Objeto direto interno: particularidades linguísticas
Imersos no universo da sintaxe – parte da gramática que se ocupa do estudo das relações que se estabelecem entre os termos de uma oração, passamos a nos sentir familiarizados com as distintas particularidades que norteiam os fatos linguísticos. Aqui, de forma especial, a ênfase será dada aos chamados “termos integrantes”, uma vez representados, entre outros elementos, pelos complementos verbais: objeto direto e objeto indireto.
Dentre tais particularidades, constatamos aquelas que se aplicam a ele, ao objeto direto. Assim, temos o objeto direto pleonástico, o preposicionado e, por fim, o objeto direto interno – alvo de nossa discussão. Ele, por sua vez, adquire tal classificação em virtude de se constituir por um substantivo cognato do verbo (possuir o mesmo radical) ou pertencer à mesma esfera semântica (relacionado ao significado) desse mesmo verbo. Pois bem, de forma a constatarmos como se dá essa ocorrência, analisemos o enunciado que segue:
Sonhei um sonho aterrorizante. (substantivo cognato do verbo sonhar)
Numa primeira instância, pode até parecer que o caráter redundante, pleonástico, manifeste-se. No entanto, o fato decorre das intenções de cunho estilístico advindas do emissor, cujo propósito é o de conferir mais ênfase à mensagem em evidência, dada a condição de um verbo intransitivo (sonhar) passar à condição de transitivo direto, ou seja: sonhei o quê? Um sonho aterrorizante.
Passemos a outro exemplo:
Dormi um sono tranquilo.
Desta feita, a constatação a que chegamos é que “sono” representa um substantivo pertencente à mesma esfera semântica do verbo em referência, que no caso é representado pelo verbo dormir.
Voltando à questão do aspecto estilístico, cumpre afirmar que a ocorrência linguística sobre a qual falamos foi largamente utilizada por uma leva de poetas que se fizeram vistos mediante a contribuição que deram ao mundo maravilhoso de nossas letras.