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Judaísmo

O judaísmo é uma das três religiões monoteístas do planeta. Surgiu por meio dos hebreus, na Antiguidade. A Tanakh e o Talmude são importantes livros dessa religião.
Talmude, livro do judaísmo, com um ramo de flores ao lado, em superfície de madeira.
O Talmude e a Estrela de Davi são dois importantes símbolos do judaísmo.

O judaísmo é uma das três grandes religiões monoteístas do planeta, juntamente do islamismo e do cristianismo. Também compartilha com essas religiões sua origem abraâmica, uma vez que se estabeleceu por meio de Abraão, patriarca hebreu que recebera a promessa de Javé de que geraria um grande povo.

O judaísmo se espalhou pelo planeta, alcançando atualmente cerca de 15 milhões de fiéis, sendo que a maioria deles está nos Estados Unidos e em Israel. Os livros sagrados mais importantes do judaísmo são a Tanakh e o Talmude, além dos importantes símbolos e rituais dessa profissão de fé.

Leia mais: Quais são as 10 maiores religiões do mundo?

Resumo sobre o judaísmo

  • O judaísmo é uma das três grandes religiões monoteístas do planeta, junto do islamismo e do cristianismo.
  • Teve origem por Abraão, patriarca dos hebreus na Antiguidade.
  • Acredita em Javé como Deus único, embora muitos judeus pratiquem a religião de maneira não teísta.
  • A Tanakh e o Talmude são importantes livros sagrados para os judeus.
  • Atualmente, existem cerca de 15 milhões de judeus espalhados no planeta, a maioria em Israel e Estados Unidos.
  • No Brasil, há cerca de 110 mil judeus.

O que é o judaísmo?

O judaísmo é uma das maiores religiões do planeta, reconhecido como uma das três grandes crenças monoteístas existentes (as outras são o cristianismo e o islamismo). O judaísmo também é uma religião abraâmica, porque Abraão foi um de seus patriarcas e profetas. O islamismo e o cristianismo também compartilham esse status com o judaísmo.

O judaísmo surgiu há cerca de quatro mil anos, na região do Mediterrâneo Oriental, por meio de um patriarca chamado Abraão. Ele residia na Mesopotâmia, migrando posteriormente para Egito e depois para Canaã. O judaísmo moderno se consolidou com base no antigo culto praticado pelos hebreus em Canaã na Antiguidade.

Essa religião tem alguns livros sagrados, como a Torá e o Talmude, além de alguns rituais tradicionais, como o Bar Mitzvá. Os judeus consideram que sua religião se estabeleceu por meio de uma aliança de Deus com o povo hebreu na Antiguidade. Atualmente, o judaísmo tem cerca de 15 milhões de fiéis, com a maioria deles concentrada em Israel e nos Estados Unidos.

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Quais as características do judaísmo?

Destacamos abaixo algumas características importantes da religião judaica:

  • A sinagoga é o local de reunião religiosa.
  • O rabino é a principal autoridade religiosa.
  • O judaísmo tem uma literatura religiosa, com destaque para o Tanakh (do qual a Torá faz parte) e o Talmude.
  • Realização de importantes rituais, e um dos mais conhecidos é o Bar Mitzvá.

Livros do judaísmo

Dentro do judaísmo existe uma série de livros importantes, e a Tanakh e o Talmude são os principais. A Tanakh, também conhecida como Bíblica hebraica, é formada por três divisões — Torá, Nevi’im e Ketuvim. A Torá são os cinco livros de Moisés e que constam também na Bíblia cristã. Já Nevi’im e Ketuvim são divididas em uma série de pequenos livros com menções a profetas hebraicos.

Rituais do judaísmo

Garoto de 13 anos faz oração no Muro das Lamentações, uma prática do judaísmo.
Jovem judeu de 13 anos realiza oração no Muro das Lamentações, uma das práticas do Bar Mitzvá.

Entre os principais rituais do judaísmo, destacam-se o Brit Milá, que marca a circuncisão do menino quando ele completa oito dias de vida, e o Bar Mitzvá, que marca a passagem do menino, aos 13 anos, para a vida adulta. Esse ritual é marcado por grandes celebrações e tem muita importância na cultura judaica.

A religião judaica tem outras celebrações importantes na profissão de sua fé, como a Pessach, que celebra o que é popularmente conhecido como “Páscoa judaica”; há também o Chanucá, que marca a derrota dos selêucidas, povo que tentou impedir a profissão de fé dos judeus; e o Yom Kippur, por sua vez, é uma celebração voltada para o arrependimento.

Quais são os tipos de judaísmo?

