A Origem das Mitocôndrias
As mitocôndrias são organelas supostamente derivadas de bactérias primitivas, englobadas por células procarióticas mais desenvolvidas, estabelecendo assim uma relação de endosimbiose.
O estabelecimento desse intercâmbio foi favorável aos dois organismos, devido à mútua cooperação de ambos: um ofertando proteção e nutrientes, o outro de forma compensatória, favorecendo maior rendimento e aproveitamento energético através do processo de respiração celular.
Essa hipótese simbiótica fundamenta-se segundo três aspectos: primeiro pela existência de material genético próprio, característico de organismos ancestrais (DNA circular); em segundo pela presença de RNA ribossômico estruturalmente diferenciado (com menor teor protéico / conseqüentemente menor tamanho dos ribossomos) em relação aos da célula hospedeira; e terceiro, devido à existência de duas membranas constituindo as mitocôndrias, sendo a interna do organismo engolfado e a externa do organismo que efetuou a incorporação.
Micrografia eletrônica de uma mitocôndria.
Esse último, por micrografia eletrônica (imagem microscópica), revela o aspecto membranar de uma mitocôndria. Externamente formada por uma membrana lisa envolvendo internamente outra membrana pregueada, chamadas de cristas mitocôndrias, que delimita um espaço viscoso (a matriz mitocôndrial) onde ficam imersos os ribossomos e o DNA.
Dessa forma, a mitocôndria, uma organela evolutivamente pertinente, possui particularidades morfofisiológicas primordiais ao metabolismo das células eucariontes animais e vegetais.
Seu importante desempenho bioquímico, no fornecimento de energia advindo do processo de respiração celular, envolve um complexo sistema enzimático que se estende desde a oxidação de ácidos graxos, ciclo de Krebs e a Cadeia respiratória.