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Guerra Civil Espanhola

A Guerra Civil Espanhola foi um conflito ocorrido entre 1936 e 1939 envolvendo republicanos e nacionalistas, que contaram com o apoio de tropas nazifascistas durante a guerra.
A Guerra Civil Espanhola foi um conflito entre a Força Popular e o Movimento Nacionalista, causando mortes e destruição na Espanha.
A Guerra Civil Espanhola foi um conflito entre a Força Popular e o Movimento Nacionalista, causando mortes e destruição na Espanha.

A Guerra Civil Espanhola foi um conflito ocorrido na Espanha, entre os anos de 1936 e 1939, envolvendo os grupos republicanos e nacionalistas. Nesse conflito, as tropas nazifascistas, lideradas por Adolf Hitler, da Alemanha, e Benito Mussolini, da Itália, utilizaram seus novos armamentos bélicos como um “ensaio geral” para a Segunda Guerra Mundial, que estava prestes a começar.

O estopim para essa guerra civil foi o golpe de Estado orquestrado por Francisco Franco. As tropas governistas lutaram contra as tropas franquistas até a vitória de Franco, em 1939, deflagrando o regime totalitário que ficou conhecido como franquismo.

Leia também: Totalitarismo — regime político que despontou na Europa no século XX

Resumo sobre a Guerra Civil Espanhola

  • A Guerra Civil Espanhola foi um conflito ocorrido na Espanha entre republicanos e nacionalistas, no período de 1936 a 1939.

  • As tropas nazifascistas apoiaram os nacionalistas, que eram liderados pelo general Francisco Franco, demonstrando seu poderio bélico às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

  • A vitória dos nacionalistas abriu caminho para Francisco Franco se tornar ditador da Espanha e fortalecer os governos totalitários em ascensão na Europa.

  • Pablo Picasso denunciou a destruição provocada pela guerra no quadro Guernica.

Videoaula sobre a Guerra Civil Espanhola

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Antecedentes históricos da Guerra Civil Espanhola

A Espanha enfrentava sucessivas crises políticas e econômicas desde o começo do século XX. Essa instabilidade provocava o empobrecimento da maioria da população e motivava a organização de manifestações contra o caos social e o governo. Partidos de esquerda, fortalecidos pela ascensão da União Soviética, organizaram greves contra a situação vivida pelos espanhóis. Por outro lado, grupos fascistas saíram às ruas usando a força para conter essas manifestações.

Entre 1923 e 1930, os espanhóis foram governados por Miguel Primo Rivera, um ditador nacionalista e autoritário que não poupou esforços para perseguir seus opositores, principalmente comunistas e anarquistas. Em 1931, foi instalada na Espanha a III República, tendo Niceto Alcála-Zamora como presidente. Seu governo acabou em 1936, quando foi sucedido por Manuel Azaña Díaz. O novo governo republicano teve Largo Caballero como primeiro-ministro. Por ser um político ligado ao Partido Comunista, Caballero sofreu forte oposição dos conservadores espanhóis.

Apesar das tentativas de golpe de Estado, o governo republicano conseguiu reagir às ações opositoras. Essa resistência foi liderada pelo Partido Comunista espanhol, que, por sua vez, recebia apoio da União Soviética. Em 1936, Francisco Franco, também chamado de “Generalíssimo”, organizou um golpe de estado contra o governo da Segunda República na Espanha. Isso foi o estopim para a guerra civil. As tropas do governo vigente lutaram contra as de Franco até a sua vitória, em 1939, quando ele se tornou o líder supremo da Espanha.

Leia também: Fascismo — termo que deriva do movimento totalitário surgido na Itália

Causas da Guerra Civil Espanhola

As causas da Guerra Civil Espanhola foram:

  • Chegada dos comunistas ao poder na Espanha influenciados pela União Soviética.

  • Crise econômica e política que ameaçava a ordem social.

  • Fortalecimento do movimento nacionalista, liderado pelo General Franco com apoio dos nazifascistas.

Grupos envolvidos na Guerra Civil Espanhola

Os grupos envolvidos na Guerra Civil Espanhola foram:

  • Frente Popular: formada por comunistas, contando com apoio da União Soviética.

  • Movimento Nacionalista: formado por conservadores e nacionalistas, liderados pelo general Francisco Franco, recebendo apoio nazifascista.

Por conta desse apoio internacional, os dois grupos receberam armamentos sofisticados e tiveram treinamentos de guerra para melhor combater seus inimigos.

Nazifascismo e a Guerra Civil Espanhola

O nazifascismo apoiou o Movimento Nacionalista liderado pelo general Franco. Esse apoio se materializou no envio de tropas e aviões construídos por alemães e italianos.

Desde meados dos anos 1920, o nazismo, na Alemanha, e o fascismo, na Itália, se fortaleciam, e sua ideologia totalitária, ou seja, o poder total do governo e de seu líder sobre a sociedade, se espalhava pela Europa e por outros países. O apoio de Hitler e Mussolini a Franco não se materializou apenas na questão bélica, mas na composição de governo, tendo em vista que, após derrotar seus inimigos na guerra civil, Franco governou os espanhóis de forma autoritária e violenta.

O uso de armas de guerra por nazistas e fascistas durante a Guerra Civil Espanhola foi chamado de “ensaio geral” para a Segunda Guerra Mundial, que se iniciou em 1939, o mesmo ano em que o conflito espanhol chegou ao fim e colocou Franco no poder.