Dentro do judaísmo existem diversos grupos que têm interpretações e atuações diferentes entre si. De forma geral, os três principais tipos de judaísmo são: o reformista, o conservador e o ortodoxo. Vejamos alguns destaques de cada um deles:

  • Judaísmo conservador: tem uma visão mais conservadora e tradicionalista da religião, defendendo a importância de seguir as tradições e aquilo que está expresso nos livros sagrados. Defende a importância da sinagoga para prática da fé dos judeus e que os judeus devem dominar a língua hebraica.
  • Judaísmo ortodoxo: é radical na interpretação dos textos judaicos, acreditando que, em especial a Torá, foram feitos sob inspiração divina, sendo imutáveis. Defende a observância rigorosa nos rituais e costumes dos judaísmo.
  • Judaísmo reformista: defende a adaptação dos valores da fé judaica ao mundo moderno. É aberto à conversão de não judeus e é flexível com muitas práticas e tradições do judaísmo.

Existem outros tipos de judaísmo, como o caraíta, o reconstrucionista e o chassídico.

Símbolos do judaísmo

Família reunida em volta de mesa com comida e um chanukiá, símbolo do judaísmo, em primeiro plano.
Durante do Chanucá, usa-se o chanukiá, candelabro de nove braços.

A religião judaica é rica em símbolos muito populares entre aqueles que professam a religião. Esses símbolos são oficiais e podem estar em sinagogas e nas residências daqueles que praticam o judaísmo. Vejamos aqui dois desses importantes itens:

  • Menorá: é um candelabro de sete braços e que tem muita importância para os judeus, pois constava no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do Tabernáculo para os hebreus na Antiguidade. Em eventos específicos como o Chanuká, os judeus usam um candelabro de nove braços, chamado chanukiá.

  • Estrela de Davi: a importância desse símbolo se revela em sua presença na bandeira de Israel, uma nação judaica. Essa estrela tem seis pontas, que, para os judeus, representam Deus, Homem, Mundo, Revelação, Criação e Redenção.

Princípios do judaísmo

O judaísmo é uma religião monoteísta e isso é um dos aspectos mais importantes dessa religião. Para os judeus, Javé é o único Deus, e, embora a religião seja monoteísta e não haja espaço para outras divindades, muitos judeus a praticam de uma maneira não teísta, isto é, sem a centralização do culto religioso em uma divindade.

Os judeus também prezam pelos textos sagrados, considerando muito importante a observância do que está escrito no Talmude e no Tanakh. Acreditam ser um povo escolhido a habitar a terra que Javé prometeu aos hebreus, e essa crença se na canaliza na defesa do Estado de Israel atualmente.

Os princípios do judaísmo falam muito do amor ao próximo como uma imitação do amor que Javé tem pela humanidade. Por fim, os fiéis acreditam na imortalidade da alma, que o Messias ainda está por vir (para os judeus, Jesus Cristo não é o filho de Deus nem o cumprimento da promessa do retorno do Messias), entre outras crenças.

Leia mais: Conflitos entre Israel e Palestina — começaram em 1940 e têm sua causa na disputa pelo controle da Palestina

Origem do judaísmo

Muro das Lamentações e Cúpula da Rocha, na cidade de Jerusalém, em Israel.
Muro das Lamentações e Cúpula da Rocha, na cidade de Jerusalém, em Israel.

A história do judaísmo se iniciou com Abraão, um pastor de ovelhas seminômade que morava na Mesopotâmia. Acredita-se que Abraão seja originário da Caldeia, e sabe-se que ele era casado com uma mulher chamada Sara. A tradição judaica fala que ele recebeu a promessa de Deus (Javé para os judeus) de que ele seria o pai de um grande povo, desde que se mudasse da Mesopotâmia.

Abraão então deu início a uma jornada que o levou a Canaã, conhecida atualmente como Palestina, sustentando-se lá da agricultura e do pastoreio. Por meio dele, estabeleceu-se o povo hebreu, que prosperou em Canaã. Eventualmente, a região sofreu com grande falta de alimentos, levando os hebreus a migrarem para o Egito. Lá, segundo a tradição judaica, eles foram escravizados.

Os hebreus foram escravizados no Egito por séculos, e, eventualmente, conseguiram sua liberdade por meio do profeta Moisés. A partir daí, fizeram o retorno até Canaã, uma jornada que durou décadas, e durante ela Javé enviou os Dez Mandamentos que os hebreus deveriam seguir. Chegando a Canaã, os hebreus viram que a terra já havia sido ocupada por outros povos.

A partir disso, foi iniciado um período de guerras em que os hebreus foram gradativamente reconquistando a terra que eles haviam abandonado a fim de se mudarem para o Egito. A tradição judaica narra que um dos principais adversários dos hebreus nesse processo foram os filisteus. O estabelecimento dos hebreus na região deu origem a uma monarquia.

