Transplante de pele

O transplante de pele pode ajudar vítimas de queimaduras e lesões graves, evitando o agravamento do quadro, além de proporcionar uma melhora estética.
O transplante de pele é fundamental para ajudar pacientes com lesões graves

Por muitos anos, lesões provocadas por queimaduras e feridas crônicas foram motivo de sofrimento para várias pessoas. A falta de técnicas que pudessem evitar o agravamento dos quadros de lesões graves e melhorar a aparência estética das áreas afetadas causava sérios danos, principalmente psicológicos.

No fim da década de 1920, iniciou-se uma técnica que revolucionou a medicina: o transplante de pele. Nessa técnica, assim como em qualquer outro transplante, ocorre a retirada de tecido de um doador para a sua inserção em outro indivíduo, denominado receptor. Esses tecidos retirados são comumente chamados de enxertos.

Podemos classificar o enxerto de acordo com a origem do tecido a ser transplantado, a espessura e o formato. De acordo com a origem, podemos classificá-lo em autoenxerto, isoenxerto, homoenxerto e heteroenxerto.

O autoenxerto é aquele em que o tecido é retirado do próprio paciente. Já no isoenxerto, o tecido é proveniente de um irmão gêmeo univitelino. Nesses casos, o tratamento é definitivo e não há risco de rejeição.

Os homoenxertos ou aloenxertos são aqueles em que o tecido é tirado de indivíduos da mesma espécie. Pode ser feito como uma forma temporária ou definitiva. No primeiro caso, ele é realizado para melhorar o quadro do paciente, estimulando a cicatrização, evitando infecções e impedindo a perda exagerada de líquidos de maneira provisória. Para que esse tratamento seja definitivo, no entanto, é necessário que haja uma revascularização e seja feita uma enxertia de tecido epitelial para que ocorra a vedação.

Os heteroenxertos, também denominados de xenoenxertos, são tecidos de outras espécies. Nesse caso, o transplante é apenas temporário e o risco de rejeição é altíssimo.

De acordo com o formato, os enxertos podem ser classificados atualmente em laminados e malhas. O enxerto laminado acontece quando o pedaço de pele retirado é colocado da mesma forma na área lesionada, sem nenhuma modificação. Já no caso das malhas, ocorre uma expansão do tecido, que fica aberto como uma rede de pesca, aumentando sua superfície.

Por fim, temos a classificação quanto à espessura em total ou parcial. Quando se usa a espessura total, toda a derme e a epiderme do doador são colocadas no receptor, incluindo-se os anexos. Esse caso é comum em queimaduras de terceiro grau, em razão de sua complexidade. Na espessura parcial, a classificação é feita de acordo com o tamanho da derme doadora, que pode ser fina, média ou grossa.

Assim como em qualquer procedimento desse tipo, existem riscos de falhas em um transplante de pele. Por ser um órgão muito imunogênico, a pele pode desencadear processos de rejeição, que normalmente provocam a destruição do enxerto. Para que a enxertia aconteça com sucesso, é fundamental que ocorra fluxo sanguíneo no tecido, ou seja, que ocorra a revascularização. Isso acontece normalmente uma semana após a cirurgia.

A doação de pele é feita mediante autorização familiar após a morte encefálica ou parada cardiorrespiratória de um possível doador.  Para doar, é fundamental que o doador não apresente doenças transmissíveis, infecções graves ou câncer em estádios avançados. Geralmente a porção de pele retirada é oriunda da coxa ou perna, ou seja, áreas bastante escondidas que não provocam deformidades.

A pele doada pode ser armazenada por até dois anos, desde que conservada em glicerol. No Brasil, existem atualmente três bancos de pele para armazenar o material doado, sendo um em São Paulo, no Hospital das Clínicas, um em Porto Alegre, na Santa Casa de Misericórdia, e um Recife, no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira.

Atenção: A doação de pele ainda é vista no Brasil com muito preconceito e, por isso, os bancos enfrentam uma grande baixa nas doações. Entretanto, é fundamental que a população entenda que vítimas de lesões graves e queimaduras necessitam do tecido e a doação não causa deformidades no corpo de quem doa .

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
Química
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