Refluxo gastroesofágico
O refluxo gastroesofágico ocorre quando o alimento que ingerimos volta ao esôfago juntamente com o ácido gástrico do estômago, causando uma sensação de queimação, muito conhecida como azia.
O refluxo gastroesofágico ocorre em razão de uma falha no esfíncter esofágico inferior, também conhecido como esfíncter cárdico, que funciona como uma válvula, não deixando que o bolo alimentar que está no estômago retorne para o esôfago.
Quando ocorre uma falha no relaxamento desse esfíncter, a pessoa tem refluxo. Esse refluxo pode ser fisiológico, que é considerado normal, e pode ocorrer quando ingerimos alimentos gordurosos, molhos de tomate, bebidas que contenham cafeína, chocolate, cebola, entre tantos outros; ou o refluxo gastroesofágico, que indica que algo vai mal com o sistema digestivo. Em algumas pessoas que têm refluxo gastroesofágico, ele pode ter sido provocado por uma hérnia de hiato, que é a protusão de parte do estômago para o tórax, através do orifício do diafragma.
Pessoas que têm hérnia de hiato podem sofrer de refluxo
O refluxo é mais comum em pessoas que ingerem uma grande quantidade de comida e se deitam logo em seguida, pois, como o estômago está cheio, o esfíncter terá mais dificuldade para se fechar. Pessoas obesas, mulheres grávidas e pessoas que ingerem bebidas que contêm cafeína, pois a cafeína provoca o relaxamento do esfíncter esofágico causando o retorno dos alimentos.
Em bebês, a causa do refluxo está na imaturidade do esfíncter esofágico, e é o refluxo que chamamos de fisiológico, muito comum depois das mamadas. Esse tipo de refluxo pode acometer bebês de até seis meses de vida e pode ser muito perigoso para o bebê, devendo a mãe ficar bastante atenta.
Os sintomas do refluxo são bem amplos, mas geralmente se apresentam como:
- Azia: sensação de queimação no peito que costuma ocorrer logo após a ingestão de alimentos;
- Regurgitação: volta dos alimentos até a boca, com gosto ácido e azedo, podendo provocar náuseas e vômitos em algumas pessoas;
- Excesso de saliva;
- Dores de garganta sem causas aparentes;
- Tosse, rouquidão e asma, quando o refluxo atinge a laringe.
Se não tratado, o refluxo pode causar algumas complicações para a pessoa, como ulcerações, estenose do esôfago (ocorre quando a inflamação se torna grande, dificultando a passagem de alimentos), dismotricidade esofágica (quando o esôfago não consegue fazer os movimentos peristálticos que levam o alimento até o estômago), pneumonia, bronquite e asma (quando o refluxo gastroesofágico é aspirado e vai parar nos pulmões).
A agressão contínua às células do esôfago faz com que elas adquiram características de células intestinais, e a essa transformação damos o nome de esôfago de Barret. Em virtude dessas alterações, as células se tornam mais propensas a apresentar um câncer, podendo levar ao adenocarcinoma do esôfago.
O diagnóstico do refluxo é feito através de uma endoscopia digestiva e alguns médicos podem optar por fazer um exame chamado de pHmetria, em que é medido o grau de acidez do estômago e do esôfago.
O tratamento do refluxo dependerá da gravidade do caso. Em alguns casos, mudanças nos hábitos de vida são suficientes para que haja uma melhora. Em outros casos, o tratamento é feito através de medicamentos que diminuem a quantidade de ácido produzido pelo estômago, melhorando a motilidade do esôfago, em conjunto com uma dieta alimentar, perda de peso e atividades físicas.
Em casos graves, o médico pode optar por um tratamento cirúrgico, em que é feita uma válvula (através de uma dobra ao redor do esôfago), para que, quando cheio, o estômago comprima a parte terminal do esôfago, impedindo o refluxo.
Para se prevenir do refluxo é importante seguir algumas recomendações, como:
* Evitar se deitar logo após as refeições, esperando de 1,5 a 2 horas;
* Evitar comer grandes quantidades de comida de uma vez só;
* Evitar bebidas e alimentos que contenham cafeína;
* Evitar frituras, pimenta, molho de tomate, sucos cítricos, álcool;
* Evitar cigarro.