Esquistossomose
A esquistossomose é uma doença infecto-parasitária provocada pelo platelminto Schistosoma mansoni. O homem é o hospedeiro definitivo de maior importância epidemiológica desse platelminto, enquanto caramujos de água doce, do gênero Biomphalaria, são os hospedeiros intermediários. Isso significa que, para completar seu ciclo de vida, o Schistosoma mansoni necessita do caramujo. A esquistossomose é uma doença relacionada com saneamento básico precário e pode acometer pessoas de qualquer idade, cor e sexo.
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Resumo sobre esquistossomose
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A esquistossomose é causada pelo Schistosoma mansoni.
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O homem é o hospedeiro definitivo de maior importância epidemiológica do platelminto.
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O caramujo do gênero Biomphalaria é o hospedeiro intermediário.
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O ciclo inicia quando o homem doente elimina fezes e elas atingem o ambiente aquático. Em contato com a água, o ovo libera o miracídio, o qual infecta o caramujo. O caramujo libera a cercária, forma capaz de infectar o homem.
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O paciente com esquistossomose pode apresentar sintomas como suores, fraqueza, tosse, diarreia, sangue nas fezes a aumento do volume do abdômen.
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O exame de fezes é utilizado para confirmar o diagnóstico da doença.
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O tratamento é feito com o medicamento chamado Praziquantel.
O que é a esquistossomose?
A esquistossomose é uma doença infecto-parasitária também chamada de barriga d’água, doença do caramujo e xistose. Ela acomete pessoas que entram em contato com a água que contenha cercárias. O homem é responsável pela contaminação desses ambientes, quando o doente elimina suas fezes contendo ovos do parasita e estes entram em contato com o ambiente aquático. A doença pode acometer pessoas de diferentes cores, sexos e idades.
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Ciclo de transmissão da esquistossomose
Um indivíduo doente inicia o ciclo de transmissão ao eliminar suas fezes contendo ovos do parasita. Esses ovos, em ambiente aquático, absorvem água e rompem a casa, liberando uma forma larval do Schistosoma mansoni denominada miracídio. O miracídio busca ativamente pelo caramujo do gênero Biomphalaria, seu hospedeiro intermediário.
No interior do hospedeiro intermediário, o miracídio sofre uma série de modificações, transformando-se em cercárias. As carcárias são liberadas do corpo do caramujo para o ambiente aquático, no qual nadam ativamente. A liberação da cercária é influenciada pela luz solar e a temperatura da água, ocorrendo geralmente entre 11 h e 15 h, período que coincide com quando mais pessoas buscam se refrescar nos ambientes aquáticos.
As cercárias são as formas larvais que infectam o hospedeiro definitivo. Elas penetram ativamente na pele do homem, dando origem a uma irritação no local da penetração que varia de intensidade de uma pessoa para outra.
No hospedeiro definitivo, as cercárias perdem a cauda e se transformam em esquistossômulos, os quais caem na circulação sanguínea e/ou linfática e seguem em direção ao coração e pulmão, nos quais permanecem por certo tempo. Os parasitas retornam ao coração posteriormente e são levados pelas artérias para diferentes partes do corpo, sendo seu local preferencial de localização o fígado.
No fígado, as formas jovens se alimentam e se diferenciam sexualmente. Os parasitas migram para as veias do intestino, nais quais eles se acasalam. Ocorre então a postura dos ovos, e estes migram para a luz intestinal. Os ovos do parasito são eliminados pelo doente com as fezes. Uma fêmea pode produzir cerca de 300 ovos diariamente, sendo metade desse número eliminada pelas fezes.
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Agente causador da esquistossomose
O agente etiológico da esquistossomose é um verme platelminto, de coloração esbranquiçada, da classe dos trematódeos, chamado Schistosoma mansoni. Macho e fêmea podem ser encontrados acasalados, com a fêmea alojada no canal ginecóforo do macho.
O macho possui de 6,5 mm a 12 mm de comprimento e corpo achatado. Nele se observa o enrolamento ventral de suas bordas corporais, responsável por formar o canal ginecóforo. Esse enrolamento faz com que o macho adquira um aspecto cilíndrico. A fêmea é cerca de duas vezes maior que o macho, apresentando cerca de 15 mm. Diferentemente do macho, ela é cilíndrica e com a extremidade afilada.
Sintomas da esquistossomose
A esquistossomose provoca diferentes sintomas a depender da quantidade de parasitas que o paciente apresenta e também da localização deles no organismo. Inicialmente a doença pode ser assintomática. Na fase aguda, o paciente pode apresentar sintomas como febre, dores de cabeça, calafrios, suores, perda de apetite, tosse, dores musculares, diarreia e fraqueza.
Já na fase crônica, observa-se que a diarreia se torna mais constante e pode alternar com prisão de ventre. O paciente pode apresentar sangue nas fezes. Outros sintomas que podem ser observados nessa fase são tonturas, palpitações, aumento do fígado e emagrecimento. O volume do abdômen pode aumentar devido ao acúmulo de líquido, situação conhecida como barriga d’água. Se não tratada adequadamente, a doença pode provocar hipertensão pulmonar, hemorragia digestiva e até mesmo a morte.
Diagnóstico da esquistossomose
O diagnóstico da esquistossomose é feito pela análise dos sintomas do paciente e a realização de exames laboratoriais. O exame de fezes permite observar a presença de ovos do parasita, o que confirma o diagnóstico.
Tratamento da esquistossomose
O tratamento da esquistossomose é feito com a administração de um medicamento de baixa toxicidade chamado Praziquantel. Esse medicamento é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. Sua administração é feita por via oral, e a dose será estabelecida de acordo com a idade e o peso do indivíduo.
Os efeitos colaterais são geralmente leves e incluem, por exemplo, dor de cabeça, tontura e gosto metálico na boca. Não se recomenda o uso do medicamento durante a gravidez e algumas situações específicas, como insuficiência hepática. Todo medicamento só deve ser utilizado após recomendação médica. Casos graves da doença podem exigir internação hospitalar.
Prevenção da esquistossomose
A esquistossomose é adquirida quando entramos em contato com ambiente aquático contaminado, portanto, é importante, como forma de prevenção, não entrar em ambientes aquáticos onde exista o hospedeiro intermediário do parasita. Em locais onde o saneamento básico é precário, a atenção deve ser redobrada.