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Aquecimento Global existe mesmo?

O debate sobre o Aquecimento Global coloca em xeque tanto a existência desse fenômeno quanto a real participação do homem em sua ocorrência.
Análises científicas suscitam a dúvida: o Aquecimento Global existe ou não?
Análises científicas suscitam a dúvida: o Aquecimento Global existe ou não?

O Aquecimento Global, durante os últimos anos, foi um dos temas mais debatidos tanto na comunidade científica internacional quanto em outros espaços da sociedade, como a imprensa e a internet. Até bem pouco tempo, considerava-se como consenso a perspectiva de que a Terra estaria aquecendo em uma velocidade cada vez mais acelerada em função das atividades humanas. No entanto, atualmente, as contestações chamadas de “céticas” vêm se tornando cada vez mais conhecidas.

Assim, diante de um verdadeiro mar de afirmações e contestações, é possível sintetizar três posições principais, a saber:

Proposição 01: O Aquecimento Global existe e é culpa do homem;

Proposição 02: O Aquecimento Global existe, mas é um evento natural;

Proposição 03: O Aquecimento Global não existe.

A primeira linha de argumentação citada é a predominante no meio científico, sendo amplamente manifestada pelos meios de comunicação, afirmando que o homem, desde a I Revolução Industrial, vem interferindo diretamente sobre o clima. A linha de argumentação baseia-se na elevação das temperaturas em função da emissão dos chamados gases-estufa, como o CO2 (gás carbônico) e o CFC (clorofluorcarboneto). Entre os mais conhecidos defensores dessa tese, está o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que organizou um documentário chamado Uma Verdade Inconveniente.

Esses gases seriam os culpados pela intensificação do efeito estufa, um fenômeno originalmente natural responsável pela manutenção do calor na Terra graças à retenção dos raios solares.

Em geral, os defensores da tese do Aquecimento Global baseiam-se em dados do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo essa entidade, cerca de 90% das alterações climáticas foram causadas pelo homem e apenas 10% são naturais. De acordo com os dados referentes à elevação de CO2 e CH4 (gás metano), a Terra nos próximos anos elevaria sua temperatura em 2ºC ou 3ºC, o que poderia provocar terríveis consequências para o planeta, como a elevação do nível dos oceanos, em função do degelo do Ártico e da Antártida.

Em oposição a essa tendência, alguns cientistas até admitem a existência do Aquecimento Global, mas defendem que esse processo é natural, pois o principal fator que influencia o clima da Terra seria o Sol, e não os gases atmosféricos. Dessa forma, com o aumento das atividades solares, a tendência seria o aquecimento médio das temperaturas no planeta. Entre os principais defensores, cita-se o nome de Timothy Ball, PhD pela Universidade de Londres.

Essa posição, entre outras críticas, contesta a ameaça representada pelos gases-estufa. Alguns cientistas chegam a afirmar que o CO2 é, na verdade, benéfico para a atmosfera terrestre, pois estimula o desenvolvimento e crescimento das vegetações. Além disso, mesmo que ele fosse danoso ao meio ambiente, seu impacto não seria tão grave, uma vez que a sua concentração na atmosfera é inferior a 1%.

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Seguindo essa linha de argumentação, se o CO2 representasse uma ameaça, o planeta Marte deveria ser mais quente do que a Terra, uma vez que sua atmosfera é composta em mais de 95% por esse gás.  No entanto, suas temperaturas são, em média, de -50ºC;

Em uma terceira via, mais “radical”, há um grupo que afirma que o Aquecimento Global simplesmente não existe, de que se trata de uma teoria que jamais foi provada. Para eles, esse “alarmismo” seria uma estratégia dos países desenvolvidos para evitar o aumento do consumo e do padrão de vida do mundo subdesenvolvido, envolvendo também outras questões políticas e que não possuem uma real validade científica. Entre os defensores dessa tese, podemos destacar Timoth Oke, climatólogo canadense, Ricado Augusto Felício, climatólogo e professor da USP, e Luiz Carlos Molion, meteorologista da Universidade Federal de Alagoas.

Há, inclusive, a afirmação de que a Terra possa se resfriar nos próximos anos. Isso porque a atividade solar é cíclica, sendo assim, durante o período em que ela é mais intensa, as temperaturas aumentam e, quando a atividade solar diminui, as temperaturas abaixam, o que deve ocorrer nos próximos 20 ou 30 anos. As temperaturas só se elevariam em locais específicos, como os centros urbanos, em função das ilhas de calor.

Além disso, seria também necessário considerar a influência dos oceanos sobre o clima, uma vez que a maior parte da superfície terrestre é composta por eles. Assim, alguns fatores atmosféricos, como a umidade do ar, alteram-se conforme as oscilações das temperaturas oceânicas. Um dos elementos utilizados como argumento nesse contexto é a Oscilação Decadal do Pacífico, um fenômeno que, a cada 20 anos, altera as temperaturas do Oceano Pacífico e influencia o clima em todo o mundo.

De qualquer forma, independente de qual das proposições acima seja a verdadeira ou a mais próxima da realidade, é preciso considerar que o Aquecimento Global não é a única questão ambiental atualmente em debate. Por isso, meios de preservação dos espaços naturais devem ser intensificados, como a conservação das florestas, dos solos e dos rios.

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena
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