Essa monarquia tinha capital em Jerusalém, cidade que os hebreus conquistaram dos jebuseus por volta do século X a.C. Em Jerusalém, os hebreus construíram o Templo de Salomão, idealizado por Davi (um dos reis da monarquia hebraica), mas construído por Salomão.

O Templo de Salomão tornou-se o local mais sagrado da religião judaica, guardando a Arca da Aliança, um artigo sagrado. Depois de Salomão, os hebreus entraram em decadência até que a região fosse conquistada pelos romanos, no século I a.C., sendo renomeada pelos conquistadores de Palestina.

Na Palestina, a relação entre hebreus e romanos não foi boa, agravando-se no período que Jesus Cristo viveu na região, século I a.C. Uma série de revoltas aconteceram até que os romanos destruíram o Templo de Salomão, em 70 d.C., fazendo com que os hebreus abandonassem, novamente, a região. Essa fuga é conhecida pelos judeus como Diáspora.

Os judeus se espalharam pela África, Ásia e, principalmente, Europa. Posteriormente, o culto judaico sofreu transformações, diferenciando-se do praticado pelos hebreus na Antiguidade.

Ramificações do judaísmo

Dentro do judaísmo, existe uma divisão entre judeus asquenazes e judeus sefarditas. Essa diferenciação é fruto da realidade dos judeus após a Diáspora, refletindo diferenças entre eles de acordo com o local em que se estabeleceram. Sendo assim, os judeus sefarditas são os que se fixaram na Península Ibérica, enquanto que os asquenazes são os que se fixaram nas regiões da Alemanha e França.

Os judeus

Os judeus são o povo que descende diretamente dos hebreus da Antiguidade e aqueles que originaram a religião judaica. Eles têm origem abraâmica, uma vez que Abraão foi seu patriarca. Na tradição religiosa judaica, Abraão abandonou sua terra para ir atrás da terra prometida, segundo orientação divina.

Abraão deu origem a uma enorme linhagem que resultou nos judeus. O nome judeu tem como referência o Reino de Judá, uma das tribos que existiram no território dominado pelos hebreus na Antiguidade. Caso queira saber mais sobre os judeus, leia nosso texto.

Judaísmo no mundo

O judaísmo é uma religião bem difundida no planeta, presente em todos os continentes, embora haja maior concentração na Europa, Ásia e América do Norte. Ao todo, existem 15 milhões de judeus no planeta, e, desse total, cerca de 13 milhões residem em Israel e nos Estados Unidos. Países como Canadá e Reino Unido também registram populações expressivas dessa população.

Judaísmo no Brasil

No Brasil, a presença da religião judaica é mais tímida, e estima-se que atualmente existam 110 mil judeus aqui. As estimativas também apontam para a existência de mais 200 mil judeus étnicos que não praticam a religião judaica. O judaísmo chegou aqui durante o período colonial, com judeus sefarditas que se mudaram de Portugal fugindo do antissemitismo.

Leia mais: Antissemitismo — designa o preconceito xenofóbico contra povos de origem semita, em especial os judeus

Judaísmo x cristianismo

Judaísmo e cristianismo são duas religiosas com grandes semelhanças. Isso porque sabe-se que o cristianismo se estabeleceu como uma facção que foi crescendo no interior do judaísmo até dar origem a uma nova religião, baseada nas pregações de Jesus Cristo.

A principal diferença entre as duas religiões é o caráter de Jesus Cristo, uma vez que os cristãos o consideram como filho de Deus, enquanto que os judeus entendem que ele foi apenas um profeta e não o Messias da profecia.

Fontes

ARMSTRONG, Karen. Jerusalém: uma cidade, três religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

BROWN, William. Early judaism. Disponível em: https://www.worldhistory.org/article/1139/early-judaism/

CHOURAQUI, André. Os homens da Bíbia. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

DENOVA, Rebecca. The separation of christianity from judaism. Disponível em: https://www.worldhistory.org/article/1785/the-separation-of-christianity-from-judaism/

KNOX, John S. Abraham, the patriarch. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Abraham,_the_Patriarch/

SZPICZKOWSKI, Ana. Símbolos visuais judaicos. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/reo/issue/view/12045

THE JEWISH AGENCY FOR ISRAEL. Jewish population rises to 15.2 million worldwode. Disponível em: https://www.jewishagency.org/jewish-population-5782/#:~:text=On%20the%20eve%20of%20the,The%20Jewish%20Agency%20for%20Israel

Publicado por Daniel Neves Silva

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