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Revolução Científica do século XVII

Um dos acontecimentos mais importantes da Idade Moderna é a Revolução Científica do século XVII, operada sobretudo pela grande figura de Galileu Galilei.
Acima, quadro representando o julgamento de Galileu a propósito da tese referente ao movimento da Terra em torno do Sol
Acima, quadro representando o julgamento de Galileu a propósito da tese referente ao movimento da Terra em torno do Sol

O que entendemos hoje por “ciência” remete a um conjunto de fatores, mas os principais são: 1) aplicação técnica (o que chamamos de tecnologia) e 2) formulação teórica. Essa concepção de ciência começou a ser elaborada desde o fim da Idade Média, mas só atingiu sua primeira configuração sólida no século XVII, principalmente com Galileu Galilei. Esse momento da história do pensamento científico é chamado por alguns pesquisadores de Revolução Científica do século XVII.

Para se entender o motivo de o século XVII ter sido tão revolucionário para a história do pensamento científico (tal como foi o século XX com a mecânica quântica), é necessário saber o que se entendia por “ciência” até então e quais foram os elementos que apareceram na Modernidade e que contribuíram para tal revolução.

Pois bem, na Grécia Antiga e durante uma boa parte da Idade Média, a ciência (que os gregos denominavam de episteme) era um tipo de conhecimento voltado para a descrição dos fenômenos terrestres e para a identificação da relação entre eles e os fenômenos de ocorrência nas esferas celestes, ou o “cosmos harmônico”. Havia ainda a preocupação com a relação entre esses fenômenos com os princípios metafísicos, dispostos sob os conceitos de “substância”, “ato”, “potência”, “acidente”, entre outros.

A partir da Alta Idade Média, mas, sobretudo, nos séculos XV e XVI, quando emergiu na Europa o Renascimento Cultural, uma nova concepção de mundo ou de “cosmos” passou a surgir. Essa nova concepção, nos termos em que o historiador da ciência Alexandre Koyré se expressa, não é mais aquela do “cosmos harmônico e fechado” das esferas celestes, elaborado por Aristóteles, mas o Universo Infinito, que seria explicado por Kepler, Galileu, Titcho Brahe e Newton.

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O universo encarado como algo que pode ser explicado, e mais, explicado matematicamente, era algo completamente radical para a época. O papel de Galileu na sistematização dessa concepção revolucionária foi decisivo, já que ele foi um dos primeiros a aperfeiçoar instrumentos técnicos, como o telescópio, para melhor observação dos fenômenos. Foi Galilei também que deu um novo rumo às pesquisas sobre o movimento, com a elaboração da lei da inércia, e recuperou as teses de Copérnico sobre a translação terrestre. Essa última investida de Galileu comprometeu-o, já que, católico, teve que explicar sua teoria a um tribunal da Inquisição (ver imagem no topo).

A junção entre observação, experimentação e formulação de uma explicação teórica e matemática — explicação essa que pode resultar na construção de artefatos tecnológicos capazes de medir e calcular o fluxo dos fenômenos naturais e também manipular a própria natureza, constitui o alicerce da ciência moderna, que se forjou sob o signo da Revolução Científica do século XVII.

Publicado por Cláudio Fernandes

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