revolução caracterizou-se, ainda, pelo maior desenvolvimento da indústria química, responsável por produtos derivados do petróleo, fertilizantes e medicamentos.
Causas da Segunda Revolução Industrial
Atribui-se à eclosão de uma série de revoluções atreladas à crescente burguesia europeia as causas da Segunda Revolução Industrial, quando houve o desenvolvimento e fortalecimento de novos ideais econômicos, como o liberalismo.
Esse período estendeu-se desde o século XVII, na Inglaterra, com as consequências da Revolução Gloriosa para a burguesia e para a economia de modo geral, com grandes investimentos sendo feitos na produção e no aprimoramento tecnológico. A partir do século XVIII, o movimento filosófico do iluminismo passou a fundamentar os ideais das principais transformações de cunho econômico e social que tiveram lugar na Europa da época.
Proveniente da Primeira Revolução Industrial, a acumulação de capitais e a formação de uma nova estrutura econômica permitiram um maior volume de investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias produtivas e na busca de métodos mais baratos de produção, garantindo, assim, a ampliação dos lucros. Adentrava-se, portanto, na Segunda Revolução Industrial.
Veja também: Neoliberalismo – doutrina econômica que propõe uma nova leitura do liberalismo econômico
Segunda Revolução Industrial e o imperialismo
O imperialismo do século XIX esteve intrinsecamente ligado ao avanço da Segunda Revolução Industrial e à multiplicação das grandes empresas nos países industrializados, bem como à acumulação de capitais decorrentes desse processo.
Inicialmente, as nações industrializadas voltaram-se para o exterior em busca da ampliação do mercado consumidor e de novas fontes de matérias-primas para o suprimento da indústria doméstica. Sendo assim, voltaram-se para os países da Ásia, da Oceania e principalmente da África.
Os interesses econômicos rapidamente adquiriram caráter político e ideológico, razão pela qual o imperialismo é também denominado neocolonialismo. Destaca-se a realização da Conferência de Berlim entre 1884 e 1885, quando houve a partilha do continente africano entre os países industrializados da Europa, constituindo-se as colônias.
Consequências da Segunda Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial acarretou uma série de consequências que abrangem desde a organização territorial até a vida cotidiana da população dos países industrializados.
O processo contínuo de acumulação do capital e de transformação da indústria, que condicionou a formação dos monopólios e oligopólios, deu origem ao capitalismo financeiro.
Em se tratando da produção, a maior eficácia derivada da automatização dos processos elevou a produtividade das indústrias e proporcionou um maior volume de mercadorias que chegavam ao público. Esse, por sua vez, teve a sua disposição uma grande variedade de produtos.
A agricultura também se beneficiou das inovações tecnológicas do período, com fertilizantes e adubos que proporcionaram ganhos produtivos.
Houve, também, o avanço da urbanização, caracterizada tanto pelo êxodo rural quanto pela construção de novas estruturas essencialmente urbanas no espaço. Exemplos são as ferrovias e as redes de transmissão de energia elétrica. O início da automação da produção, por outro lado, trouxe o desemprego e, por conseguinte, aumento da pobreza urbana.
Invenções da Segunda Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial resultou em uma série de invenções, dentre as quais se destacam:
-
Motor à combustão e elétrico;
-
Lâmpada incandescente;
-
Trens a vapor e ferrovias;
-
Navios de aço;
-
Automóvel;
-
Telégrafo, telefone, televisão;
-
Dínamo elétrico;
-
Plásticos, lubrificantes, e outros produtos sintéticos derivados do petróleo;
-
Fertilizantes e adubos.
Brasil da Segunda Revolução Industrial
Enquanto a Segunda Revolução Industrial estava em curso, o Brasil dava os primeiros passos no sentido da industrialização e da modernização produtiva.
Durante o final do século XIX e início do XX, o país vivia o ciclo do café, passando do seu momento de maior importância para a fase de declínio, findando na década de 1930. O período foi marcado pela grande acumulação de capitais e pelo início da história ferroviária do país bem como do processo de industrialização no território nacional.
