Estada ou estadia?
Estada e estadia são palavras que apresentam semelhanças tanto quanto aos aspectos sonoros quanto aos aspectos gráficos. Essa ocorrência representa alguns dos muitos motivos que levam o usuário da língua a levantar possíveis questionamentos, como também a cometer possíveis desvios que acabam transgredindo o padrão formal que rege a linguagem.
Nesse sentido, ocupemo-nos em analisar as características que norteiam tais vocábulos, no sentido de aprimorarmos nosso conhecimento no que tange às peculiaridades do nosso idioma. Sendo assim, vejamos:
Tradicionalmente, temos que “estadia” se refere ao tempo de permanência de um navio no porto sem o pagamento de nenhuma taxa para tal, ou simplesmente o tempo de permanência deste no referido local. Constatemos, pois, o exemplo a seguir:
Foi longa a estadia do Happy Giant no porto de Ilhéus.
Já o vocábulo “estada” se refere ao ato de estar, permanecer, em um determinado lugar. Dessa forma, analisemos este outro enunciado:
Sua estada aqui em Maceió será de quantos dias?
Contudo, em virtude do caráter dinâmico do qual se perfaz a língua, o vocábulo “estada”, até mesmo por questões relacionadas à eufonia (som agradável), passou a assumir as mesmas acepções semânticas atribuídas a “estadia”. Significando, portanto, a permanência de pessoas, animais, veículos, entre outros, num determinado local. A referida afirmativa, a título de comprovação, é retratada por pelo menos dois dicionaristas brasileiros – Houaiss e Francisco Borba.
Como pudemos perceber, dado tal dinamismo, tanto faz utilizarmos uma forma quanto a outra, como bem nos apresentam os casos a seguir:
Durante a estada (ou estadia) dos diretores na cidade, o representante geral ficará a cargo de levá-los para conhecê-la.
Minha estadia (ou estada) nesta região será de pouco tempo.