Perissologia – Um “desvio” linguístico

O ato da escrita, na maioria das vezes, representa um estigma para muitos. Verdade é que se posicionar diante deste procedimento não é uma tarefa tão simples assim, uma vez que inúmeros fatores estão a ele correlacionados, ou seja, não é somente elencar ideias e transpô-las ao papel, mas também ter habilidade suficiente para que estas estejam dispostas de forma clara, precisa e coerente.

Tal afirmativa nos remete à noção dos requisitos que constituem a modalidade em foco, sobretudo no que diz respeito aos conhecimentos linguísticos que, de forma paulatina, o interlocutor, mediante sua prática como redator, vai aprimorando juntamente às habilidades necessárias à realização plena do exercício.


Indubitavelmente, em meio ao desenvolvimento destas habilidades, algumas falhas são passíveis de acontecer e, funcionando como verdadeiros entraves, estas acabam interferindo na qualidade textual. Sendo assim, o presente artigo pauta-se por enfatizar acerca de uma dessas falhas, visto que, por mais imperceptível que pareça, uma grande parte dos usuários são adeptos da mesma.

Referimo-nos, por excelência, à perissologia, ora concebida como um desvio linguístico, que, como tal, deve ser extinto o quanto antes de nossa convivência. Semelhantemente ao pleonasmo, a perissologia consiste no emprego de termos desnecessários, fazendo referência a um pensamento anteriormente expresso, contribuindo assim para a prolixidade do discurso.

Com base nesses pressupostos, vejamos alguns exemplos que ilustram a referida circunstância linguística:

* Planejar antecipadamente, visto que “planejar” já denota a ideia de algo previamente preparado.

* Principal protagonista da história, uma vez que “protagonista” já é alguém que se destaca entre os demais.

* Inaugurar um novo estabelecimento, uma vez que nunca inauguramos algo já existente.

* Fazer uma breve alocução, sendo que “alocução” já se refere a um breve discurso.


Assim como esses, vários outros tendem a se manifestar.

Diante de tais pressupostos, torna-se relevante mencionar que dentre os aspectos relacionados a uma boa produção, a releitura funciona como fator preponderante, posto que por meio dela essas “falhas” podem ser detectadas e, consequentemente, corrigidas.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Mundo Educação

Publicado por Vânia Maria do Nascimento Duarte
Química
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