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Motivos do Estresse dos Professores

A rotina da sala de aula não é a maior causa do estresse
A rotina da sala de aula não é a maior causa do estresse

Acordar às seis da manhã, se arrumar correndo e nem sempre ter tempo pra tomar um café da manhã, enfrentar o trânsito ou pegar um ônibus lotado. Ao chegar na escola, enfrentar uma jornada de trabalho com crianças e jovens conversando, gritando, desobedecendo, indisciplinados, reclamações de pais, frustrações.

No horário do intervalo, ouvir a coordenação solicitando cadernos de planejamentos, correções de provas, vistos nos cadernos dos alunos, notas, diários de classe, enfim, todas as necessidades burocráticas que estão estabelecidas dentro das instituições. Essa é a rotina do professor. Mas planejar, corrigir cadernos e provas, preencher diários, fazer lembrancinhas ou testar os recursos didáticos, não são atividades realizadas no âmbito escolar. Infelizmente, os profissionais da educação, no Brasil, realizam essas atividades em suas casas, passando horas e horas organizando suas aulas, cumprindo com suas responsabilidades.

O salário? Nem precisa dizer, é uma vergonha. Isso quando recebem em dia, porque muitas escolas têm problema com inadimplência e atrasam os mesmos. Mas se quiserem um emprego, os professores devem se submeter a essas condições.

Além de ganharem pouco pelas horas de trabalho dentro da sala de aula, não são remunerados pelas tarefas que levam para serem feitas em casa. Mas são obrigados a fazer, pois é compromisso de professor, é responsabilidade social e isso a grande maioria tem.

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A formação continuada, os grupos de estudo e as reuniões também fazem parte da rotina da escola, pois é através da troca de experiências e das informações que os profissionais conseguem rever suas ações, crescer profissionalmente, melhorar a qualidade do trabalho educativo e institucional.

Com o passar do tempo, o desgaste da rotina se torna grande, o cansaço e o estresse aparecem. Além desses, problemas de saúde característicos da profissão, como bursite, calos nas cordas vocais, varizes, problemas de coluna vão surgindo, mas esses não têm como manter o pagamento de um bom plano de saúde.

Sem estrutura de trabalho e de vida, não existe quem suporte as pressões sociais. Muitos professores têm desenvolvido doenças típicas do estresse, depressão, síndrome do pânico, irritabilidade, cansaço excessivo, dentre outras.

No Brasil, quem trabalha em educação o faz por doação e por amor. Amor pelo processo de ensinar/aprender, amor pelos alunos, amor pelas instituições, amor pela movimentação dentro das escolas, e muito mais amor.

Porém, só amor não basta. É preciso de salários justos, melhores condições de trabalho nas escolas, manter a qualidade das aulas, dispor de materiais necessários, proporcionando maior dignidade para os responsáveis pela formação humana, moral e intelectual dos estudantes e do país.

Publicado por Jussara Barros

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