Consequências da Guerra Civil Espanhola

A chegada de Francisco Franco ao governo espanhol promoveu a expansão do totalitarismo para outros países além da Alemanha, Itália e União Soviética. A ideologia nazifascista motivou conflitos que resultaram na Guerra Civil Espanhola e em outros países fora da Europa, como o Brasil. Na década de 1930, surgiu a Ação Integralista Brasileira, de inspiração fascista e liderada por Plínio Salgado, que defendia um estado forte, controlador e contrário a seus opositores.

A Guerra Civil Espanhola foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial, pois alemães e italianos puderam mostrar ao mundo seus armamentos e o poder letal que possuíam. De fato, as armas usadas na Espanha entre 1936 e 1939 foram usadas no conflito mundial, principalmente os aviões de guerra.

Leia também: Invasão da Polônia e início da Segunda Guerra Mundial

Franquismo

Francisco Franco chegou ao poder na Espanha em 1939, logo após a vitória do Movimento Nacionalista sobre a Frente Popular. A ditadura franquista foi caracterizada pelo autoritarismo, censura e perseguição a seus opositores, mantendo o apoio do nazifascismo. Franco governou a Espanha até 1975, ano de sua morte.

Assim como em outros países totalitários, como Alemanha e Itália, a Espanha também foi governada por um ditador totalitário. Franco se tornou, como dito anteriormente, o Generalíssimo, o chefe supremo que não podia ser questionado. O franquismo se baseou no apoio ao governante e na perseguição aos seus oponentes.

Até hoje, a memória do Generalíssimo espanhol é motivo de discussões na Espanha. Seu nome batizou obras públicas, tendo sido retirado de alguns lugares, como forma de revisar sua ação autoritária no comando do governo espanhol.

A Guerra Civil Espanhola e a obra Guernica

Parede de azulejos traz a obra “Guernica”, de Pablo Picasso.
“Guernica” foi um quadro feito por Pablo Picasso, em 1937, que eternizou o horror da Guerra Civil Espanhola.[1]

Quando a Guerra Civil Espanhola começou, em 1936, Pablo Picasso já era um artista reconhecido pela sua genialidade. Fundador do cubismo, Picasso morava em Paris e, ao receber a notícia da destruição da cidade de Guernica, quis fazer um quadro que representasse o horror e a brutalidade que a guerra estava provocando em sua terra natal. O bombardeio aconteceu em 1937, e no mesmo ano o artista fez a obra. Nela, Picasso conseguiu representar o sofrimento das pessoas, a dor e a angústia dos sobreviventes que perderam suas casas e seus entes queridos.

O quadro feito pelo artista, em 1937, não apenas eternizou o nome da cidade espanhola, mas denunciou a atrocidade e as mortes causadas pelo confronto. Guernica se tornou a obra mais conhecida de Picasso. Atualmente, o quadro está em exposição no Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, em Madri, capital da Espanha.

Leia também: Stalinismo — o regime totalitário liderado por Josef Stalin

Exercícios resolvidos sobre a Guerra Civil Espanhola

Questão 1

(Uece) A Guerra Civil espanhola é considerada por muitos autores como um “ensaio para a

Segunda Guerra Mundial”. Assinale a alternativa que indica corretamente essa ideia.

a) Ao experimentarem novas armas, em mãos espanholas, tanto americanos quanto soviéticos

testaram seu poderio militar em estratégias modernas de guerra.

b) O conflito político espanhol, ao colocar lado a lado liberais e anarquistas, atestou a

possibilidade de união desses grupos contra a expansão da URSS.

c) A intervenção dos fascistas italianos e dos nazistas alemães contra as forças republicanas

espanholas serviu de teste para as armas que seriam usadas contra os aliados.

d) A vitória do General Franco serviu para demonstrar a fragilidade das armas e da diplomacia

alemãs.

Resolução

Letra C

As tropas fascistas e nazistas apoiaram o general Francisco Franco e demonstraram os novos e potentes armamentos que seriam utilizados, poucos anos depois, na Segunda Guerra Mundial. Os aviões fascistas destruíram cidades espanholas como Guernica, cuja tragédia foi eternizada no quadro homônimo feito pelo artista Pablo Picasso.

Questão 2

Ao longo das tragédias que marcaram o século XX, a arte conseguiu expressar revolta e comoção pela destruição que as guerras provocaram. Durante a Guerra Civil Espanhola, Pablo Picasso usou seu gênio artístico para denunciar a destruição feita pelos aviões fascistas, aliados de Francisco Franco, contra a cidade espanhola de Guernica. Sobre a relação entre o quadro e o triste acontecimento na década de 1930, na Espanha, assinale a alternativa correta:

a) Pablo Picasso fez o quadro a mando do Partido Comunista soviético, que foi derrotado pelas tropas de Franco, durante a Guerra Civil Espanhola.

b) Francisco Franco proibiu Picasso de fazer qualquer registro artístico ligado à Guerra Civil Espanhola.

c) O quadro Guernica mostra a tragédia da Guerra Civil Espanhola, a destruição da qual a cidade foi alvo e o desespero da população.

d) Os franquistas tentaram subornar Pablo Picasso para que ele fizesse um registro positivo do conflito, exaltando as forças das tropas espanholas contra os inimigos.

Resolução:

Letra C

Guernica é o quadro mais conhecido de Pablo Picasso e se transformou no símbolo da resistência contra a Guerra Civil Espanhola e o governo autoritário de Francisco Franco.

Crédito da imagem

[1] tichr / Shutterstock.com

Publicado por Carlos César Higa
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