Câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero apresenta relação direta com a infecção pelo vírus HPV. Se tratado precocemente, apresenta grandes chances de cura.
Alguns vírus do tipo HPV estão relacionados com o desenvolvimento de câncer do colo do útero.

O câncer do colo de útero é causado, em quase todos os casos, pelo papilomavírus humano (HPV). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o câncer do colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, estando atrás apenas do câncer de mana e colorretal.

Características do câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, surge a partir de alterações celulares na região do colo do útero (final da vagina). A principal causa dessas alterações celulares é a infecção pelo HPV, o qual apresenta como principal forma de transmissão o contágio via relação sexual.

Existem diferentes tipos de HPV, entretanto, nem todos se relacionam com o desenvolvimento de câncer do colo do útero. Os tipos mais relacionados com o problema são os subtipos 16 e 18. Vale salientar que o desenvolvimento do câncer do colo do útero está relacionado com alguns fatores de risco, tais como tabagismo, uso de contraceptivos orais, gestação precoce (antes dos 20 anos de idade), múltiplos parceiros sexuais, iniciação sexual precoce e baixa ingestão de vitaminas A e C.


A infecção pelo vírus HPV está diretamente relacionada com o desenvolvimento de câncer de colo do útero.

O câncer do colo do útero desenvolve-se de forma lenta, na maioria dos casos. Isso significa que a maioria das mulheres apresenta fases pré-clínicas que podem ser detectadas precocemente por meio da realização de exames e que também podem ser curadas, caso o tratamento correto seja feito.

O câncer do colo do útero é mais comum em mulheres com idade entre 40 e 60 anos de idade. Além disso, apresenta grande associação com baixo nível socieconômico, provavelmente em razão da maior dificuldade de acesso ao diagnóstico e tratamento precoce.

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Estágios do câncer do colo de útero

Costuma-se classificar o câncer do colo do útero nos estágios I, II, III e IV. No estágio I, o câncer está restrito ao colo uterino. No estágio II, a doença atinge além do colo uterino, mas não afeta a parede pélvica ou o terço inferior da vagina. No estágio III, a doença atinge a parede pélvica ou o terço inferior da vagina. Já no estágio IV, o câncer atinge o reto, a bexiga ou pode ainda apresentar metástase.

Câncer do colo do útero grau III

O câncer de colo do útero em estágio III é aquele que afeta o colo uterino e se estende em direção à vagina ou as paredes laterais pélvicas. Nesse grau, o câncer pode bloquear os ureteres. Normalmente é recomendado o tratamento com quimioterapia e radioterapia.

Metástase do câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero pode evoluir para estágios onde se observa a metástase, ou seja, pode ser observado o espalhamento do câncer para outras partes do corpo que não somente o colo do uterino. Quando a doença atinge outros órgãos distantes é classificada no estágio IVB, não sendo mais possível obter a cura. O tratamento, nesses casos, visa apenas o controle da doença.

Sintomas do câncer de colo do útero avançado


O câncer do colo do útero em seu estágio inicial não causa sintomas.

Inicialmente o câncer do colo do útero não causa nenhum sintoma, entretanto, com o agravamento da doença, algumas alterações começam a surgir, como:

  • Sangramento vaginal anormal;

  • Corrimento vaginal escurecido e com mau cheiro;

  • Dores abdominais associadas a queixas urinárias e intestinais.

Câncer no colo do útero tem cura?

O câncer de colo de útero apresenta cura, principalmente, quando as lesões estão em seus estágios iniciais. Quando descoberto na fase inicial, as chances de cura chegam a até 100%. Vale salientar, no entanto, que, à medida que o câncer avança, as chances de cura diminuem.

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Tratamento do câncer de colo do útero

O tratamento do câncer de colo do útero depende do estágio de desenvolvimento das lesões. Quando as mulheres apresentam o diagnóstico de lesões pré-cancerígenas, o tratamento baseia-se, na maioria das vezes, apenas na retirada da porção do colo do útero que está alterada. Entretanto, quando as lesões estão estabelecidas, pode ser necessária a realização de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Vale salientar que, a depender do paciente e do estágio do câncer, esses tratamentos podem ser aplicados isoladamente ou de maneira combinada.

Prevenção contra o câncer do colo do útero

Como o câncer do colo do útero está relacionado com infecção pelo HPV, é necessário prevenir-se desse vírus. São formas de prevenção:

  • vacinação contra HPV, a qual protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18. Os tipos 6 e 11 estão relacionados com o surgimento de verrugas genitais, e os tipos 16 e 18 estão relacionados com o desenvolvimento de câncer do colo do útero;

  • reduzir o número de parceiros sexuais;

  • usar preservativos nas relações sexuais.

Vale salientar que consultar um ginecologista é fundamental para evitar que o diagnóstico da doença seja tardio. Portanto, recomenda-se a realização de exames preventivos a fim de se diagnosticar lesões iniciais, as quais são mais facilmente tratadas, evitando-se, desse modo, o desenvolvimento do câncer.

Exame papanicolau

O exame preventivo papanicolau é feito pela coleta de material do colo do útero, o qual será levado a um laboratório para que seja feita a análise das células. O médico inicialmente introduz um aparelho no canal vaginal da mulher a fim de alcançar o colo do útero; posteriormente, realiza um esfregaço usando espátulas ou escovinhas adequadas. O material é então colocado em uma lâmina e levado para análise.

O exame, que visa a detectar a presença de células anormais ou alterações das células do colo do útero, pode apresentar resultado negativo, lesão de baixo grau, lesão de alto grau ou ainda amostra insatisfatória. No caso de lesão de baixo grau, recomenda-se que um novo exame seja realizado após seis meses. Na lesão de alto grau, é necessário realizar outros exames e iniciar tratamento. No caso de amostra insatisfatória, o exame deve ser refeito.

Para que o exame apresente resultado satisfatório, é importante:

  • não ter relações sexuais pelo menos dois dias antes do exame;

  • não utilizar duchas e medicamentos e outros produtos de uso local nas 48 horas que antecedem o exame;

  • não estar menstruada.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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