Revolução Alemã (1918-1919)

A Revolução Alemã, acontecida entre os anos de 1918 e 1919, foi uma tentativa de se instaurar um regime comunista na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial.
Rosa Luxemburgo foi uma das fundadoras da Liga Espartaquista *
  • O que foi a Revolução Alemã?

A chamada Revolução Alemã transcorreu nos anos de 1918 e 1919, com forte atuação na região da Baviera, no Sul da Alemanha. Tal revolução tinha caráter comunista e foi promovida por conselhos de operários e soldados, estimulados e coordenados pela propaganda ideológica do Partido Comunista Alemão (KPD), formado a partir da Liga Espartaquista. Para compreendermos bem isso, é necessário que entendamos um pouco do contexto da Alemanha (e da Europa) nos anos de 1918/1919.

  • Fim da Primeira Guerra e consequências para a Alemanha

Em 1918, a Primeira Guerra Mundial havia chegado ao seu fim, deixando, todavia, o continente europeu em ruínas. A Alemanha (à época, Império Alemão), que deu o pontapé inicial à guerra, junto ao Império Austro-húngaro, perdeu a guerra e foi obrigada a pagar pesadas sanções impostas a ela pelas nações vencedoras por meio do Tratado de Versalhes.

Ocorre que, um ano antes do fim da guerra (1917), aconteceu a Revolução Bolchevique, liderada por marxistas como Vladimir Lênin e Leon Trotski. Os revolucionários russos valeram-se da brecha encontrada pela ruína em que o Império do czar Nicolau II encontrava-se, sobretudo pelo envolvimento na guerra, para tomar o poder. O fato é que a Revolução Bolchevique acabou por estimular comunistas revolucionários de outras nações, sobretudo na Europa, a levar adiante em seus territórios as ações revolucionárias. Os comunistas alemães estavam na “rota revolucionária”.

  • República de Weimar e a Liga Espartaquista

Na Alemanha, o principal segmento político de esquerda estava concentrado no Partido Social Democrata Alemão (SPD - Sozialdemokratische Partei Deutschlands). Esse partido, formado na época do II Reich, apesar de agregar socialistas e comunistas, não possuía uma solidez teórica marxista e nenhuma estratégia propriamente revolucionária. Era um partido reformista, que inclusive elegeu o primeiro presidente da República de Weimar, Friedrich Eber, em 1918.

Foi de uma dissidência do SPD que nasceram os partidos políticos responsáveis pela Revolução Alemã. Dois dos principais intelectuais marxistas que estavam no SPD, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, desligaram-se do partido e formaram o USPD (Unabhängige Sozialdemokratische Partei Deutschlands), Partido Social-Democrata Independente Alemão, que se associou também à Internacional Comunista. O USPD posicionava-se criticamente tanto contra o SPD como contra o marxismo-leninismo dos bolcheviques russos, mas ainda havia divergências em torno da estratégia revolucionária.

Do USPD, então, nasceu a Liga Espartaquista, liderada pelos dois revolucionários citados acima, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht. A Liga defendia a formação de um bloco revolucionário por operários e trabalhadores, que se organizariam em torno de conselhos. Essa ideia começou a ser posta em prática por meio de atos como greves gerais. Em 1918, foi formado o KPD (Partido Comunista da Alemanha).

Em pouco tempo, Liebknecht deu início às revoltas na região da Baviera, que foi tomada de assalto pelas associações de trabalhadores e militares. Essas revoltas resultaram na criação de uma República comunista que se punha como rival à República social-democrata de Weimar.

  • Perseguição e morte dos revolucionários

Os dirigentes da República de Weimar, em especial o presidente Friedrich Ebert, procuraram desarticular o regime criado pelos revolucionários. Com a ajuda dos Feikorps, associações paramilitares formadas por ex-militares anticomunistas, a República de Weimar conseguiu prender muitos dos envolvidos na Revolução e matar as principais lideranças. Rosa Luxemburgo, por exemplo, foi morta em 1919. Seu corpo foi jogado em um rio.

* Créditos da imagem: Shutterstock e svic

Publicado por Cláudio Fernandes
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