Maria, Mãe de Jesus
Maria é uma figura muito importante na história do cristianismo, sendo reconhecida nessa religião como a Mãe de Deus. O reconhecimento a Maria como tal está presente no catolicismo, na Igreja Ortodoxa, na Anglicana, em outras vertentes protestantes, e até no islamismo há a menção a ela como Mãe de Jesus.
Na tradição cristã, ficou marcada por ter sido escolhida por Deus para gerar Jesus. É conhecida como Virgem Maria, pois era virgem quando engravidou de seu filho. Os historiadores sabem muito pouco sobre essa personagem, e grande parte do que sabemos vem dos Evangelhos.
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Resumo sobre Maria, Mãe de Jesus
- Maria é uma figura importante na história do cristianismo, pois é conhecida como a Mãe de Jesus.
- Na tradição cristã, Maria recebeu, do anjo Gabriel, a revelação de que ela conceberia o Filho de Deus.
- Os historiadores sabem muito pouco sobre essa personagem e a maioria das menções a ela vem dos Evangelhos.
- Ela é bastante representada nas artes, estando presente na escultura, nas artes visuais, no cinema etc.
- A crença em Maria como Mãe de Deus está presente na Igreja Católica, Ortodoxa e em vertentes protestantes.
Qual a história de Maria, Mãe de Jesus?
Maria foi uma mulher judia do século I e de origem em Nazaré que é conhecida por ter sido a Mãe de Jesus. Esse feito fez dela uma mulher venerada em diversas religiões, incluindo as diversas vertentes do cristianismo e o islamismo. Apesar disso, as informações que os historiadores têm a respeito dela são bastante limitadas.
Não sabemos nada sobre a infância de Maria, uma vez que as fontes sobre ela são pouquíssimas, além de que muitas delas foram escritas muito tempo depois da vida de Maria. Os evangelhos bíblicos são a maior fonte que se tem sobre ela, mas os historiadores tratam essa fonte com bastante cautela.
O pouco que sabemos da vida de Maria é que ela era filha de um casal formado por Joaquim e Ana. Não sabemos nada sobre esse casal e a informação de que Maria era filha deles foi obtida de um evangelho apócrifo chamado Protoevangelho de Tiago. Ainda assim, alguns historiadores tratam essa informação com muita cautela, uma vez que esse texto apócrifo é do ano de 150, aproximadamente.
De toda forma, Maria ficou conhecida como a Mãe de Jesus por meio da tradição cristã. Os Evangelhos contam que Maria teria sido escolhida por Deus para conceber de maneira milagrosa Jesus, Filho de Deus. O texto bíblico também narra episódios da vida de Jesus, mencionando Maria em muitos deles.
Ela foi casada com José, homem que cuidou de Jesus como pai adotivo. Do ponto de vista histórico, Maria também gerou outros filhos depois de Jesus. Os historiadores afirmam que ela teria sido a mãe de, pelo menos, mais quatro homens — Tiago, José, Simão e Judas —, além de também ter tido algumas filhas que não tiveram seus nomes mencionados em nenhum texto bíblico.
Sabe-se que o nome de Maria é derivado do aramaico para Miriã, a irmã de Moisés. Os pesquisadores acreditam que o nome Maria é a derivação grega para Miryam.
Quantos anos Maria tinha quando engravidou de Jesus?
Não sabemos ao certo a idade em que Maria gerou Jesus, mas, dado a cultura predominante na Palestina em sua época, acredita-se que ela tenha gerado Jesus por volta dos 14 anos de idade. Isso porque era costume na época que as meninas se casassem tão logo chegassem à puberdade. Acredita-se que Maria tenha tido seu casamento com José arranjado entre os 12 e os 14 anos e que Jesus teria nascido até ela ter 16 anos de idade.
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O que a Bíblia diz sobre Maria, Mãe de Jesus?
Grande parte das informações que temos na Bíblia sobre Maria está nos Evangelhos, especialmente nos livros de Lucas, Marcos e Mateus. Os textos bíblicos trazem algumas informações escassas sobre Maria, com alguns aspectos de sua vida, mas o foco da narrativa bíblica é mesmo a vida de Jesus.
Os Evangelhos que mais mencionam Maria são os de Lucas e Mateus, enquanto o Evangelho de Marcos menciona o nome de Maria uma vez e faz menção a ela como a Mãe de Jesus em outra passagem. No Evangelho de João, Maria também é mencionada apenas como a Mãe de Jesus, sem que o nome dela propriamente seja citado.
No Evangelho de Lucas, o nome de Maria é mencionado diversas vezes, havendo uma grande atenção da narrativa à infância de Jesus e aos cuidados que Maria deu a ele nesse momento de sua vida. A narrativa nesse livro menciona o momento em que Maria é informada pelo anjo Gabriel de que ela tinha sido a escolhida para gerar o Filho de Deus.
Já no Evangelho de Mateus, Maria é mencionada cinco vezes em contextos semelhantes aos que é mencionada em Lucas. Por fim, há também uma menção a Maria no livro de Atos dos Apóstolos e no Antigo Testamento.
Representação de Maria, Mãe de Jesus
O fato de ser uma pessoa muito importante na história do cristianismo fez com que Maria fosse representada de diversas formas em diferentes mídias e artes.
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Representações de Maria no cinema
No cinema, uma das representações mais conhecidas de Maria aconteceu no filme A Paixão de Cristo, de 2004, que foca nos momentos finais de Jesus Cristo, demonstrando sua prisão, tortura e crucificação. Maria é representada no filme em situação de sofrimento ao ver toda a dor que estava sendo imposta a seu filho. Nesse filme, Maria foi interpretada por Maia Morgenstern.
