O sistema de produção feudal
Ao falarmos sobre a produção agrícola no mundo feudal, logo nos lembramos que o trabalho nas terras buscava o atendimento de necessidades básicas. Ao contrário de outros tempos, a agricultura medieval apresentava um desempenho produtivo baixo que limitava a ocorrência das trocas naturais e do comércio. Em geral, essa característica subsistente é relacionada à má qualidade das sementes utilizadas e a limitação dos instrumentos e técnicas da época.
Apesar da relevância desses fatores, devemos levar em conta que os camponeses medievais também empregavam o sistema de rotação de culturas. Nesta técnica, um lote de terras cultiváveis era dividido em três porções equivalentes. Nas duas primeiras, o servo estabelecia a plantação de duas culturas distintas. Já o lote restante não era aproveitado para que, assim, o lote de terras não fosse completamente desgastado.
No ano seguinte, um terreno que foi cultivado é colocado em descanso. O campo que continua a ser explorado troca de cultura, e o campo que esteve em repouso recebe a plantação do lote que agora está descansando. No terceiro ano, o terreno que ainda não descansou não é usado e os outros dois lotes recebem uma plantação distinta da que fora empregada no segundo ano. Dessa forma, percebemos que um terço das terras era excluído da colheita de todos os anos.
Para explicar melhor o raciocínio exposto, podemos apresentar a seguinte tabela como um exemplo do sistema de rotação de culturas:
Apesar de contribuir significativamente para a redução da colheita, o sistema de rotação de culturas acabava tendo outra finalidade. A cada ano, a terra era diferentemente trabalhada. Com isso, os nutrientes utilizados por uma cultura eram reservados no ano posterior. Além disso, já era predeterminado que uma parte do campo sempre estaria em completo repouso. Dessa forma, a rotação de culturas – apesar de limitar a produção – ampliava a vida útil de todo o terreno. Por Rainer Sousa
Mestre em História