Peixes pulmonados

Os peixes pulmonados apresentam brânquias reduzidas, necessitando assim da respiração através de pulmões.
A piramboia é um peixe pulmonado encontrado na Amazônia e Mato Grosso

Você já deve ter estudado que todos os peixes possuem respiração branquial, entretanto, um grupo de peixes ósseos possui a estranha característica de possuir respiração pulmonar, além da branquial. Eles são chamados de Dipnoi (do grego “dupla respiração”) ou peixes pulmonados.

Os Dipnoi são um grupo que vive exclusivamente em ambientes de água doce. Sua principal característica é a respiração através de uma estrutura que funciona como um pulmão primitivo. Essa estrutura é altamente vascularizada e é ligada à faringe. Ao encher a bolsa de ar, o oxigênio é passado para o sangue e o gás carbônico do sangue é passado para dentro da bolsa. Muitos cientistas acreditam que a bexiga natatória é uma especialização desse pulmão primitivo.

Além dessa característica, esses peixes possuem crânio maciço, dentes fundidos, musculatura potente na maxila inferior, notocorda presente nos adultos e são ovíparos. Nesses animais, a abertura nasal abre-se na parte interna do lábio superior e liga-se à faringe. Denomina-se de coana a abertura de comunicação entre as cavidades nasais e a faringe.

São conhecidas seis espécies com representantes vivos incluídas em três gêneros: Protopterus (África), Lepidosiren (América do Sul) e Neoceratodus (Austrália).  

A espécie americana (Lepidosiren paradoxa) ocorre no Brasil e vive nas bacias Amazônica e do Prata. Tradicionalmente, esse peixe é conhecido por piramboia, um nome de origem tupi que significa “peixe-cobra”. Esse peixe, ao nascer, respira por brânquias. Após algum tempo, essas estruturas vão ficando menores e as piramboias iniciam sua respiração pelos pulmões. Esses animais devem constantemente colocar sua cabeça para fora da água para sugar o ar atmosférico. Quando se inicia a época de seca, ela consegue ficar enterrada na lama, esperando as próximas chuvas (estivação).

As demais espécies de Dipnoi também possuem a capacidade de estivação. Durante a época de chuva, elas se alimentam bem e armazenam reservas; já na estação seca, elas enterram-se e diminuem seu metabolismo, ficando inativas. Seu corpo fica curvado em forma de U e são, então, envolvidas por um muco que forma uma espécie de casulo. O animal fica com a região da boca livre, permitindo, assim, a respiração. Essa espécie é capaz de se manter dessa forma por até 4 anos, voltando à atividade quando a chuva aparece.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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