Considerando-se os elementos que caracterizaram a Segunda Revolução Industrial, essa fase chegou à economia brasileira a partir da década de 1930, na Era Vargas, com a crise cafeeira e a implantação da substituição das importações. Tem-se, a partir de então, o maior direcionamento de investimentos para o setor industrial e o desenvolvimento de setores como o da siderurgia e da exploração petrolífera.
Acesse também: Etapas e características da industrialização brasileira
Revolução Industrial
A Revolução Industrial consistiu no advento de novas tecnologias destinadas à produção e em métodos produtivos que resultaram em transformações profundas na estrutura econômica, social e até mesmo política, inicialmente, na Inglaterra, no século XVIII, e atingindo outros países a partir da segunda metade do século XIX.
A Primeira Revolução Industrial situou-se entre 1760 e 1850, tendo se restringido à Inglaterra. Destacou-se pela organização dos trabalhadores na unidade fabril e pelo advento da maquinofatura, com o surgimento da máquina a vapor, dos teares mecânicos e da máquina de fiar. A principal indústria do período era a têxtil.
A Terceira Revolução Industrial aconteceu a partir do final da Segunda Guerra Mundial até aproximadamente 1980. Ficou conhecida também como Revolução Técnico-Científica, marcada pelo aprimoramento das telecomunicações, da informática e da robótica, da eletrônica bem como da biotecnologia. O sistema de organização do trabalho e da produção passou a ser o toyotismo.
Identifica-se, por fim, uma Quarta Revolução Industrial, que diz respeito à aceleração das tecnologias da informação e da comunicação, com destaque para a inteligência artificial, robótica, nanotecnologias e correlacionados. A chamada Indústria 4.0 foca no aumento da vivência nos espaços virtuais e na maior integração entre os mundos digital e físico.
Exercícios resolvidos sobre a Segunda Revolução Industrial
Questão 1 – (UEA 2018) A Segunda Revolução Industrial, ao longo da segunda metade do século XIX, apresentou um marco que determinou os novos paradigmas do sistema socioeconômico capitalista. Esse marco foi:
A) a difusão do meio técnico-científico-informacional.
B) a acumulação primitiva de capitais.
C) a disseminação de trabalho assalariado.
D) a utilização do petróleo e da eletricidade.
E) a expansão das multinacionais e dos monopólios.
Resolução
Alternativa D. Uma das principais características da Segunda Revolução Industrial foi a utilização de novas fontes de energia, sendo essas a eletricidade e o petróleo.
Questão 2 – (Unesp) “A Exposição Internacional de Eletricidade foi aberta ao público no Palácio da Indústria em Paris, em agosto de 1881 […]. A maior parte dos aparelhos expostos resultaram de descobertas moderníssimas […]. O bonde que transporta os visitantes; as máquinas eletromagnéticas e o dínamo-elétrico em funcionamento; os focos luminosos brilhando; os telefones que nos permitem ouvir à distância representações de ópera — tudo isto é tão novo que nem sequer seu nome era conhecido cinco anos atrás.” (Revista A Natureza, 1881.)
As inovações mencionadas:
A) Resultaram dos investimentos em tecnologia e da criação dos cursos técnicos nas universidades europeias e norte-americanas.
B) Foram consequências da Segunda Revolução Industrial, que explorou novas fontes de energia e desenvolveu novos processos produtivos.
C) Ficaram restritas às camadas privilegiadas da sociedade, sem alterar o cotidiano da maioria dos habitantes da Europa.
D) Possibilitaram a autossuficiência dos países capitalistas adiantados e trouxeram dificuldades para os exportadores de produtos primários.
E) Determinaram a expansão dos regimes democráticos e iniciaram a difusão dos conhecimentos científicos em diferentes sociedades.
Resolução
Alternativa B. Os novos meios de comunicação e de transporte e as inovações produtivas atreladas à eletricidade são frutos da Segunda Revolução Industrial.