Outra representação bastante conhecida de Maria está na minissérie Jesus de Nazaré, lançada em 1977. Nessa produção, Maria foi interpretada por Olivia Hussey. Vale também destacar um filme brasileiro de 2003 chamado Maria, Mãe do Filho de Deus, em que é interpretada pela atriz Giovanna Antonelli.
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Representações de Maria em esculturas
Na escultura, os temas bíblicos tiveram grande destaque durante o período do renascimento, e, nesse campo, a representação mais conhecida, sem sombra de dúvidas, é uma escultura de Michelangelo chamada Pietà. A escultura retrata Maria segurando o corpo desfalecido de Jesus.
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Representações de Maria na música
Na música, o grande destaque vai para a canção de Franz Schubert que foi composta em 1825. Essa música é bastante comum em cerimônias religiosas e também é parte de apresentações de concertos e de corais. A canção de Roberto Carlos chamada Nossa Senhora é também bastante conhecida e trata da Mãe de Jesus.
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Representações de Maria na literatura
Na literatura, Maria é mencionada em diversas obras, como:
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- A divina comédia, de Dante Alighieri;
- Glórias de Maria, de Santo Afonso Maria de Ligório;
- A verdadeira história da Virgem Maria: um romance histórico na voz da Mãe de Jesus, de João Carlos Almeida.
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Representações de Maria nas artes
Nas artes visuais, há uma infinidade de obras que retratam a Virgem Maria. Durante a Idade Média e o renascimento, eram muito comuns obras que retratam a Mãe de Jesus. Entre as mais conhecidas, estão:
- A Virgem, o Menino e Santa Ana, de Leonardo da Vinci;
- A Virgem com os anjos, de William-Adolphe Bouguereau;
- A Virgem em prece, de Sassoferrato;
- Madona e o Menino entronados com santos, de Rafael Sanzio;
- A Virgem do cravo, de Leonardo da Vinci;
- Piazza Madonna, de Andrea del Verrocchio e Lorenzo di Credi.
Por que Maria é chamada de Mãe de Deus?
Ao longo da história, a Virgem Maria recebeu o título de theotokos, que no grego remete à sua condição de Mãe de Deus. Esse título foi atribuído a Maria durante o Concílio de Éfeso, realizado em 431. Nesse evento, o papa São Clementino I determinou que todo cristão que não reconhecesse a Virgem Maria como Mãe de Deus, uma vez que Jesus Cristo é verdadeiramente Deus, seria excomungado da Igreja.
Morte de Maria, Mãe de Jesus
Não há relatos bíblicos sobre a morte de Maria e sobre como teria acontecido. Na tradição católica foi adotada, por meio do papa Pio XII, em 1950, a ideia de Assunção. Nessa ideia, foi convencionado que Maria foi levada para o céu de corpo e alma, mas essa crença da tradição católica não menciona se isso aconteceu antes ou depois de ela estar morta.
No texto bíblico, a última menção a Maria acontece no Dia de Pentecostes, mencionado em Atos dos Apóstolos. Os ortodoxos, por sua vez, acreditam na ideia de Dormição de Maria, em que ela teria morrido pacificamente.
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Devoção a Maria, Mãe de Jesus
A devoção a Maria é uma característica tradicional de diversas denominações religiosas no interior do cristianismo, fazendo com que ela seja venerada por meio de orações, imagens, esculturas, canções, assim como por meio de festividades tradicionais na fé cristã. A devoção a Maria retrata como os fiéis dão importância ao seu papel na história de Jesus.
Na tradição religiosa dos católicos, Maria é vista pelos fiéis como uma intercessora, sendo interpelada por eles em orações. Além disso, a devoção a Maria fez com que ela recebesse diversos títulos, sendo que o principal deles é o de Nossa Senhora. Vale destacar também que a devoção a Maria no Brasil fez com que ela fosse considerada a padroeira do Brasil como Nossa Senhora Aparecida.
Maria, Mãe de Jesus em outras religiões
A devoção a Maria é basilar na crença religiosa dos cristãos, sendo considerada Mãe de Deus na Igreja Católica, Ortodoxa, Luterana, Anglicana e na Igreja Ortodoxa Oriental. Além disso, ela é uma figura presente na crença dos mórmons, e no islamismo ela tem uma posição de muito respeito no Alcorão, o livro sagrado do islã.
Curiosidades sobre Maria, Mãe de Jesus
- Existe um texto de um escritor do século II chamado Celso que afirma que Maria teria sido engravidada por um soldado chamado Panthera. Os historiadores consideram esse relato falso.
- O dia 12 de outubro é considerado feriado nacional como o Dia de Nossa Senhora Aparecida, uma homenagem a Maria como padroeira do Brasil.
- Maria é a única mulher mencionada pelo nome no Alcorão, o livro sagrado do islamismo.
- Acredita-se que Maria tenha ficado viúva jovem, pois os historiadores afirmam que seu marido pode ter morrido na infância de Jesus.
Créditos da imagem
[1] Renata Sedmakova / Shutterstock
[2] Filipe.Lopes / Shutterstock
Fontes
ASLAN, Reza. Zelota: a vida e a época de Jesus de Nazaré. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
DENOVA, Rebecca. Mary, Mother of Jesus. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Mary,_Mother_of_Jesus/
IWASHITA, Pedro K. Maria no Vaticano II: renovação na Mariologia. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/24501/24501.PDF