Impeachment de Bill Clinton
Bill Clinton (cujo nome completo é William Jefferson Clinton) foi o 42º presidente dos Estados Unidos da América e cumpriu dois mandatos nesse cargo, entre os anos de 1993 e 2001. Seu governo, emplacado pelo partido Democrata, sucedeu o de George Bush (pai), do partido Republicano, e estabeleceu-se como um “intervalo” entre o governo deste e o de seu filho, George W. Bush, que sucedeu Clinton. Para mais detalhes sobre a Era Clinton, consulte este link.
Um dos detalhes mais curiosos da Era Clinton, entretanto, não diz respeito propriamente à sua administração, mas a um fato da vida íntima que acabou se misturando com a vida pública. Trata-se do escândalo sexual com Monica Lewinsky, que acabou produzindo provas para a abertura de um processo de impeachment contra o então presidente dos EUA.
De Paula Jones a Monica Lewinsky
Quando era governador do estado do Akansas, Bill Clinton (que já era casado com Hillary Clinton, com a qual permanece até hoje), no ano de 1991, teria feito uma proposta de teor sexual a uma jovem funcionária do estado, chamada Paula Jones. A moça teria recusado a proposta e, em virtude da recusa, teria tido sua carreira prejudicada.
No ano de 1994, Jones abriu um processo contra o já presidente em exercício, Bill Clinton, sobre o caso ocorrido em Arkansas. O processo, apesar de abrir uma suspeita escandalosa contra o presidente, não trouxe maiores danos à sua figura. A juíza Susan Weber Wright, encarregada de avaliá-lo, não encontrou provas suficientes para a denúncia de Jones. O caso foi arquivado em 1997.
Uma das provas esperadas era um depoimento da estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky, de 23 anos de idade. Havia especulações por parte da revista Newsweek de que Monica relacionava-se com o presidente Tanto Lewinsky quanto Clinton negaram, sob juízo, que tivessem tido qualquer tipo de relação.
Monica Lewinsky, estagiária da Casa Branca no segundo mandato de Clinton **
Todavia, alguns meses depois, uma secretária da Casa Branca e amiga de Monica, Linda Tripp, entregou ao procurador de justiça e inimigo político de Clinton, Kenneth Starr, cópias de conversas com Monica Lewinsky gravadas pela própria Linda. Nessas conversas, Monica confessava o envolvimento com o presidente.
As gravações de Linda Tripp deram base para a abertura de novas investigações contra Bill Clinton. Tais investigações chegaram a provas materiais das relações entre Clinton e Monica.
Processo de Impeachment
As provas acumuladas foram suficientes para a abertura de um processo de impeachment contra Clinton. De um total de sete crimes arrolados na justiça, o processo de impeachment admitiu e julgou dois: 1) o crime de perjúrio – que consiste em prestar falso testemunho sob juízo e 2) o crime de obstrução à justiça, já que Clinton tentou impedir que as investigações prosseguissem.
O processo foi admitido pela Câmara dos Representantes em 19 de dezembro de 1998. Havia uma votação separada para cada crime. Na votação do crime de perjúrio, 228 deputados votaram pelo impeachment e 206, contra. Na votação do crime de obstrução à justiça, 221 votaram a favor e 212, contra. Aprovado por maioria simples na Câmara, o processo seguiu para ser julgado no Senado.
Absolvição
Em 12 de fevereiro de 1999, foi realizado o julgamento do impeachment de Clinton. Do mesmo modo, os crimes foram votados separadamente, mas ao contrário da Câmara, a aprovação final do impeachment dependia de 2/3 de votos dos senadores para cada crime. O crime de perjúrio recebeu 45 votos negativos contra 55 a favor da destituição do presidente. Já o crime de obstrução à justiça provocou empate entre os senadores, 50 a 50. Clinton, portanto, foi absolvido das duas acusações no Senado e pôde voltar ao exercício da presidência e completar o seu segundo mandato.
Vale ressaltar que Bill Clinton foi o segundo presidente da história dos EUA, até hoje, a sofrer um processo de impeachment. O primeiro foi Andrew Johnson, em 1868, que também foi absolvido pelo Senado.
*Créditos da imagem: Shutterstock e Joseph Sohm
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