Augusto Pinochet
O general Augusto Pinochet liderou o golpe militar no Chile em 11 de setembro de 1973, desencadeando uma das piores ditaduras da América do Sul. Ele governou esse país durante a ditadura até 1990 e, no fim de sua vida, foi acusado pelos crimes cometidos no período ditatorial.
Vida de Pinochet
Augusto José Ramón Pinochet Ugarte nasceu na cidade de Valparaíso, em 25 de novembro de 1915. Seus pais chamavam-se Augusto Pinochet Vera e Avelina Ugarte Martínez. Pinochet ingressou aos 17 anos na Academia Militar de Santiago e, após concluir seu curso, tornou-se segundo-tenente, iniciando sua carreira militar em um posto da cidade de Concepción.
Aos 28 anos, Pinochet casou-se com Lucía Hiriart Rodríguez, mãe de seus cinco filhos. Além de dedicar-se à família, a vida de Pinochet voltou-se à carreira militar, com a qual obteve muito sucesso, subindo de patente várias vezes e alcançando cargos importantes, como o de comandante em chefe do exército chileno em 1973.
Golpe militar contra Allende
Em 1973, Augusto Pinochet foi nomeado pelo presidente Salvador Allende para o cargo de comandante em chefe do exército chileno. Enquanto o governo do socialista Allende enfrentava uma grave crise, grupos dissidentes secretamente organizavam-se para realizar um golpe e depor o presidente.
Pinochet havia sido um dos últimos militares de alta patente do exército chileno a aliar-se ao golpe e utilizou-se do seu importante posto para promover a estratégia que planejava derrubar o presidente Allende. O golpe aconteceu no dia 11 de setembro de 1973, quando o palácio presidencial La Moneda foi atacado por forças do exército chileno.
Durante o ataque que contou com o bombardeio da força aérea chilena, o presidente Allende cometeu suicídio. Por muitos anos foi defendida a hipótese de que esse presidente teria sido assassinado por soldados que atacaram o palácio, no entanto, exumações feitas recentemente a mando do governo chileno comprovaram que o suicídio foi mesmo a causa da morte de Allende.
A instituição da ditadura no Chile recebeu forte apoio dos Estados Unidos, que viram na imposição de governos conservadores e ditatoriais uma alternativa para impedir o crescimento da influência de políticos e práticas vinculadas ao socialismo na América do Sul. Passados mais de 40 anos do golpe, o departamento de inteligência americano, a CIA, ainda se nega a disponibilizar os documentos secretos dessa época|1|.
Ditadura de Pinochet
Logo após o golpe, Augusto Pinochet foi nomeado presidente do país e, durante mais de uma década, impôs um governo ditatorial que fez da ditadura no Chile uma das piores instituídas em toda a América do Sul. O governo de Pinochet perseguiu, principalmente, pessoas que se vinculavam a grupos de esquerda e/ou que haviam sido contrárias ao golpe.
Um dos grupos chilenos que mais sofreram com a repressão de Pinochet foi a Unidade Popular, frente que agrupou os partidos de esquerda defensores do governo de Allende e que haviam sido contrários ao golpe. Ao todo, ao longo dos anos da ditadura chilena, 3.065 pessoas morreram ou desapareceram por motivos políticos e mais de 40 mil foram torturadas por agentes do governo.
Se politicamente Pinochet promoveu grande perseguição política, economicamente a política foi baseada em planos e reformas neoliberais. O ditador fez uso de estudos defendidos por economistas chilenos conhecidos como “Chicago Boys”. Os defensores dessas políticas econômicas afirmam que elas foram responsáveis pelo crescimento econômico da década de 1990. Divergindo dessa posição, os críticos ressaltam que a política econômica de Pinochet foi diretamente responsável pelo crescimento da desigualdade social no Chile.
Em 1981, Pinochet impôs uma nova constituição que serviu como manobra para estender seu poder durante mais alguns anos. Em 1988, ele realizou um referendo para consultar a população chilena sobre a sua continuidade no poder. O resultado final mostrou que 56% da população escolheu pela não continuidade do governo Pinochet e, assim, a ditadura chilena chegou ao fim após as eleições de 1989.
Depois de deixar o cargo de presidente em 1990, Pinochet seguiu como comandante em chefe do exército chileno e ocupou o cargo de senador vitalício. Ele abandonou ambas as funções por motivos de saúde em 1998. Nos últimos anos de vida, Pinochet foi preso e encarou as acusações de corrupção e de crimes contra os direitos humanos. Por motivos de saúde, ele nunca chegou a ser julgado. Pinochet morreu em 10 de dezembro de 2006, em consequência de complicações de um ataque cardíaco.
|1| CIA continua sem revelar tudo o que os EUA sabiam do golpe de Pinochet no Chile. Para acessar clique aqui.
*Créditos da imagem: Commons e Emilio Kopaitic