Pax Romana
O que foi a Pax Romana?
Pax Romana é o nome que se dá a um período da história romana marcado por uma aparente paz e por uma prosperidade econômica considerável, que fortaleceu o poder de Roma sobre as suas províncias, sobretudo as mais distantes. Esse período específico aconteceu durante a transição da República para o Império e estendeu-se por aproximadamente 200 anos. O significado do termo “pax romana” (escrito no latim, idioma oficial do Império Romano) é paz romana.
A pax romana foi uma prática iniciada durante o reinado de Otávio Augusto. Esse reinado iniciou-se em 27 a.C., e sua coroação colocou fim à República Romana. O período final da República Romana foi marcado por uma série de disputas políticas, guerras civis, rebeliões de escravos etc.
Por essa razão, assim que assumiu o Império Romano, Otávio precisava garantir a estabilidade política e, principalmente, impedir que novas rebeliões acontecessem e ameaçassem a integridade territorial. Para isso, Otávio tomou uma série de medidas político-administrativas, e o conjunto dessas medidas deu início à pax romana.
Principais características da pax romana
Estrada romana construída na região da atual Espanha
Durante seu reinado, uma das maiores preocupações de Otávio Augusto era garantir o controle sobre as regiões mais distantes do Império Romano que haviam sido conquistadas a partir da guerra. Outro ponto muito importante era manter essas regiões estáveis para garantir sua rentabilidade econômica. Para que isso acontecesse, um dos mecanismos utilizados pelo Império Romano foi o de aculturar essas regiões.
Esse projeto de aculturação consistia basicamente em transmitir os valores culturais de Roma para as províncias dominadas como forma de mantê-las integradas ao Império e, assim, satisfeitas. Dentro desse projeto, os romanos começaram a transmitir seu idioma (o latim), cultura política, arquitetura, crenças religiosas etc.
No caso da religião, uma importante observação é que, ao mesmo tempo que ela influenciava outros povos, também era influenciada pelas tradições religiosas desses povos. A transmissão da cultura romana era realizada a partir da presença das legiões romanas, estacionadas estrategicamente nessas regiões.
Claro que não somente a aculturação garantia a estabilidade desses povos e que eram necessárias ações no campo econômico e na infraestrutura local. Para isso, diversas medidas eram tomadas com o objetivo de garantir o desenvolvimento econômico dessas regiões, além de ser desenvolvida toda uma infraestrutura para garantir a melhoria na qualidade de vida, como estradas e aquedutos.
Quando a aculturação e a política de desenvolvimento econômico e de infraestrutura não conseguiam os resultados desejados, as tropas romanas cumpriam o seu papel de intimidação dos locais. A presença das legiões, além de reforçar a segurança contra ataques estrangeiros, também servia como forma de coagir para que as pessoas não se rebelassem contra a autoridade romana.
Assim, caso uma rebelião fosse organizada pelas elites locais, as tropas romanas que estavam estrategicamente posicionadas interviam diretamente para derrotar os rebeldes. As punições para os envolvidos, geralmente, eram rigorosas, principalmente com a morte. Uma execução muito famosa utilizada pelos romanos era a crucificação.
A pax romana enquanto prática garantiu, portanto, uma relativa estabilidade para o Império Romano – apesar de alguns percalços. Os historiadores consideram que essa prática estendeu-se até aproximadamente o ano de 180 d.C. Nessa data, aconteceu a morte do imperador Marco Aurélio. Muitos consideram que, após essa data, iniciou-se a longa decadência de Roma, que se estendeu até o século quinto.
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