Avisou que ou avisou de que?
Avisou que... Avisou de que... Ambas as circunstâncias revelam particularidades linguísticas que norteiam o sistema do qual fazemos uso. O não conhecimento das regras desse sistema, muitas vezes, nos coloca em xeque em determinadas situações, de forma embaraçosa.
O fato é que nos encontramos inseridos nesse referido sistema e, a fim de haver uma articulação das nossas ideias de modo que a interlocução seja efetivamente materializada, precisamos ter domínio das regras prescritas pela variante padrão. Assim sendo, um dos aspectos mais recorrentes diz respeito à regência verbal. Ou seja, para que possamos fazer uso das formas verbais de forma adequada, temos de compreender a relação que essas estabelecem com os elementos que as acompanham, isto é, com seus respectivos complementos. Sendo assim, ocupemo-nos em desvendar algumas particularidades relativas aos dois casos já mencionados – alvos de nossa discussão. Para tanto, tomemos como exemplo o seguinte enunciado:
O diretor avisou aos professores de que não haveria aula no dia seguinte.
Pois bem, em se tratando do verbo avisar, ele pode ser transitivo direto e indireto. Vejamos:
a) Avisar alguma coisa a alguém:
O diretor avisou aos professores que não haveria aula no dia seguinte.
Temos assim o objeto indireto (aos professores) e o objeto direto (que não haveria aula no dia seguinte)
b) Avisar alguém de alguma coisa:
O diretor avisou os professores de que não haveria aula no dia seguinte.
Analisando, temos:
O objeto direto (os professores) e o objeto indireto (de que não haveria aula no dia seguinte)
Partindo de tais pressupostos, percebe-se um desvio em relação à transitividade verbal, cuja ocorrência nos remete a uma reformulação do discurso que nos serviu de exemplo, assim materializada:
O diretor avisou aos professores que não haveria aula no dia seguinte.
Ou
O diretor avisou os professores de que não haveria aula no dia seguinte.