Partisans na Segunda Guerra Mundial

A figura dos partisans na Segunda Guerra Mundial foi de grande importância, sobretudo no combate às tropas nazistas no leste europeu.
Três partisans da época da Segunda Guerra Mundial

As táticas de guerrilha, isto é, operações de combate como ataque surpresa em bosques e florestas, execuções em acampamentos militares (geralmente com o uso de armas brancas), montagem de armadilhas, sabotagens, etc., são bastante antigas. Porém, a acepção moderna de “guerra de guerrilha” remonta à resistência espanhola às investidas do Império Napoleônico e seu temido exército na primeira década do século XVIII. A expressão “partisans” (que significa partidário) também tem origem na Espanha e, igualmente, está relacionada com a guerrilha.

Os chamados “partisans” tiveram ampla atividade durante a Segunda Guerra Mundial. Para entender a sua atuação, é necessário recuar um pouco até a situação da Espanha nos anos 1930. Sabemos que os espanhóis viveram uma guerra civil dilaceradora da qual resultou o regime fascista de Francisco Franco. Durante a guerra civil, em muitos grupos de esquerda, tanto entre os comunistas quanto entre os anarquistas, houve a organização em “partisans”, isto é, a montagem de guerrilhas de vários matizes que lutavam contra o exército convencional. Esse modelo de atuação logo se tornou um padrão para outras organizações de esquerda, sobretudo no leste europeu, como indica o historiador Norman Davies:

O termo 'partisan' surgiu na Guerra Civil Espanhola, nos anos 30. Através das Brigadas Internacionais, passou a ser usado pelos russos, ganhando rapidamente uma conotação comunista. Foi adotado pelos grupos de resistência apoiados pelos soviéticos, e também pelo movimento de Tito na Iugoslávia; porém, nem os Maquis francês, nem os Akowcy polaco, nem os Chetniks da Iugoslávia sonhariam adotá-lo. Os alemães utilizavam-no apenas para denunciar os partisans como uma espécie odiosa de bandido.” [1]

A organização em bandos, a vida na clandestinidade, as formas de infiltração entre pessoas comuns, como camponeses e operários, caracterizavam também os partisans. No desenrolar da Segunda Guerra, esses grupos passaram a atuar contra os exércitos invasores, sobretudo os nazistas. Por veze, chegavam a se aliar com outros exércitos da resistência, mas isso não era regra. Por ter um modus operandi típico de revolucionários de esquerda, a forma de atuação dos partisans teve grande lastro entre os comunistas que atuavam na Iugoslávia e na Bielorrússia.

Uma das figuras dos partisans mais lembradas é Zoya Kosmodemyanskaya (1923-1941), que atuava como partisan contra os nazistas e recebeu o título de Herói da União Soviética após ser capturada, torturada e enforcada aos 18 anos de idade, em 1941.

O combate aos partisans comunistas, sobretudo àqueles ligados a Broz Tito, da Iugoslávia, era feito por operações especiais. Entre os generais alemães que mais se destacaram nesse tipo de operação, podemos citar o general Von dem Bach-Zelewski das SS. Narra o historiador Norman Davies que: “O general Von dem Bach-Zelewski das SS era o principal especialista dos alemães em operações antipartisans. O seu desempenho na Bielorrússia, em 1943-44, fora atroz, e a sua intervenção na Revolta de Varsóvia, em 1944, não lhe ficou atrás. Tendo-se oferecido para aconselhar o Exército americano em 1945, escapou a ser alvo de acusação.”

NOTAS

[1] Davies, Norman. A Europa em Guerra. Lisboa: Edições 70, 2006. pp. 350-351.

[2] Idem. pp. 352.

Publicado por Cláudio Fernandes
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